Ganho do semestre é o maior da história dos bancos

 

Entre janeiro e junho, o banco reportou lucro líquido de RS 10,02 bilhões, superando Itaú Unibanco (RS 7,23 bilhões), segundo colocado, e Bradesco (RS 5,868 bilhões), na sétima colocação, em um recorte dos primeiros semestres nos últimos três anos.

No segundo trimestre, o resultado do Banco do Brasil também é o maior da história do setor bancário brasileiro com RS 7,47 7 bilhões, ultrapassando Itaú Unibanco (RS 3,74 bilhões). O Bradesco tem o oitavo maior lucro dos segundos trimestres entre os bancos.

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Governo quer privatizar mais aeroportos

O Estado de S. Paulo

O governo ampliará “passso a passo” o programa de concessão de aeroportos à iniciativa privada. Antes refratárias a estender às privatizações para além de Guaraihos, Viracopos (SP), Brasília, Galeão (RJ) e Confins (MG), autoridades do govemo estão agora animadas com a demanda por informações no processo das novas licitações ainda sob avaliação no Tribunal de Contas da União (TCU).

“Será “step by step” daqui para a frente. Mas há investidores com apetite para esse processo” informou ao Estado uma graduada fonte do governo. Na área econômica, o consenso é de que “há mercado” consolidado entre operadores de grandes aeroportos internacionais, empresas de infraestrutura e fundos de pensão nacionais para investir em terminais aéreos.

A estratégia do governo é fazer a estatal infraero, que monopolizou o setor até o ano passado, ter em sua carteira apenas aeroportos pequenos e médios. Sem Galeão e Confins, a Infraero terá suas receitas reduzidas pela metade, e ficará dependente dos repasses das concessionárias – que devem somar R$ 3,1 bilhões a partir de 2015. Além disso, o govemo tem no horizonte a abertura de capital da estatal, prevista para 2016. Para melhorar esse desempenho, o govemo também ampliará autorizações para aeroportos executivos privados. Dois foram anunciados e outros dois estão na fila, no Rio e em São Paulo.

Agora, depois de meses de negociação e debates internos entre Casa Civil, Secretaria de Aviação Civil, Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e TCU, os auditores federais trabalham nos termos do edital de licitação de Galeão e Confins. O tribunal está na fase de análise da viabilidade das concessões e avalia os estudos de impacto ambiental antes da formatação do leilão, aguardado com ansiedade no Palácio do Planalto.

Sem risco

Em fevereiro de 2012, após muita polêmica com o próprio TCU em torno dos vai lores mínimos para as concessões, o governo realizou as licitações para Guarulhos, Viracopos e Brasília. “Desta vez, tudo foi discutido antes. Não tem mais o que debater”, disse a fonte. Os termos devem ficar prontos em até 45 dias.

A licitação para Galeão e Confins está marcada para 31 de outubro. Desde o início das discussões, o govemo alterou algumas regras e permitiu a participação dos vencedores da primeira rodada de concessões nos novos leilões. Empresas e fundos de pensão poderão entrar como investidores até o limite de 15% nos consórcios.

“Esse é o modelo que acreditamos correto. Os investidores podem entrar para dar mais vigor ao processo”, avalia uma autoridade. Os valores dos lances mínimos foram ajustados, assim como a demanda de investimentos ao longo dos contratos. A oferta, pelo Galeão foi definida em R$ 4,73 bilhões e por Confins, em R$ 994 milhões.

O governo aposta boa parte de suas fichas no sucesso desse leilão. O dinheiro das outorgas poderá engordar a meta fiscal do governo.

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Ida de Dilma aos EUA é nova chance perdida, diz analista

O Estado de S. Paulo

A visita da presidente Dilma Rousseff a Washington está sendo encarada como mais uma oportunidade perdida nas relações bilaterais, segundo Peter Hakim, presidente do Diálogo Interamericano. O encontro de Dilma com o presidente americano, Barack Obama, seguido de jantar de gala na Casa Branca, em 23 de outubro, dificilmente selará as decisões necessárias para aprofundar os laços entre as duas economias.

Na perspectiva americana, nada poderia ser melhor do que o início da negociação de acordos de livre comércio e de investimentos, além do contrato do Ministério da Defesa de compra dos caças F-18 Super Hornet, da Boeing. As chances de esses três passos serem adotados pelo governo de Dilma, entretanto, são nulos. Obama está ciente disso e não oferecerá ao Brasil um degrau mais alto na escala internacional, como seu apoio ao ingresso do País no Conselho de Segurança da ONU como membro permanente.

Um dos sinais da frustração da Casa Branca surgiu com a transferência de seu embaixador em Brasília, Thomas Shannon, para a Turquia, antes da visita. Segundo Hakim, se a pauta tivesse conteúdo, Shannon teria sua chegada a Ancara postergada e acompanharia Dilma a Washington. “A visita é a chance de Dilma e Obama tomarem grandes decisões e de explorarem caminhos que não trilhariam sem esse novo encontro”, afirmou Hakim. “Mas nada daquilo a que o Brasil aspira nem o que os EUA desejam deve sair. Nenhum dos dois quer tomar as decisões necessárias.”

A entrevista de ontem de Kerry e Patriota refletiu a situação da agenda bilateral Kerry afirmou que o Brasil é uma das “parcerias essenciais do século 21” para os EUA e a qualificou como “notável e dinâmica”. Mas, ao destacar uma área em que o Brasil avançou e os dois países podem fechar algum acordo, ele escolheu a mudança climática. Os EUA, segundo Hakim, não têm uma política ambiental nacional para falar em acordo com o Brasil nessa área.

Apesar da posição defensiva do secretário de Estado ao ser questionado sobre a espionagem americana, Hakim acredita ser o setor de segurança uma das raras áreas em que a relação pode avançar, “Não há uma agenda real entre Brasil e EUA”, diz Hakim. “Em 28 anos de democracia no Brasil, os dois países conseguiram desenvolver bons laços econômicos, mas nunca firmaram acordos de comércio e investimentos.”

Antes de Kerry, que foi a Brasília para preparar a agenda da visita de Dilma, o vice-presidente americano, Joe Biden, esteve no País. Nenhum deles apontou oportunidades de avanço na relação bilateral Dilma, porém, fará a única visita de Estado agendada pela Casa Branca para este ano.

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Trem-bala custará R$ 1 bi mesmo se não sair do papel

O Globo

Com o adiamento do leilão por pelo menos um ano, o Trem de Alta Velocidade (TAV) deixou de ser prioridade do governo, mas mesmo que não saia do papel vai custar até o fim do mandato da presidente Dilma Rousseff pelo menos R$ 1 bilhão aos cofres públicos. O cálculo considera o que já foi gasto até o momento com os estudos de viabilidade econômica do empreendimento, contratação de consultoria, entre outras despesas, e a estimativa de gasto da Empresa de Planejamento e Logística (EPL) com o projeto executivo do trem-bala, que tem prazo até dezembro de 2014 para ser concluído. O empreendimento liga Rio a São Paulo e Campinas. O presidente da EPL, Bernardo Figueiredo, informou ao GLOBO que o custo total do projeto executivo é de R$ 900 milhões.

– O impacto do adiamento (do leilão) nos nossos planos de trabalho é residual. O maior trabalho que a gente tem é a realização do projeto executivo do TAV, que vai continuar normal. O custo total do projeto é de R$ 900 milhões – disse Figueiredo.

A EPL acabou de habilitar o consórcio Geodata Italferr para gerenciar os projetos do TAV. Pelo trabalho, a empresa receberá R$ 77 milhões, dos quais R$ 25 milhões este ano. Caberá ao consórcio contratar empresas para elaborar o projeto executivo, que conterá todos os detalhes da parte de engenharia, como o número de túneis, pontes e estações, por exemplo. Além disso, já foram gastos R$ 28,9 milhões com a realização, em 2007, dos estudos que balizaram o edital do leilão.

“Só quero saber do que pode dar certo”

Anunciado anteontem pelo ministro dos Transportes, César Borges, o adiamento do leilão do trem-bala por um ano, no mínimo, indica que o projeto não sairá do papel até o fim do mandato da presidente Dilma Rousseff. O empreendimento, segundo um interlocutor da presidente, deixou de ser prioridade. Ele resumiu em uma frase a posição do governo, citando música dos Titãs:

– Só quero saber do que pode dar certo. (…) O foco agora é nos leilões de rodovias, portos, Libra (blocos do pré-sal) e aeroportos.

Ontem, em entrevista à rádio CBN, a chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, disse que “o governo não desistiu”, mas apenas adiou para 2014 a licitação do trem-bala, atendendo pedido de empresas interessadas na execução do projeto.

– Alguns interessados queriam mais tempo e, se fizéssemos (o leilão) agora, poderíamos ter apenas um concorrente, o que seria ruim para o processo licitatório – declarou à rádio.

Segundo Gleisi, o atraso “faz parte de um processo de aprendizado nosso e também dos investidores brasileiros”.

Na visão de Bernardo Figueiredo, a EPL, criada com a missão máxima de tirar o trem-bala do papel, não será esvaziada com adiamento do leilão. Ele disse que o TAV é apenas uma parte do trabalho da EPL, que também será responsável pela elaboração de um planejamento a longo prazo para o setor de infraestrutura, visando a implementar no país um sistema de logística integrada.

Essa visão não é compartilhada por outros integrantes do governo da área de infraestrutura. Eles destacam que o TAV foi totalmente delegado à EPL pelos órgãos que cuidam do setor, como a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), responsável pelo edital, consumindo a maior parte das atribuições da empresa.

Apesar do adiamento do leilão, a EPL manteve o cronograma de obras do trem-bala. As obras estão previstas para começar no primeiro semestre de 2015, de modo que o trem comece a rodar em 2020.

– Não tem plano B para esse negócio. Vamos ter que fazer, e quanto mais cedo melhor. Temos que parar de fazer as coisas só no limite do suportável – disse Figueiredo, lembrando o saturamento de rodovias (com a Dutra) e dos aeroportos, além da existência de vários municípios no eixo Rio-São Paulo que poderão ser alavancados com o trem-bala.

As despesas do governo com o TAV vêm desde 2005, quando a Valec Engenharia Construção e Ferrovias S.A era a responsável pelo projeto e contratou a empresa italiana Italplan Engineering para elaborar o projeto básico da obra. O negócio resultou numa disputa judicial, em que a Ítalplan cobra da Valec ¬ 270 milhões, alegando que o serviço não foi pago. Para defender a estatal, a Advocacia-Geral da União (AGU) contratou um escritório internacional por R$ 1,26 milhão, por dois anos. O caso começou na justiça italiana e está no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Em 2007, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) assumiu o projeto do TAV e contratou o consórcio Halorow Sinergia e Prime Engenharia, via BNDES, por R$ 28,9 milhões para realizar os estudos, que serviram de base para a elaboração do edital do primeiro leilão, realizado em maio de 2011, que fracassou por falta de interessados. Na última versão do edital, o governo reformulou o modelo, dividindo o projeto em duas fases (construção e operação), além de assumir todo o risco do empreendimento, via EPL.

“Governo não sabia o que queria”

Pensada inicialmente apenas para ser um acionista do trem, a EPL acabou virando sócia do negócio, com participação de 45%. Em 2012, o governo injetou R$ 5 milhões para constituir a empresa. Os gastos com custeio da estatal somaram R$ 28,2 milhões em 2012 e neste ano, dos R$ 152,7 milhões orçados, foram empenhados R$ 60 milhões. A EPL conta com três diretores, 151 empregados e paga aluguel de R$ 137 mil por mês (R$ 1,64 milhão por ano) no novo prédio onde foi instalada, segundo dados da própria empresa.

Para o economista Paulo Rabello de Castro, os constantes adiamentos mostram que o projeto do governo tem falhas:

– Dão a entender que o governo não sabia o queria e foi adaptando o projeto ao interesse do investidor. Um projeto dessa magnitude tem que ser cercado de cuidados especiais de comunicação com o público – disse Castro, lembrando que o governo deveria regulamentar o artigo 67 da Lei de Responsabilidade Fiscal, que manda criar um conselho fiscal com representantes do governo e da sociedade, para analisar a natureza e necessidade dos gastos.

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‘Inflação da Copa’ chega a 583% em hotéis

Valor Econômico

A Embratur concluiu um amplo levantamento sobre as diárias de hotel a ser cobradas nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo, em 2014, e descobriu variações de até 583%, em relação aos preços cobrados tendo como base o último mês de julho.

O presidente do Embratur, Flávio Dino, está preocupado com o que os técnicos do órgão estão chamando de “inflação da Copa”, que ocorreria com a contaminação dos preços do setor de serviços, a partir das diárias exorbitantes cobradas pelos hotéis.

Além da “inflação da Copa”, os altos preços dos hotéis devem ter impactos, na sequência, para o desenvolvimento do setor turismo no país, com a fixação da imagem do Brasil como a de “um destino turístico caro”, afirma Dino. “Isso justamente quando o país deve bater a barreira histórica de 6 milhões de turistas ao ano”, disse.

Entre 2008 e 2012, houve aumento de 300% na diferença entre a receita do país com os estrangeiros e a despesa dos brasileiros no Exterior. A Embratur teme que a imagem de “país caro” possa atrapalhar as políticas para aumentar o número de turistas no Brasil e tentar equilibrar esses números.

Entre 2008 e 2012, houve aumento de 300% na diferença entre a receita do país com os estrangeiros e a despesa dos brasileiros no Exterior. A Embratur teme que a imagem de “país caro” possa atrapalhar as políticas para aumentar o número de turistas no Brasil e tentar equilibrar esses números.

Sem mecanismos de política de combate à inflação a mãos, o presidente da Embratur enviou um ofício, ainda em junho, para a Secretária Nacional do Consumidor, órgão do Ministério da Justiça com poderes para acionar os Procons. Para a Copa, a tarifa média no Rio de Janeiro é de US$ 461, contra US$ 200 em Johannesburgo, na África do Sul, e US$ 300 em Berlim, na final da Copa da Alemanha, países que sediaram as duas últimas versões da competição de futebol.

No ofício à Secretaria Nacional do Consumidor Flávio Dino é duro com a operadora de viagens da Fifa, que bloqueou grande parte dos quartos disponíveis na rede hoteleira. Os preços cobrados pela agência estariam influindo decisivamente na elevação das tarifas, segundo Dino. “É provável que a operadora Match esteja praticando comissões de intermediação muito acima do que costuma ser praticado no mercado turístico em detrimento dos potenciais consumidores”, diz o presidente da Embratur no ofício.

Em junho, a Embratur fez o mesmo levantamento em nove capitais que terão jogos da Copa de 2014 e encontrou uma variação de diárias de até 376%. O atual levantamento foi realizado em todas as capitais e identificou variações de até 583%, em Salvador, Bahia.

A “inflação da Copa”, termo cunhado na Embratur, é prevista para ocorrer já com o país em plena campanha eleitoral e pode ser um fator de desgaste para o governo. Para o mesmo período é prevista a volta de manifestações como aquelas vistas em junho.

O último levantamento feito pela Embratur faz uma comparação entre os hotéis selecionados já disponíveis para reserva pelo site da FIFA com tarifas em dólar. Em geral as variações em relação a junho, mês em que foi realizada a Copa das Confederações, e até julho e agosto superam a marca dos 100%. O segundo hotel com maior variação também está na capital da Bahia, com um percentual de 397% a mais na diária da Copa em relação ao que era cobrado em julho passado.

No ofício ao Ministério da Justiça, Flávio Dino diz ainda que a FIFA, em conjunto com a Match, impõe exigências de quantidade mínima de diárias para o turista que deseja se acomodar em algum dos hotéis negociados pela operadora supracitada.

Segundo informações da própria operadora, há a exigência de estada mínima de duas noites para qualquer período de reserva durante a Copa do Mundo de 2014, exceto para os jogos da abertura e semifinal, em que se exige mínimo de três noites, e para a final, com estada mínima de quatro noites.

 

“Como já foi possível observar na Copa das Confederações, o preço elevado das diárias reverbera por todo o setor de serviços, contribuindo para formar uma inflação da Copa”, diz Flávio Dino. “Se o coco custa dez na praia em frente ao hotel, passa a valer R$ 20, o preço do camarão vai atrás”, numa reação em cadeia por todo o setor de serviços, segundo Flávio Dino.

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