Endividamento dos brasileiros bate novo recorde no 1º trimestre
Segundo o BC, parte do aumento do endividamento nos últimos anos está ligada ao crédito habitacional. Se forem excluídas as dívidas com a compra de imóveis, o endividamento fica em 30,48% da renda em março, ante 30,54% em fevereiro. Em março do ano passado, estava em 31,17%. Na última sexta-feira, ao divulgar os dados sobre o crédito em abril, o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, afirmou que muitas famílias estão substituindo o pagamento do aluguel (que não entra na estatística da instituição sobre dívidas) pelo financiamento habitacional, um endividamento de longo prazo, com juros mais baixos e que significa aumento de patrimônio.
O BC também divulgou números sobre o comprometimento de renda dos brasileiros, que considera dados mensais de renda e prestações pagas aos bancos. As prestações correspondiam, no terceiro mês do ano, a 21,66% da renda mensal dos trabalhadores, ante 21,84% em fevereiro (dado revisado). Também houve queda em relação a março de 2012, quando o comprometimento estava em 22,91% da renda. Se forem retirados da conta os financiamentos habitacionais, o comprometimento da renda mensal fica em 20,06% em março de 2013, ante 20,24% em fevereiro.
___________________________________________________________
Categorias vão buscar aumento real no segundo semestre
O Estado de S. Paulo
Apesar do cenário de baixo crescimento e inflação alta, os principais sindicatos vão pedir aumento real nas negociações salariais do segundo semestre, que concentra a data-base de categorias importantes como bancários, metalúrgicos e petroleiros. A disposição para greves é firme, mas há sindicatos confiantes no ganho real sem paralisação. As centrais sindicais trabalham para encerrar o primeiro semestre com bons acordos para garantir negociações positivas no resto do ano.
A expectativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) é que o cenário seja parecido ao de 2012, quando 94,6% das categorias obtiveram ganho real. “O porcentual deve continuar na faixa de 1% a 3% de ganho real”, diz o diretor do Dieese, Clemente Ganz Lúcio. “Não creio que tenha algo que justifique mudança desta performance. A inflação não fugiu do controle e a economia não apresenta crescimento espetacular, nem recessão.”
Para o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o desemprego em baixa deve reforçar a tendência de greve. “Onde não tem acordo, a tendência é que acirre as greves”. Ele ressalta que no início do ano várias categorias fecharam acordo após paralisações e cita os metalúrgicos de Gravataí (RS), a construção civil da baixada santista e a da capital paulista.
Ele pondera que a inflação em alta dificulta a busca por ganho real. “Está mais difícil, mas a orientação é que as categorias busquem o aumento para fortalecer o mercado interno”.
“Não podemos deixar de lutar para repor a inflação e buscar aumento real para todas as categorias”, concorda o presidente da Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (CUT-SP), Adi dos Santos Lima. Para ele, é importante avaliar os últimos períodos do mercado e não só a conjuntura atual.
“A indústria, o comércio, os bancos nesses últimos anos ganharam muito dinheiro e tiveram incentivos com o governo desonerando a folha de pagamento e reduzindo imposto”, lembra. Adi acredita em menos greves neste ano. “Não haverá necessidade, mas se houver os trabalhadores vão pressionar”.
___________________________________________________________
Em meio à crise, crescimento da África se destaca
O Estado de S. Paulo
No fim de semana, governo brasileiro deu um fôlego para a economia de 12 países africanos ao perdoar US$ 879 milhões em dívidas
Enquanto a crise assola a Europa, abala os Estados Unidos e transborda no Brasil, a África cresce – e quer crescer ainda mais. Se em 1963, quando foi criada em plena Guerra Fria a Organização da Unidade Africana (OUA), falava-se em libertar a região dos vestígios do imperialismo europeu e promover a integração continental, hoje, o foco da agora intitulada União Africana é disseminar políticas de desenvolvimento na região, substituir corrupção por boas formas de governança e garantir o bem-estar dos africanos.
O continente encara o desafio de se livrar de mazelas não superadas, como fome, guerras, aids, e não deixar que esse progresso fique à margem da população.
“Nós consideramos que há um renascimento africano nos últimos anos, até na última década. Esse renascimento africano é responsável por taxas expressivas de crescimento na África, com avaliações do Fundo Monetário Internacional (FMI) mostrando que entre os países que mais vão crescer estão os países africanos”, comentou a presidente Dilma Rousseff no sábado, durante entrevista em Adis Abeba, capital da Etiópia, nas celebrações dos 50 anos da União Africana.
O Brasil deu um fôlego para a economiade 12 países africanos no fim de semana, ao perdoar US$ 879 milhões em dívidas. Receberam o perdão, Costa do Marfim, Gabão, República da Guiné, Guiné Bissau, Mauritânia, República Democrática do Congo, República do Congo, São Tomé e Príncipe, Senegal, Sudão, Tanzânia e Zâmbia.
Sediada na capital etíope, a união se localiza em um suntuoso prédio de US$ 200 milhões – bancado integralmente pelo governo chinês -, que deverá ter em breve por um hotel de luxo para abrigar as delegações estrangeiras. É mais uma imagem das mudanças na Etiópia, um dos países que mais crescem no mundo. O FMI prevê uma alta de 6,5% no PIB neste ano, e mais 6,5% no próximo.
Ligação direta
No país, há edifícios brotando a cada esquina, técnicas agrícolas mais avançadas sendo aplicadas, poeira por todos os lados e contrastes sociais ainda acentuados. A Ethiopian Airlines, cujo slogan é “O novo espírito da África”, fará, a partir de julho, voos ligando a capital etíope a São Paulo e Rio de Janeiro.
“A criação da União Africana em 2002 foi um marco impor-tante,pois significa que o continente soube dar uma nova cara e estrutura pro órgão continental. O foco passou a ser o desenvolvimento e o crescimento econômico, infraestrutura, luta contra a pobreza”, avaliou o ministro Nedilson Ricardo Jorge, diretor do Departamento África do Ministério das Relações Exteriores. “A UA também tem tido umpapel importante na defesa da ordem constitucional, com uma política bastante rigorosa de tolerância zero com golpes de Estado.”
Muitos votos
Para o Brasil, o continente foi estratégico na eleição do embaixador Roberto Azevêdo para a direção-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC). Nas contas do Itamaraty, Azevêdo obteve apoio de 43 países africanos, de um total de 50 votos possíveis na região – adesão proporcionalmente maior que a dos latino-americanos.
Não à toa, Azevêdo acompanhou Dilma na viagem pela Etiópia.
As oportunidades de negócio na região são cada vez mais aproveitadas por empresas brasileiras. Na Tanzânia, por exemplo, já estão presentes Odebrecht, Queiroz Galvão, Marcopolo, Astra e Green Best Solutions, e outras como a AGN Bioenergia, Ipiranga Lubrificantes e Embraer já estiveram lá buscando oportunidades de negócios.
“A consolidação da democracia em dezenas de países e a redução dos conflitos são fatores que já vêm impulsionando o crescimento africano nos últimos dez anos. Outros são a melhoria das condições macroeconômicas, o boom das commodities, a melhoria do ambiente de negócios e o fortalecimento do setor privado e da classe média, e o dividendo demográfico, acompanhado de um processo de urbanização”, afirmou ao Estado o embaixador do Brasil na Tanzânia, Francisco Luz.
___________________________________________________________
Brasil terá novo navio e instituto oceânico
O Estado de S. Paulo
A presença da ciência brasileira nos oceanos vai ganfiar o reforço de um novo navio oceanográfico de grande porte um novo instituto nacional com quatro centros de pesquisa espalhados pela costa.
O Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas e Hidrovíárias (Inpoh) começou a surgir na sexta-feira em uma reunião na Academia Brasileira de Ciências, no centro do Rio, com a criação de uma associação civil que pretende se credenciar como organização social (OS), apta a assinar contratos de gestão com. o poder público e a iniciativa privada.
Aldeia é que o instituto funcione em um modelo semelhante ao do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, uma OS que gerencia quatro laboratórios nacionais em Campinas – de luz síncrotron, biociências, biotecnologia do etanol e nanotecnologia.
Dessa forma, o Inpoh poderá firmar contratos com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para gestão de projetos e programas específicos, sem fazer parte do organograma da pasta – libertando-o, assim, de várias amarras burocráticas e legais que costumam atravancar o funcionamento da máquina pública.
Um dos projetos que o instituto deverá pleitear é o contrato de gestão do novo navio, de R$162 milhões, cuja compra deve ser finalizada nesta semana (mais infonnações nesta página). “Não é algo que está na agenda inicial, mas certamente há a expectativa de que o Inpoh possa se capacitar para isso num segundo momento”, disse ao Estado o engenheiro oceânico Segen Estefen, diretor de Tecnologia e Inovação da Coppe/UFRJ, escolhido como diretor provisório da associação.
O objetivo maior do ínpoh, segundo ele, será “colocar o Brasil em linha com os países desenvolvidosno campo das ciências oceanográficas, tanto para fins de pesquisa quanto de exploração sustentável dos recur sos marinhos. “Eu diria que t um marco histórico para o Brasil; um passo de afirmação sobre a necessidade de conhecermos essa parte oceânica do País, que nas próximas décadas terá uma relevância econômica muito importante para o projeto de nação que buscamos construir”, afirma Estefen.
O instituto deverá ter quatro centros de pesquisa: dois dedicados à oceanografia (um para o Atlântico Tropical e outro, para o Atlântico Sul), um dedicado à pesca e aquicultura e outro, voltado para portos e hidrovias.
Oficialmente, a localização dos centros ainda não está definida. Segundo fontes ouvidas pelo Estado, porém, já estaria praticamente decidido que o do Atlântico Tropical será no Ceará, o do Atlântico Sul no Rio Grande do Sul, o de portos e hidrovias no Rio de Janeiro, e o de pesca em Santa Catarina, “Tem mais influência política do que justificativa técnica nessas decisões”, afirmou uma fonte.
___________________________________________________________
Governo corre para aprovar MPs cruciais
O Estado de S. Paulo
Após a MP dos Portos, o governo se esforça para aprovar oito medidas provisórias antes de perderem a validade. Em meio ao feriado de Corpus Christi, o empenho se concentra em duas medidas de apelo popular: a redução da conta de luz e o corte de imposto da folha de pagamento de alguns setores.
Depois da Medida Provisória dos Portos, o governo Dilma Rousseff terá de fazer nos próximos dias um esforço para conseguir a aprovação de oito medidas provisórias antes de elas perderem a validade. As vésperas do feriado de Corpus Christi, o maior empenho volta-se para a aprovação de duas medidas com elevado apelo popular. O temor do Planalto é que, mesmo se forem aprovadas na Câmara, não há garantia de que serão apreciadas a tempo no Senado.
As MPs perdem a validade na segunda-feira, dia 3. Desse pacote, quatro vão caducar e duas devem ser votadas em tempo hábil no Senado, segundo fontes. As duas restantes asseguram o corte na conta de luz, prometido por Dilma, e beneficiam a construção civil e o varejo com corte de impostos na folha de salários. Nos dois casos, ainda precisam passar por Câmara e Senado. Líderes governistas correm contra o relógio para salvá-las e os peemedebistas prometem, agora, que vão agir como aliados.
Com o feriado abreviando a semana e comprometendo o quórum, as chances de aprovação vão até quarta-feira. Para votá-las, os líderes governistas terão de convencer a oposição e parte da base aliada. Mas há outra rebelião: alguns partidos exigem que, antes, seja apreciado um projeto que acaba com a multa adicional de 10% sobre o saldo do FGTS dos demitidos por justa causa (leia abaixo).
Adiamento
O Planalto opõe-se ao projeto, porque o fim da cobrança retiraria R$ 3 bilhões dos cofres da União. Por isso, acionou o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para que tente adiar a análise da proposta.
“Só analisamos as medidas provisórias se votarmos o fim da multa adicional do FGTS”, disse o líder da oposição, deputado Nilson Leitão (PSDB-MT). “Se ele adiar essa votação, vai mostrar que o Congresso não passa mesmo de um puxadinho do Planalto”, criticou. Também querem o fim da multa adicional o PSB, o PSD, o PTB e o PSC. Se a apreciação da proposta for adiada, a oposição vai obstruir as MPs, acrescentou Leitão.
Impacto
Os dois focos de preocupação do governo na Câmara são MPs baixadas por Dilma para estimular a economia e reduzir custos. Ada conta de luz permite a transferência de recursos de um fundo setorial para o pagamento das usinas térmicas. Sem isso, seria praticamente anulado o desconto na conta de luz. Ela é tão importante que o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, telefonou a aliados no fim de semana pedindo empenho na aprovação.
“Estamos confiantes de que a Câmara votará a matéria. A caducidade da MP prejudicará a população e o setor produtivo de importantes Estados”, disse ao Estado a chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. “Vamos mobilizar a base para votar na segunda (hoje) ou, no máximo, na terça-feira, doa a quem doer”, afirmou o líder do PT, José Guimarães (CE).
Se aprovadas amanhã, as MPs chegam ao Senado menos de 24 horas antes do feriado. Nesse contexto, colocam em xeque a promessa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDBAL), de que não analisaria MPs com menos de sete dias de prazo, “Esta será a última vez”, disse o senador na análise da MP dos Portos. Uma liderança da base aliada afirmou ao Estado que Renan vai cumprir o acordo, o que na prática, fará caducar as MPs.
Antes de votar as MPs mais caras ao Planalto, o Senado deverá analisar outras que chegaram à Casa na semana passada. Uma delas reduz o Imposto de Renda nas Participações de Lucros e Resultados. A outra, cria um fundo para o Centro-Oeste e amplia o limite operacional da Caixa. Estas devem ser votadas. / Colaboraram Anne Warth, Tania Monteiro e Vera Rosa
Prestes a caducar:
Oito Medidas Provisórias perdem a validade depois do feriado
MP-597:Isenta do IRPF participação em lucro de até R$ 6 mil
MP-598: Abre crédito extraordinário no Orçamento de 2012 para órgãos e empresas estatais
MP-599: Cria dois fundos relacionados à reforma do ICMS
MP-600: Amplia o limite operacional da Caixa e trata do Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste
MP-601: Prorroga crédito a exportadores e desonera folha de pagamentos da construção e do varejo
MP-603: Dá socorro financeiro aos agricultores do Nordeste atingidos pela seca
MP-604: Abre crédito para os ministérios do Desenvolvimento Agrário e Integração Nacional
MP-605: Garante a redução de 20% nas tarifas de energia elétrica
___________________________________________________________
Mídia vira aliada na estratégia de expansão
O Estado de S. Paulo
Um banco que quer se tornar um dos três maiores do Brasil dentro dos próximos dez anos, a multinacional que fez o lançamento mais bem-sucedido de sua história em 2012 e uma empresa de TV por assinatura que cresce 30% ao ano estão entre as companhias que mais investem em mídia no Brasil, de acordo com a edição 2013 do levantamento Agências & Anunciantes, do Ibope Monitor, divulgado pelo Meio & Mensagem.
Com o crescimento expressivo do investimento feito por quase todos os dez principais anunciantes, a pesquisa mostra que é possível fazer uma relação entre o investimento em marketing e o desempenho financeiro das companhias.
A Caixa Econômica Federal, que subiu duas posições no ranking, com investimento em mídia 58% maior no ano passado, usa o marketing para correr atrás de umameta ambiciosa definida pelo presidente da instituição financeira, Jorge Hereda: fazer da Caixa um dos três maiores bancos do País em de dez anos. Não é uma tarefafácil. Para atingir a meta, ela terá de desbancar pelo menos um de três gigantes: Itaú, Banco do Brasil ou Bradesco.
Por isso, a Caixa se tornou – de longe – o banco que mais investe em mídia no Brasil (gasta mais que o dobro do que BB, Bradesco ou Itaú). No ano passado, a Caixa aproveitou o corte de juros determinado pelo governo federal para aumentar sua presença na mídia em quase 60%.
Com lucro de 17% em 2012, a empresa vem mês a mês batendo recorde de concessão de crédito. “No começo do ano, estávamos em R$ 1 bilhão por dia; agora, já estamos em R$ 1,2 bilhão”, diz Clauir Santos diretor de marketing da Caixa. Ele lembra ainda que a instituição captou 3 milhões de correntistas em 2012.
Outras companhias que aumentaram o investimento em mídia para fomentar estratégias são aVivo – que passou a ser a única marca da Telefônicano País – e a operadora de TV por assinatura Sky, cuja base de assinantes cresceu mais de 30% em 2012.
No ano passado, a Unilever foi novamente a segunda empresa que mais gastou com compra de mídia no Brasil, ficando atrás da tradicional líder Casas Bahia. A empresa aumentou o investimento 15% em relação a 2011, atingindo a marca de R$ 1,146 bilhão. A expansão, mes-mojá em umpatamar alto, reflete principalmente a aposta da empresa no lançamento da linha de tratamento de cabelos Tresemmé no início de 2012.
A marca de produtos para cabelo se tornou o lançamento mais bem-sucedido da história da Unilever e, em um ano, conquistou a liderança no mercado premium de xampu e condicionador no País.
Em 2012, o orçamento da Unilever em marketing ficou em R$ 3 bilhões. O faturamento somou R$ 13,6 bilhões, alta de 14% em relação ao ano anterior, contribuindo para elevar o avanço da América Latina para 12,3%.
Agências
Entre as agências de publicidade, a Young & Rubicam continuou a liderar o ranking Agências & Anunciantes. Um dos motivos é justamente a conta da Casas Bahia. Ogilvy e AlmapBBO aparecem na segunda e terceira posições, respectivamente. O maior crescimento entre 2011 e 2012 entre as dez principais agências foi o da PPR, cuja compra de mídia subiu 52%, o suficiente para elevá-la da 15ª para a 7ª posição do ranking.