SINASEFE: REAGRUPAR A ESQUERDA PARA ENFRENTAR O GOVERNO E O CAPITAL!

Vivemos tempos perigosos. A crise sistêmica do capital prova que não era marolinha, e chega ao Brasil como um verdadeiro tsunami. Ataques aos direitos da classe trabalhadora tornam-se cada vez mais intensos e rotineiros: retirada de conquistas, criminalização dos movimentos sociais, violação de direitos civis, aumento de impostos para os pobres, isenções para os ricos. Tudo isso vem sendo operado por um governo que se diz de esquerda, mas que, na prática tem, estelionato eleitoral após estelionato eleitoral, deixado cada vez mais claro seu compromisso com os banqueiros, com os latifundiários e com o capital monopolista transnacional. Nessa conjuntura, velhos e novos desafios e tarefas se impõem ao SINASEFE, que precisa ser capaz de responder à crise com uma política classista, sem compromisso com governistas, oportunistas ou burocratas de plantão.

Conforme chegamos mais próximos do 29º Congresso Nacional do SINASEFE, fica claro que um novo ciclo se inicia para o Sindicato. A implosão do grupo majoritário na Direção Nacional, SINASEFE pra Lutar (SPL), com sucessivas dissidências, foi um duro golpe na burocracia sindical, que buscava, através de compromissos com a esquerda anticapitalista, a manutenção de seus privilégios e espaços de poder. Por outro lado, não podemos deixar de reconhecer o importante papel que o SPL desempenhou na ruptura com a CUT e com o governismo, colocando o SINASEFE nas ruas e na luta. Temos convicção, portanto, que o conjunto do SPL não é nem será sinônimo de burocracia sindical, e respeitamos os companheiros e as companheiras de esquerda que permanecem no SPL, acreditando equivocadamente ser possível pactuar taticamente com a burocracia.

Solidarizamo-nos, desde já, com as dissidências à esquerda do SPL, em especial com os companheiros e as companheiras do PSTU, da APS, anarquistas e militantes independentes. Rechaçamos, porém, as rupturas sem sentido político, e de caráter personalista ou oportunista, que em nada contribuem para o debate em termos classistas e para o fortalecimento da esquerda. Não precisamos de velhos ou novos caudilhos, ou de lideranças autoproclamadas. Precisamos de uma nova prática sindical, não de novas lideranças!

Por outro lado, se não devemos temer a mudança, também não podemos deixar de estar vigilantes aos riscos que a conjuntura apresenta. Nesse sentido, como o SPL representava um importante espaço de aglutinação de forças anticapitalistas (ao lado, em menor medida, do “Unidos pela Base”), é preciso com urgência, fazer esforços no sentido de evitar a fragmentação da esquerda. Não podemos permitir que a conjuntura dê qualquer fôlego ou margem de manobra para governistas e oportunistas. Esse histórico movimento da esquerda no SINASEFE não pode, nem temporariamente, dar qualquer espaço para os inimigos da classe trabalhadora, tanto mais no momento em que ela sofre um de seus mais brutais ataques em toda a História.

Os esforços em busca da unidade não devem, porém, levar à criação de um sexto (ou sétimo…) “coletivo”. A organização em torno de “coletivos” tem, em vários momentos, levado a impasses, por vezes sem claro sentido político ou de construção programática para a categoria. Por esse motivo, o PCB e a Unidade Classista não se somaram, até o momento, a nenhum “coletivo”, o que tem nos permitido preservar nossa autonomia frente a disputas autofágicas, atuando, com a necessária independência, e junto à base, no que consideramos o melhor interesse da categoria e da classe trabalhadora.

Tendo todos esses elementos em vista, o PCB e a Unidade Classista convidam a todas as forças de esquerda e militantes anticapitalistas independentes a construir, com urgência, um espaço de coordenação e diálogo, com vistas à troca de visões e experiências, que seja o germe de uma frente de atuação sistemática em marcos programáticos anticapitalistas e anti-imperialistas. Essa frente não deve se confundir com um “coletivo” e não deve estar pautada pelas disputas de espaços de poder nos congressos eleitorais e eleições de seções, mas, sim, pela aproximação do sindicato com a base e pelo enfrentamento contra-hegemônico nos locais de trabalho e nos movimentos de massas.

UNIDADE PROGRAMÁTICA CONTRA A BUROCRACIA, O GOVERNISMO E O CAPITAL!

AVANÇAR NAS CONQUISTAS! NENHUM DIREITO A MENOS!

RENOVAR O SINDICATO PELA BASE E COM A BASE!

CRIAR! CRIAR! EDUCAÇÃO POPULAR!

Rio de Janeiro, 23 de março de 2015

Adriana Henning – IF-Farroupilha – Campus Santo Augusto

Diógenes Sgarbi – IFGO – Campus Formosa

Edlúcia Costa – IF- Sertão – Campus Petrolina Rural

Evandro Both – IF-Farroupilha- Campus Santo Augusto

Fabiano Duarte- IFAL -Campus Mal. Deodoro

Fabrício Jr de Oliveira Avelino – IFAL – Campus Piranhas

Gabriel Magalhães – IFAL – Campus Satuba

Hernani Cavalheiro Neto – IF-Sul – Campus Pelotas

João Carlos Cichaczewsky- IFC – Reitoria

José Ernesto Grisa – IF-Farroupilha- Campus Alegrete

Manuel Pederzolli Cavalheiro – IF-Sul Campus Pelotas

Marta Jane -IFGO – Campus Anápolis

Rodrigo Lima- IFSC – Campus Araranguá

Rubens Ragone Martins – IFMG – Campus Congonhas