Dívida brasileira na margem da bancarrota
A decisão do governo de estimular o consumo das famílias por meio do aumento do crédito, após a quebra do banco norte-americano Lehman Brothers, em 15 de setembro de 2008, fez com que a dívida pública do Brasil desse esse salto.
Este “crescimento” foi reforçado, ainda, pela injeção de recursos, via Tesouro Nacional, nos bancos públicos. Apenas o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) recebeu mais de R$ 300 bilhões, e grande parte dessa verba foi despejada em companhias escolhidas a dedo – dedo podre, aliás, como demonstram os resultados das empresas de Eike Batista, que foram beneficiadas diretamente com a “ajuda” do BNDES.
O reforço de capital dos bancos públicos, que já respondem por mais de 50% do crédito concedido no Brasil, permite ainda o endividamento excessivo das famílias. Segundo o Banco Central, em setembro de 2008, 32% da renda brasileira estava comprometida com o pagamento de dívidas. Em junho último, dado mais recente já disponível, 45% do orçamento familiar vinham sendo usados para a quitação de juros e das parcelas de débitos contraídos com os bancos. Um salto de 13 pontos percentuais!