BC fará leilões diários para injetar mais US$ 60 bi

 

O objetivo é fornecer um caminho “cristalino” ao mercado, como explicou ao Estado uma fonte da equipe econômica do governo, tranqüilizando investidores e empresas sobre como o BC vai atuar. O BC informou que vai oferecer leilões todos os dias da semana até 31 de dezembro deste ano.

Esse caminho, chamado tecnicamente de “guidance” ao cercado Já foi adotado em outras oportunidades, quando a operação foi apelidada de “ração diária ao aercado”. Desta vez, no entanto, o volume é ainda maior.

Os leilões de contratos de swap ocorrerão todos os dias, no mesmo horário. De segunda a quinta-feira, o BC vai ofertar US$ 500 milhões por dia. Às sextas-feiras, a autoridade monetária fará um leilão de venda, com compromisso de recompra, de uma linha de crédito de US$ 1 milhão. Em nota divulgada ontem, o BC avisa que “se julgar Apropriado”, “realizará operações adicionais.

Sinal verde – O objetivo do governo é conter a sangria que abateu o mercado de câmbio brasileiro nas últimas semanas. A operação do BC foi desenhada nesta semana, e recebeu o sinal verde da presidente Dilma Rousseff na quarta-feira. Após sucessivos dias de estresse, onde o dólar chegou a ser cotado a R$ 2,45, a presidente convocou os principais agentes da equipe econômica para encontrar uma forma de “suavizar” esses movimentos, considerados bruscos pelo Planalto.

Na visão do governo, a atuação deve ser “pontual, objetiva e determinante”, como afirmou uma fonte graduada da equipe econômica, que participou de um dos encontros com a presidente na quarta-feira. A ideia de ofertar contratos de “swap cambial” em grande volume se encaixa neste perfil o salto na cotação do dólar não ocorre por conta de saídas efetivas da moeda, mas no mercado futuro, onde esses papéis são negociados.

Cenário

O sinal de alerta foi ligado em Brasília porque, em uma mesma semana, o dólar continuou a disparar, ao mesmo tempo em que se configurou inevitável a concessão de um reajuste no preço da gasolina e no óleo diesel, de forma a reduzir a pressão sobre a Petrobrás. No meio do caminho, o governo divulgou o dado mais fraco de geração de vagas formais para meses de julho.

Ontem, em entrevista à Rede Globo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, reduziu mais uma vez a estimativa oficial de avanço do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano – de 3% para 2,5%. Sobre o estresse na taxa de cambio, Mantega disse que a alta “excessiva” é “passageira”.

“Mas acho que depois da turbulência do Fed, ela volta para patamares menores”.

EUA

A maré de alta na cotacão do dólar começou depois que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) sinalizou que, após anos estimulando a economia dos EUA, deve começar a tirar o pé do acelerador.

Imediatamente, o mercado passou a antecipar esta mudança de cenário, e as moedas de países emergentes foram as mais atingidas.

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Belo Monte deve casa a mais de 7 mil famílias

Valor Econômico

O atraso no cumprimento de obras compensatórias atreladas à construção da hidrelétrica de Belo Monte levou o consórcio Norte Energia, que é o dono da usina, a fazer algumas mudanças de planos, com o propósito de não comprometer o cronograma do empreendimento. Essas mudanças mexeram em uma das áreas mais sensíveis de todo o empreendimento: o reassentamento das milhares de famílias que terão as suas casas atingidas pela barragem da hidrelétrica, que está sendo erguida nas águas do rio Xingu, na região de Altamira, no Pará.

O cronograma da Norte Energia prevê que mais de 7 mil famílias devem ser remanejadas de suas casas até julho do ano que vem, quando está prevista a etapa de enchimento do lago da usina. Isso significa fazer a mudança de aproximadamente 20 mil pessoas no prazo de onze meses. Dessas 7 mil famílias, 4,1 mil optaram por morar nas vilas que serão construídas pela Norte Energia. Outras 3 mil deverão receber indenizações ou cartas de crédito para aquisição de outro imóvel. Para acelerar a construção, a Norte Energia alterou o material que será usado nas casas. Em vez da alvenaria tradicional, como estava previsto, as casas começaram a ser erguidas com uma estrutura de concreto moldado. O material faz com que a casa fique 20% mais cara que o modelo originalmente previsto, mas é mais fácil e rápido de trabalhar.

Os donos de Belo Monte também decidiram reduzir o tamanho das casas que haviam prometido. No ano passado, a Norte Energia divulgou panfletos em Altamira, com detalhes sobre as novas residências, as quais teriam modelos de 60, 69 e 78 metros quadrados, com dois ou três dormitórios. Agora, decidiu-se que todas terão 63 metros, com três dormitórios. O terreno de 300 metros quadrados em cada casa foi preservado.

Segundo levantamento feito pela Norte Energia, 54% das casas que terão de ser desocupadas têm até 60 metros quadrados de área de construída. Outros 23% tem entre 60 metros e 100 metros e os demais 27% tem área superior a 100 metros.

As mudanças, reconhece o diretor de engenharia e construção da Norte Energia, Antônio Kelson, têm o propósito de acelerar a construção das casas, mas ele afirma que a decisão foi tomada, principalmente, porque o consórcio teve a intenção de entregar uma estrutura de melhor qualidade para a população. “Foi uma decisão do acionista dar uma moradia melhor”, diz Kelson.

Não é o que diz o Movimento Xingu Vivo Para Sempre, organização não governamental que tem liderado manifestações contra a construção da usina. “A população está vendo seus direitos serem menosprezados e desrespeitados. Vimos as casas que já fizeram. Elas estão rachando, porque foram mal feitas”, critica Antonia Melo, coordenadora do Xingu Vivo.

A Norte Energia confirmou que ocorreram rachaduras na estrutura de uma das casas, mas atribuiu o problema a serviços de pavimentação realizados nas ruas, de frente para o imóvel, antes que a obra estivesse concluída. “O concreto da casa ainda não estava pronto, por isso ocorreram fissuras”, diz Kelson.

As 4,1 mil casas do reassentamento de Belo Monte serão erguidas em cinco áreas adquiridas pelo consórcio no entorno de Altamira. Em julho, as primeiras unidades começaram a ser construídas e a expectativa é de que cerca de 400 unidades habitacionais sejam entregue por mês, até julho do ano que vem. O orçamento estimado para as ações de reassentamento é de R$ 500 milhões.

O reassentamento das famílias é uma das ações compensatórias mais atrasadas de Belo Monte. A previsão original era de que o consórcio iniciasse a construção das de casas ainda em 2011. A Norte Energia, no entanto, enfrentou uma série de dificuldades para finalmente definir as áreas que serão adquiridas. A troca de comando na prefeitura neste ano também ajudou a retardar ainda mais o processo, por conta de revisões no plano diretor da cidade.

As mudanças nas estruturas das casas serão analisadas pelo Ministério Público Federal (MPF) em Altamira. “Estamos avaliando o que será feito. Vamos checar tecnicamente a estrutura dessas casas. As pessoas estão se sentindo enganadas, porque prometeram uma coisa para elas, mas estão entregando outra”, diz Bruna Menezes Gomes da Silva, procuradora do MPF.

Passados pouco mais de dois anos do início de sua construção, Belo Monte chegou neste mês ao seu pico de obra, com um total de 28 mil trabalhadores circulando nos canteiros instalados ao longo do rio Xingu, em Altamira (PA). As obras civis atingem 30% de conclusão. O início de operações da usina, diz Antônio Kelson, segue “rigorosamente em dia”, com previsão de ter a primeira turbina ligada em fevereiro de 2015, apesar de a usina já acumular um total de cinco meses de paralisações parciais ou totais de seus canteiros de obra.

Belo Monte terá capacidade instalada de 11.233 megawatts (MW), com geração garantida de 4.571 (MW), suficiente para atender 18 milhões de residências, quase 60 milhões de pessoas.

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Atividade da construção civil segue em queda

Valor Econômico

Os empresários do setor de construção civil precisam de “sinais de que as coisas estão andando” de fato para reverter a queda do otimismo do setor, afirmou o gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da Confederação Nacional da indústria (CNI), Renato da Fonseca.

Ontem, a Sondagem da Indústria da Construção de julho mostrou que o setor está reduzindo ininterruptamente a atividade desde janeiro de 2012. Além disso, desde junho de 2011 não há aumento da atividade sobre o mês anterior. Entre os dois períodos, houve momentos de estabilidade.

A mesma pesquisa apontou ainda que a expectativa do nível de atividade para os próximos seis meses está no menor nível histórico da pesquisa, iniciada em 2010. O indicador atingiu 53,7 pontos em agosto, batendo o recorde anterior, que era julho, com 54,6 pontos. Como o medidor ainda está acima de 50 pontos, ele continua indicando perspectiva de melhora na atividade, mas menor.

Na opinião de Fonseca, apenas os diversos anúncios de concessões repetidos pelo governo não bastam para contrabalançar a diminuição da atividade na construção. Uma reversão nessa espiral de queda do otimismo, diz, pode acontecer à medida que as diversas obra de infraestrutura prometidas pelo governo “sejam efetivadas e as obras se iniciem”.

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Cardozo quer diálogo com índios para reduzir conflitos

Valor Econômico

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foi incisivo, durante encontro com indígenas ontem, ao afirmar que quer “conversar, dialogar e reduzir conflitos para garantir os direitos de demarcação” de terras e que é contra qualquer uso da violência. “Venham de onde vierem [os atos violentos], a lei vai ser cumprida.”

O ministro da Justiça participou da instalação da mesa de diálogo com os povos indígenas, em reunião do Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI), da qual fazem parte 20 representantes indígenas de diferentes regiões do país. O ministro afirmou que considera a Proposta de Emenda Constitucional 215 (PEC 215) inconstitucional. A PEC transfere a competência das demarcações que hoje é feita pela Fundação Nacional do Índio (Funai) para o Congresso Nacional.

“No que depender de mim, essa PEC não será aprovada, mas essa decisão é dos parlamentares”, frisou Cardozo. Os representantes indígenas presentes na mesa de diálogo aplaudiram a posição do ministro da Justiça.

“Não dá mais para empurrar com a barriga a questão indígena”, disse o ministro. “Vamos sentar, vamos reduzir os conflitos, vamos acabar com qualquer tipo de violência. Não matem a galinha dos ovos de ouro que é essa mesa.”

Os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência da República) e Izabella Teixeira (Meio Ambiente) também participaram do encontro, assim como representantes do Gabinete de Segurança Institucional, do Ministério do Planejamento e da Funai.

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Gleisi vai à China em busca de investimentos para ferrovias

Valor Econômico

A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, viaja hoje para a China com a missão de atrair investimentos para o programa de concessões de ferrovias. Durante audiência no Palácio do Planalto, dia 16, o embaixador da China no Brasil, Li Jinzhang, convidou a ministra da Casa Civil a apresentar o Programa de Investimentos em Logística ao governo chinês e demonstrou particular interesse nas concessões de ferrovias. Gleisi deve retornar ao Brasil no dia 28.

Segundo dados do governo, o Programa de Investimentos em Logística prevê, para o setor ferroviário, aportes de R$ 91,1 bilhões na construção, ou melhoria, de 10 mil quilômetros de linhas ao longo de 35 anos, sendo R$ 56 bilhões durante os primeiros cinco anos. O objetivo é que o país tenha uma rede ferroviária ampla e integrada, que permita estabelecer cadeias de suprimentos competitivas. O governo pretende acionar os bancos públicos para financiar as obras.

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Fatia brasileira no comércio global deve cair a 1,25%, diz AEB

Valor Econômico

O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, afirmou ontem que o Brasil deve reduzir a participação no comércio internacional para 1,25% em 2013. Segundo ele, no ano passado, essa fatia foi de 1,33%. Em 2011, de 1,41%.

Segundo ele, o Brasil tem potencial para dobrar o volume de exportações atual. Ele lembrou que o país possui o sétimo maior PIB do mundo, mas é apenas o 22º maior exportador. “Temos todas as condições. Potencial existe. Depende de nós fazer com se concretize”, disse, durante o Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex).

 

Castro ressaltou, como ponto positivo, que o Brasil aumentou a eficiência na agricultura. “Nos últimos anos, desde 2010, o Brasil aumentou muito a quantidade de produção. Não foi só por causa da chuva e do sol na hora certa, mas pela tecnologia. Estamos aumentando a produtividade”, disse.

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