Trabalhadores dos correios em greve por direitos e melhoria salarial
A greve por tempo indeterminado, deflagrada pelos trabalhadores dos Correios no Brasil em defesa de seus direitos e por reajuste salarial, cumpre uma semana, com a perspectiva de incorporar a totalidade das representações sindicais de base. Iniciada no dia 19 de setembro último, a luta é respaldada por 30 dos 31 sindicatos filiados à Federação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas dos Correios e Similares (Fentect). Só o Estado de Roraima não se somou até agora.
O momento é crítico e exige a tomada de consciência por parte de toda a categoria, já que o Acordo Coletivo de Trabalho que se negocia com a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) terá efeito para todos os trabalhadores. Os ataques da empresa só aumentam, e a direção da ECT já mostrou que não quer negociar e sim retirar os direitos dos trabalhadores, os quais foram conquistados em anos de luta. É hora de lutar não só pelos direitos dos empregados dos Correios, mas também contra a privatização da empresa, um tema cada vez mais abordado nos meios de comunicação, tanto pelo presidente da estatal, Guilherme Campos, como pelo ministro de Comunicações, Gilberto Kassab.
Segundo Kassab, a companhia estatal terá que fazer cortes radicais em suas despesas para evitar a privatização, pois as perdas atingiram uns 670 milhões de dólares em 2015 e uns 640 milhões no passado ano, e o governo de Michel Temer não oferecerá ajuda financeira, alegando não ter recursos. O que não é revelado à sociedade, segundo dirigentes da Fentec, é que a culpa desta situação não é dos trabalhadores, pois as despesas excessivas respondem a patrocinios e consultorias milionárias e também a gastos com os cargos comissionados, resultantes das indicações políticas. Para piorar a situação, sublinhou a Federação sindical, o governo federal faz questão de não pagar os valores retirados do caixa da empresa, os quais representam quase seis mil milhões de reais.
No Brasil, a adesão à greve vem crescendo. No Piauí, a categoria está totalmente mobilizada e mostrando força de enfrentamento: nas principais cidades centralizadoras os serviços estão quase 100% parados, como nas cidades de Picos, Esperantina, Floriano, Parnaíba, Pedro II, Piripiri, Luzilândia e Piracuruca. Além desses, outros municípios também aderiram à greve, como Marcolância, São José do Peixe, Pedro Laurentino, Guadalupe, Simplício Mendes, Cristino Castro e outros. A Unidade Classista participa diretamente da organização do movimento.
De acordo com o presidente do Sintect-PI, Edilson Nete, neste momento não existe outra saída além de lutar e enfrentar os ataques da direção da ECT.
“Nós estamos diante do maior ataque que a categoria já sofreu, então, é importante que cada trabalhador fique consciente e entrem na greve geral por tempo indeterminado, promovendo uma greve forte, pois essa é a forma que temos para pressionar a direção da ECT. Por isso, cada trabalhador precisa somar, aderir a greve e mostrar a sua força. Não vamos aceitar a retirada de direitos”, diz.
Vamos para luta em defesa do nosso plano de saúde, contra a retirada de direitos, contra o corte dos nossos benefícios (entrega matutina, ticket alimentação no período das férias e das licenças médicas, imposição do banco de horas). A luta é por nossos empregos, por nenhum direito a menos e contra a privatização!
Precisamos estar unidos! Todos para a greve! Em defesa dos Correios Público e de qualidade!
Nossos direitos e empregos ficam, Guilherme Campos sai!