Vendas do varejo crescem menos no Dia dos Pais
Para os economistas da Serasa Experian, o consumidor está mais cauteloso diante da perda do poder aquisitivo, da inflação e do aumento dos juros, fatos que o levam a dar prioridade para o pagamento das dívidas e das renegociações assumidas.
Outra pesquisa, realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) com base nos dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), também apontou uma taxa decrescente no aumento das vendas no Dia dos Pais e o desempenho menos vigoroso desde 2010: as vendas a prazo subiram 3,78%, ante 4,75% em 2012, 6,86% em 2011 e 10% em 2010.
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No mês, exportação recua e importação sobe
Valor Econômico
A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 593 milhões nas duas primeiras semanas de agosto, com US$ 6,777 bilhões em exportações e US$ 6,184 bilhões em importações no período, segundo dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. No ano, a balança comercial registra déficit de US$ 4,396 bilhões.
As exportações brasileiras recuaram 0,5% no acumulado do mês até a segunda semana de agosto, enquanto as importações apresentaram alta de 6%. Para fazer a comparação, o ministério calcula média do que o país vendeu ao exterior e do que foi importado por dia útil de cada período. Isso foi feito tanto para o acumulado deste mês como para todo mês de agosto do ano passado.
A média diária de US$ 968,1 milhões nas exportações até a segunda semana do mês é 0,5% inferior à média diária de US$ 973,1 milhões dos embarques realizados em todo o mês de agosto de 2012. Essa queda é explicada pelo menor embarque de produtos manufaturados e semimanufaturados. Houve aumento nas exportações de bens básicos.
As exportações de produtos básicos subiram 6,7%, passando dos US$ 469,1 milhões da média diária de agosto de 2012 para um total de US$ 500,4 milhões no acumulado deste mês. O resultado foi puxado, principalmente, por minério de cobre, soja em grão, bovinos vivos e carne de frango, bovina e suína.
No caso dos semimanufaturados, a média recuou 6,8%, passando de US$ 130,7 milhões em agosto de 2012 para US$ 121,8 milhões no acumulado deste mês. O resultado se deve ao menor embarque de semimanufaturados de ouro, ferro-ligas, óleo de soja em bruto, ferro fundido e alumínio em bruto.
Os manufaturados apresentaram queda de 7,4% na comparação entre média diária no acumulado deste mês (US$ 329,4 milhões) com agosto do ano passado (US$ 355,7 milhões). As maiores baixas foram registradas nas vendas de aviões, motores e geradores, veículos de carga, laminados planos, óleos combustíveis, bombas e compressores, pneumáticos e autopeças.
Na outra ponta, as importações subiram 6% até a segunda semana de agosto -média diária de US$ 883,4 milhões – ante US$ 833 milhões em agosto do ano passado. Nessa comparação cresceram os gastos com veículos, cereais e produtos de moagem, combustíveis e lubrificantes, farmacêuticos, cobre e suas obras, instrumentos de ótica e precisão, borracha e obras, equipamentos mecânicos e plásticos.
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Medo do desemprego aumenta, indica pesquisa
Valor Econômico
Duas sondagens realizadas pela Fundação Getulio Vargas (FGV) sinalizam piora no mercado de trabalho, com queda no ritmo de criação de vagas e maior apreensão dos consumidores quanto ao desemprego. O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp), que busca antecipar a tendência do mercado de trabalho, recuou 5,7% em julho, ante junho, com ajuste sazonal. É a segunda queda consecutiva e a maior desde novembro de 2008 (-18,7%), período mais agudo da crise mundial.
Outro termômetro, o Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) aumentou 7,2% em julho, ante junho, considerando-se dados ajustados sazonalmente. É a maior variação positiva da série, iniciada em novembro de 2005. Quanto maior o aumento, pior é a avaliação do consumidor a respeito do mercado de trabalho. Esse movimento sinaliza elevação da taxa de desemprego no mês nas sete capitais pesquisadas pela FGV: São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Recife, Salvador, Brasília e Porto Alegre.
A queda no indicador antecedente reforça o movimento de deterioração do mercado de trabalho, segundo Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador do Ibre. “Está cada vez mais claro que a perspectiva do mercado de trabalho para o fim do ano vai ser mais fraca do que o esperado”, diz.
Segundo Barbosa, embora se espere que a taxa média de desemprego do ano fique próxima à de 2012, de 5,5% (recorde de baixa), as condições do segundo semestre serão diferentes das do mesmo período do ano passado. Ele ressalta que o momento é distinto do vivido em 2012, quando a geração de postos de trabalho era crescente. A realidade, hoje, é outra, com cenário desfavorável e perspectiva de aumento no nível de desemprego e menor criação de vagas, diz.
O dado positivo, afirma Barbosa, é que menos jovens estão entrando no mercado de trabalho, o que pode fazer o índice de desemprego se elevar em velocidade menor. “Até o começo do ano, o mercado de trabalho estava quebrando recordes, com nível de desemprego cada vez mais baixo, mas essa tendência sofreu uma inversão. Ainda não observamos que o desemprego vá disparar, mas a princípio, em 2014, o desemprego vai estar mais alto”, prevê.
Entre as razões para a inversão da tendência, estão o baixo nível de atividade e a inflação. Os setores de comércio e serviços, que empregam muito e foram responsáveis por manter índice de desemprego baixo até agora, já estão reduzindo o volume de contratação.
Em relação à elevação recorde do Indicador Coincidente de Desemprego, Barbosa afirma que o índice pode ter sido afetado negativamente pelas manifestações ocorridas em todo país no período da coleta de informações. “Todos os índices de consumidores tiveram variação expressiva para baixo, afetados pelas manifestações, isso pode ter contribuído para aumentar o índice, porque gera um nível de pessimismo maior”, explica o economista.
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Petrobrás e Braskem terão de explicar seus balanços
O Estado de S. Paulo
A adoção da contabilidade de hedge (proteção) por companhias abertas para reduzir o impacto da alta do dólar nos resultados do segundo trimestre está sendo apurada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O regulador pediu explicações para pelo menos dois grupos: Petrobrás e Braskem.
Uma consulta a dados públicos revela que a Superintendência de Relações com Empresas (SEP) da CVM abriu processos administrativos para analisar as informações trimestrais dessas companhias. O da estatal foi iniciado ontem, três dias após a publicação do balanço financeiro do segundo trimestre.
Consultada, a CVM informou que não comenta casos específicos. No entanto, confirmou que a SEP “está analisando o referido tema contábil para um conjunto de companhias, no âmbito do Sistema de Supervisão Baseada em Risco (SBR)”.
A prática da contabilidade de hedge é legal e autorizada no País desde 2009. A opção por esse modelo já foi feita anteriormente por grandes companhias. A hipótese é que a CVM esteja questionando o momento e a forma como as duas empresas comunicaram ao mercado a nova política. Esse mecanismo neutraliza parte do impacto da variação sobre a dívida da empresa no curto prazo.
Em entrevista coletiva ontem, o diretor financeiro da Petrobrás, Almir Barbassa, afirmou que a contabilidade de hedge “veio para ficar”.
Para Barbassa, a contabilidade de hedge é um instrumento muito útil para países em desenvolvimento, que têm maior dificuldade de captar recursos no mercado internacional “e acabam expostas a variações”. Além disso, reduz a volatilidade no resultado fruto de variações cambiais.
Repercussão
A decisão da Petrobrás teve forte repercussão no mercado por ter sido tomada em meio à escalada do dólar.
No segundo trimestre do ano passado, quando o dólar se valorizou 10,93%, a Petrobrás registrou prejuízo de R$ i,346bilhão, o primeiro balanço no vermelho desde a maxidesvalorização do real, em 1999.
Tanto a estatal quanto a Braskem passaram a adotar a contabilidade de hedge em maio. No entanto, as companhias só comunicaram a nova prática ao mercado em julho, quando os balanços já estavam fechados.
É possível que a CVM também olhe a maneira como o impacto dessa contabilidade foi destrinchada nos balanços. Outro ponto é verificar se as companhias cumpriram o trâmite necessário à adoção do hedge. Por exemplo, se há garantias de receita futura compatível com a perda contábil referente ao efeito do câmbio sobre a dívida.
Na contabilidade de hedge as exportações são usadas como proteção contra avariação da dívida em moeda estrangeira. A manobra elimina o descasamento contábil entre os efeitos benéficos da valorização do câmbio na receita de empresas exportadoras – mais demorado – e o imediato peso negativo sobre a variação da dívida em moeda estrangeira.
A decisão da Petrobrás de adotar a mudança a partir de maio evitou um resultado trimestral fraco. O lucro de R$ 6,201 bilhões reportado entre abril e junho foi alcançado porque um montante de R$ 7,982 bilhões em perdas cambiais não foi contabilizado no resultado, mas no patrimônio líquido da empresa.
No caso da Braskem, o hedge adotado evitou que o prejuízo líquido de R$ 128 milhões no segundo trimestre fosse mais de oito vezes superior.
O prejuízo da petroquímica teria chegado a R$ 1,082 bilhão no período, segundo a própria empresa.
O início da temporada de balanços do segundo trimestre já indica que nos próximos meses outras companhias tendem a usar a contabilidade de hedge. A mineradora Vale informou que estuda a adoção da prática.
No entanto, o presidente da Vale, Murilo Ferreira, declarou em teleconferência com analistas e investidores que a empresa decidiu não usar a prática no segundo trimestre para não parecer uma medida “casuística”.
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MPF suspeita que cartel agia em projetos federais
O Estado de S. Paulo
O Ministério Público Federal (MPF) vê indícios de que o suposto esquema de cartel nas obras do Metrô de São Paulo tenha atuado também em licitações federais envolvendo a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). A afirmação foi feita ontem pela procuradora da República em São Paulo Karen Louise Jeanette Kahn, responsável pela investigação do caso na área federal.
Algumas da principais empresas investigadas no caso mantêm e mantiveram contratos com a estatal federal, vinculada ao Ministério das Cidades, desde 1998 até agora. “Há vários contratos (federais) também. Há possíveis outros cartéis em âmbito federal. Aqui estamos falando, via de regra, em cartéis estaduais com efeito na esfera federal, crime de evasão. Envolve recursos da União”, disse Karen. Em seguida, questionada especificamente sobre a CBTU, ela disse: “A CBTU tem alguns possíveis envolvimentos. Isso depende da análise das provas. Agente tem a suspeita”.
Karen afirmou que apura em tese diversos delitos. Além do cartel, haveria corrupção internacional, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e “formação de quadrilha, eventualmente com enquadramento na nova lei de organizações criminosas”. Muitas empresas citadas aparecem em outras apurações do MPF, o que reforça as suspeitas da procuradora Karen.
A procuradora não especificou quais licitações teriam sido fraudadas nem o período em que elas ocorreram – se envolveriam, por exemplo, os governos de Fernando Henrique Cardoso (1995 a 2002), de Luiz Inácio Lula da Silva (2003 a 2010) ou de Dilma Rousseff.
A suspeita de cartel no Metro em governos tucanos paulistas antecipou a guerra prevista para 2014 entre PSDB e PT. Desgastados com as denúncias, os tucanos reagiram afirmando que há suspeitas de cartéis cm outros sete Estados e no Distrito Federal. Em algumas capitais, como Belo Horizonte e Recife, a CBTU organizou a licitação e opera o sistema de transporte. Em outras, como Salvador e Fortaleza, foram aplicadas verbas federais no metrô, mas o sistema é operado por estatais estaduais.
Investigadas. As empresas Siemens e Alstom – que estão no centro do caso – dizem que colaboram com as investigações em curso. A Alstom é investigada desde 2009. O caso Siemens veio à tona no mês passado quando executivos da multinacional firmaram um acordo de leniência com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cadê)- relatam os ilícitos e, em troca, não são processados. O Ministério das Cidades informou que “qualquer irregularidade eventualmente encontrada será apurada (veja texto acima).
Ao lado de Carlos Emmanuel Joppert Ragazzo, superintendente-geral do Cade, Karen é uma das signatárias do acordo de leniência feito por seis ex-executivos da Siemens para delatar o cartel. Eles entregaram provas da atuação do grupo para fraudar licitações da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e dos Metrôs de São Paulo e de Brasília.
Nas 1.073 páginas do inquérito do Cade há citações a obras e licitações em outras capitais – Goiânia, Rio, Recife, Belo Horizonte, Fortaleza e Salvador – e também no Chile, em Santiago. Em trocas de e-mails, os executivos da empresa expõem análises de mercado ou seus planos para fornecer equipamentos em futuros contratos. Mas, ao contrários das seis licitações em São Paulo e no DF, não revelam provas contundentes da atuação do cartel ou indícios de pagamento de propina.
Inquéritos
Na Justiça estadual há 45 inquéritos que apuram suposta improbidade administrativa dos envolvidos e um inquérito criminal para investigar prática de cartel Assim como o MPF, o Ministério Público Estadual (MPE) também assinou o acordo de leniência com a Siemens e o Cade. Mas nenhum deles teve acesso ao material apreendido na operação de busca e apreensão realizada em 4 de julho. Por isso, Karen pediu à Justiça que lhe garanta acesso aos dados.
A procuradora não vê ação política do Cade no caso, como acusa o PSDB. “Eu não entendo (a demora do Cade) como uma tentativa de dificultar a obtenção das provas. É uma questão conceitual O Cade entende que o acesso deve ser pelo Judiciário, nós entendemos que não por conta de termos sido parte do acordo de leniência.” E emendou: “Não estamos tentando abrir caminho para nenhum tipo de benefício para o Estado de São Paulo ou qualquer governo. Nosso pedido é para que possamos exercer nossa atribuição, pura e simplesmente. São Paulo é investigado, nas autoridades são investiga-1as, e acredito que aí existe uma diferença conceituai” Para ela, a dificuldade no acesso às provas atrasa apuração.
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Companhias aéreas terão ajuda federal
Correio Braziliense
O governo vai socorrer as maiores companhias aéreas do país — Gol, TAM, Azul e Avianca —, que enfrentam graves turbulências financeiras em razão da disparada dos custos, sobretudo do querosene de aviação, na esteira do dólar mais caro. Entre as medidas sob avaliação da Secretaria de Aviação Civil (SAC) está o repasse de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A ajuda tem como principal objetivo evitar uma onda de demissões no setor. Só a TAM já anunciou a dispensa de até 1 mil profissionais nos próximos meses.
O ministro da SAC, Wellington Moreira Franco, informou ontem que se reunirá na próxima terça-feira, em Brasília, com os representantes das empresas para discutir a situação de caixa delas. “Não adianta ter infraestrutura de alta qualidade se não tivermos companhias aéreas saudáveis”, ponderou ele, durante palestra na capital paulista. No evento, ele ressaltou que os aeroportos do país estão aptos a atender a demanda durante a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
As líderes do setor, Gol e TAM, intensificaram nas últimas semanas a redução da oferta de voos e anunciaram demissões para conter os sucessivos prejuízos trimestrais. A expectativa do mercado é de que ambas voltem a apresentar perdas expressivas nos balanços do segundo trimestre. Em 2012, elas tiveram juntas prejuízo de R$ 2,7 bilhões, uma alta de 148,6% sobre os resultados negativos do ano anterior (R$ 1,1 bilhão).
Depois de duros ajustes, a Gol reduziu as perdas para R$ 75,3 milhões no primeiro trimestre deste ano. A Latam, holding da TAM e da Lan, por sua vez, apresentou, no período, lucro de R$ 88 milhões. Apesar de positivo, o desempenho caiu 49% sobre igual período do ano passado, em razão da valorização do dólar. Moreira Franco não detalhou os temas que vai discutir com os executivos, mas disse que pretende ouvir deles um diagnóstico detalhado do quadro financeiro das empresas e recolher sugestões para amenizar a crise.
O ministro destacou, na exposição, que o dólar é o principal risco para as áreas em todo o mundo, pois o câmbio interfere não só nos preços dos combustíveis, mas no custo de outros itens importantes, como o próprio pagamento pelas aeronaves. Para enfrentar essa realidade, as companhias, representadas pela associação do setor, a Abear, têm defendido, entre outras medidas, unificação do imposto estadual (ICMS).
Desde que tomou posse, no começo do ano, Moreira Franco tem acenado com ajuda às empresas, inclusive via BNDES, argumentando que a aviação civil sempre precisou de apoio do governo. Mas, para especialistas ouvidos pelo Correio, a solução esperada pelas companhias áreas envolve a desoneração radical do querosene, considerando que recursos de longo prazo não teriam efeito, e incentivos já foram dados, como a desoneração da folha de pagamento.
Para o tributarista Jorge Henrique Zaninetti, sócio do escritório Siqueira Castro Advogados, não há alternativa de estímulo à aviação civil sem mexer na carga tributária sobre os combustíveis. “Enquanto na maioria dos países há grande isenção sobre as empresas aéreas, o Brasil é um dos que mais tributa. Para piorar, 40% dos custos do serviço estão baseados no querosene”, observou. Ele defende redução do ICMS e retirada da Cide, um tributo federal.