PARTIDO COMUNISTA DOS POVOS DA ESPANHA CHAMA À MOBILIZAÇÃO E À GREVE GERAL
Todos os esforços das estruturas de dominação do capitalismo espanhol foram derrubados, nestes dois longos anos, ao tentar fortalecer o sistema e evitar sua falência total.
Os acontecimentos das últimas semanas mostraram a inutilidade destes esforços. Assim, a mesma voracidade do sistema era mostrada como seu principal problema. Em uma situação de naufrágio das várias estratégias postas em prática para tentar reverter a situação, são os tubarões financeiros que atacam, mesmo sobre os novos desafios da economia espanhola para tentar obter novos benefícios, em uma ação suicida que leva à quebra de seus próprios interesses.
Chegado o momento, os máximos representantes do imperialismo – a UE de um lado, e Obama por outro – decidiram impor, sem contemplação, os ditames do capital. E o caótico governo do PSOE obedece fielmente, sabendo que se acabaram os prazos, e não há fuga a frente, como tem sido feito até agora. Se se governa neste sistema é para obedecer a seus amos.
As medidas anunciadas por Zapatero são um ataque direto contra a grande maioria dos trabalhadores, e um respaldo aos interesses da oligarquia, do capital financeiro e dos grandes patrões. E ninguém no parlamento suscitou uma posição claramente confrontando esta estratégia. O PP, ao criticar, aplaude, porque é a sua política que avança. Mais uma vez, no parlamento, não e tem escutado voz do povo trabalhador.
Os ataques de agora aos salários dos servidores civis e o cortes de pensões e aposentadorias são um prelúdio para a anunciada e iminente contra-reforma trabalhista que reduzirá os direitos da imensa maioria da classe trabalhadora.
Estas medidas do governo não tocam no setor financeiro, ou nas grandes fortunas, nem nos grandes lucros corporativos. É um plano sob medida para a oligarquia, para continuar com seu saque generalizado do país e seu povo. A CEOE é novamente a grande vencedora.
As pressões para o Pacto Social se intensificam, e a mesma monarquia – há alguns dias – voltou a fazer chamadas para a submissão, como sempre.
No meio do agravamento da crise, a UE evidencia com mais relevância seu caráter imperialista através da dominação do eixo Berlim-Paris. A soberania nacional é uma peça de museu para o capitalismo. As condições impostas à Grécia para “ajudar” a sua economia significam um ataque frontal à classe trabalhadora grega, a quem, como sempre, querem impor exclusivamente o pagamento da falência econômica. Enquanto ao capital financeiro não é colocada uma só condição. A resposta da classe trabalhadora grega – a PAME e o KKE – resiste a essa estratégia, e está protagonizando a primeira grande luta das massas trabalhadoras contra o projeto imperialista da União Européia.
Hoje, temos de responder a essas políticas com uma mobilização sustentada por uma ampla unidade das forças populares e revolucionárias, para chegar a uma greve geral para pressionar uma saída diferente da crise.
O Comitê Executivo do PCPE chama a classe trabalhadora, e todos os setores populares, a não aceitar qualquer medida que a oligarquia queira impor para tentar manter a sua hegemonia, pois todas elas vão na direção oposta aos nossos interesses, e seu objetivo é simplesmente nos fazer pagar a crise, da qual não temos nenhuma responsabilidade.
O capitalismo há muito tempo não tem nada de positivo para oferecer às grandes maiorias, apenas para as oligarquias parasitárias de cada país. Hoje, a atitude mais sensata dos povos é a busca de um desenvolvimento baseado na aprendizagem da construção da sociedade socialista. É onde está o futuro de liberdade e justiça social.
O Comitê Executivo do PCPE chama, em primeiro lugar, todos os militantes do Partido para ativar seu compromisso revolucionário, e ativar todos os recursos disponíveis para mobilizar e organizar a classe trabalhadora e os setores populares contra as políticas da oligarquia. A luta está na rua, a luta está junto da classe trabalhadora mais militante e combativa, a luta está junto ao povo para exercer nosso papel de vanguarda no combate de todos os dias.
O Comitê Executivo do PCPE chama a classe trabalhadora e os setores populares, autônomos e setores profissionais, a tomar partido nesta situação. Frente à submissão que pede o sistema temos que levantar a rebelião, para defender os nossos direitos e a exigência de que a solução seja protagonizada pela grande maioria dos trabalhadores.
O Comitê Executivo do PCPE chama os sindicatos, especialmente aqueles que têm maiores possibilidades, a trabalhar com urgência para a convocação de uma greve geral para exigir uma solução para a crise com outras propostas políticas e econômicas.
O Comitê Executivo do PCPE chama a coordenação das organizações revolucionárias em todo o Estado, para que a luta anticapitalista dirija a ação das massas, e ofereça uma saída para esta situação fora dos marcos do sistema de dominação, rompendo os seus limites impostos, e criando uma nova correlação de forças favorável ao povo e aos trabalhadores e trabalhadoras.
O Comitê Executivo do PCPE chama todas as forças revolucionárias e populares para articular uma amplíssima Frente de Esquerda que, sobre uma proposta programática mínima, chame a mobilização para expandir e unir todas as lutas que a classe trabalhadora está promovendo em todo o Estado. Para que esta unidade se amplie, o CE do PCPE propõe os seguintes pontos básicos:
- A nacionalização dos bancos.
- Congelamento das hipotecas para as famílias de desempregados.
- Seguro-greve por tempo indeterminado.
- Paralisação das privatizações e devolução das empresas de serviços estratégico.
- Progressividade fiscal.
- Pela saída da Espanha da UE.
- Retorno de todas as tropas no estrangeiro.
- Redução das despesas militares e de outras despesas parasitárias.
- Direitos para a população imigrante. Ninguém é ilegal.
- Processo Constituinte Republicano.
O Comitê Executivo do PCPE manifesta a sua total disposição para participar de qualquer chamamento que se realize com orientação semelhante à descrita na presente resolução.
O Comitê Executivo do PCPE toma a iniciativa de convocar uma reunião de coordenação em Madrid no dia 7 de junho, junto a todas as forças políticas, sindicatos e ativistas sociais interessados na presente proposta, para articular mecanismos concretos para levar adiante um amplo processo de mobilização e luta que faça da greve geral política sua consigna central.
Madrid, 12 de maio de 2010