Manifesto de Solidariedade ao PCB

Até agora, mais de duzentos intelectuais, militantes e organizações progressistas, de vários Estados do Brasil e de vários países, se manifestaram em solidariedade ao PCB, diante de uma representação da Confederação Israelita do Brasil no Ministério Público Eleitoral, acusando o partido de anti-semitismo, conforme nota política que aqui republicamos, ao final das assinaturas. O manifesto está aberto a adesões, através do endereço secretariageral.pcb1@gmail.com.

SOLIDARIEDADE AO PCB

Prestamos nossa solidariedade ao PCB (Partido Comunista Brasileiro) diante de representação judicial em que é acusado de “incentivar a discriminação e a proliferação da intolerância religiosa, étnica e racial em nosso país”.

Independentemente de nossa concordância ou não com as posições políticas do PCB, reconhecemos nele um partido político que, ao contrário da acusação, luta por uma sociedade laica, igualitária e fraterna, sem discriminações de qualquer natureza.

Esta absurda representação, além de constituir um atentado à livre organização partidária, fere todas as cláusulas pétreas da Constituição Brasileira que se referem à liberdade de organização e de expressão.

1

Achille Lolo – editor de TV e correspondente do jornal Brasil de Fato em Roma (Itália)

2

Adelaide Gonçalves – historiadora, Universidade Federal do Ceará (CE)

3

Adriano Nascimento – professor – UFAL (AL)

4

Alan Woods – dirigente da Corrente Marxista Internacional (CMI)

5

Aldrin Castellucci – historiador e professor da UNEB

6

Alessandra Soares Gomes – assistente social (RJ)

7

Ana Claudia de Almeida Garcia – advogada (RJ)

8

André Moreau – jornalista e cineasta (RJ)

9

Angélica Lovatto – professora FFC/UNESP (SP)

10

Anita Leocádia Prestes – professora universitária (RJ)

11

Antonio Carlos Maciel – prof. , doutor, diretor do Campus Universitário da UF de Rondônia (RO)

12

Antonio de Campos – pres. da Associação Pernambucana de Anistiados Políticos – APAP (PE)

13

Antonio Rago – professor da PUC/SP

14

Argemiro Pertence – engenheiro, diretor da Casa da América Latina (RJ)

15

Armando Boito – professor de Ciência Política da Unicamp (SP)

16

Associação Cultural José Marti (RJ)

17

Associação para o Desenvolvimento da Imprensa Alternativa – ADIA (RJ)

18

Aton Fon Filho – advogado (SP)

19

Augusto Buonicore – membro da Fundação Maurício Grabois, historiador (SP)

20

Aurélio Fernandes – Morena/Brigadas Populares

21

Beto Almeida – jornalista, diretor da Telesur

22

Caio Navarro Toledo – professor da Unicamp (SP)

23

Carlos A. Lozano Guillen – dir. do Semanário Voz e dirig. do Pólo Democrático Alternativo (Colômbia)

24

Carlos Alberto Barão – historiador (RJ)

25

Carlos Bauer – professor universitário (SP)

26

Carlos Casanueva – secretário geral do Movimento Continental Bolivariano – MCB (Chile)

27

Carlos Duarte – Presidente do Sindicato dos Advogados de São Paulo (SP)

28

Carlos Eugênio Clemente – ex Comandante da ALN – Aliança Libertadora Nacional (RJ)

29

Carlos Luis Casabianca – dirigente do Movimento das Vítimas da Ditadura de Stroessner (Paraguai)

30

Carlos Nelson Coutinho – professor universitário (RJ)

31

Casa da América Latina

32

Ceci Juruá – economista e pesquisadora (RJ)

33

Celso Frederico – professor universitário (SP)

34

Cesar Benjamin – editor (RJ)

35

César Labre – professor da UFMA (MA)

36

Chico Alencar – Deputado Federal – PSOL (RJ)

37

Claudia Santiago – jornalista (RJ)

38

Comitê Central da Refundação Comunista – RC-Brasil

39

Consulta Popular

40

Coordenação Nacional da Juventude Liberdade e Revolução – LibRe-Brasil

41

Corrente Comunista Luiz Carlos Prestes – CCLCP

42

Corrente Marxista Internacional (CMI)

43

Cristiano Ferraz – professor de história da UESB (BA)

44

CSP – CONLUTAS

45

Daniel Rodrigues – professor universitário (PE)

46

Danilo Matuscelli – professor universitário (SC)

47

Dirlene Marques – professora universitária (MG)

48

Duarte Pacheco Pereira – jornalista e escritor (SP)

49

Eliel Machado – professor da Universidade Estadual de Londrina (PR)

50

Eliete Ferrer – professora (RJ)

51

Eliomar Coelho – vereador do Rio de Janeiro – PSOL (RJ)

52

Elza Margarida de Mendonça Peixoto – professora universitária – UFEL – Londrina (PR)

53

Emanuel Cancella – Sindipetro (RJ)

54

Federação de Estudantes Universitários – FEU (Colômbia)

55

Fernando Cataldi – advogado (RJ)

56

Fernando Siqueira – presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (RJ)

57

Flávio Tavares – jornalista e escritor, autor, entre outros, de “O dia em que Getúlio matou Allende” (RJ)

58

Franklin Oliveira Jr – escritor e professor universitário (BA)

59

Frente Democrática pela Libertação da Palestina

60

Frente Popular pela Libertação da Palestina

61

Fundação Dinarco Reis

62

Gaudêncio Frigotto – Professor da UERJ (RJ)

63

Geraldo Pereira Barbosa – Executiva da Direção Nacional da Corrente Comunista Luiz Carlos Prestes (SC)

64

Gesa Linhares Correa – Direção Nacional do PSOL e Coordenação Nacional da Intersindical (RJ)

65

Gilberto Cervinski – Coordenação Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MA)

66

Gilcilene Barão – professora da UERJ (RJ)

67

Gilda Arantes – professora universitária (RJ)

68

Glória Inês Ramírez – Senadora do Pólo Democrático Alternativo (Colômbia)

69

Guillermo Caviasga – historiador e professor (Argentina)

70

Günter Pohl – Comitê Central do Partido Comunista Alemão – DKP (Alemanha)

71

Hamilton Octavio de Souza – jornalista – Brasil de Fato e Caros Amigos – professor da PUC (S)

72

Haroldo Baptista de Abreu – professor da UFF (RJ)

73

Heloísa Fernandes – socióloga, professora da Escola Nacional Florestan Fernandes e da USP (SP)

74

Heloísa Greco – professora e militantes de direitos humanos – BH (MG)

75

Henrique Meira de Castro – ABRAPSO – Núcleo Bauru (SP)

76

Henrique Soares Carneiro – professor e doutor da USP (SP)

77

Horácio Martins de Carvalho – engenheiro agrônomo (PR)

78

Humberto Santos Palmeira – Dirigente Nacional do Movimento dos Pequenos Agricultores

79

Ildo Sauer – professor universitário (SP)

80

Instituto 25 de Março – I-25-Brasil

81

Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania (MG)

82

Intersindical (Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora)

83

Intersindical (Instrumento de Luta, Unidade da Classe e Construção de uma Nova Central)

84

Iracy Picanço – professora da UFBA (BA)

85

Ivan Valente – Deputado Federal – PSOL (SP)

86

Ivana Jinkings – editora (SP)

87

Jacob David Blinder (médico sanitarista (BA)

88

Jaime Caycedo – Secretário Geral do PC Colombiano e Vereador em Bogotá (Colômbia)

89

James Petras – professor emérito da Universidade de Nova Iorque (USA)

90

Janira Rocha – Deputada Estadual – Rio de Janeiro – PSOL (RJ)

91

Jean Douglas Zeferino Rodrigues – PSOL Indaiatuba (SP)

92

Jefferson Moura – Presidente Regional do PSOL (RJ)

93

João Claudio Platenik Pitillo – Diretor da FAFERJ (Federação de Favelas do Estado do Rio de Janeiro)

94

João Luiz Duboc Pinaud – Pres. Comissão de DH do IAB, Casa da América Latina e Assoc. Americana de Juristas (RJ)

95

João Paulo Rodrigues – dirigente do MST

96

João Pedro Stedile – dirigente da Via Campesina

97

João Quartim Moraes – professor universitário (SP)

98

Joel Barcellos – ator

99

Joel Filartiga – presidente da Coordenadora Paraguaia de Solidariedade a Cuba (Paraguai)

100

Jonas Duarte – professor de história da UFPB e pesquisar do CNPq (PB)

101

Jorge Almeida – professor de Ciência Política da UFBA

102

Jorge Beinstein – professor titular da Universidade de Buenos Aires (Argentina)

103

Jorge Figueiredo – editor de resistir.info (Portugal)

104

José Claudinei Lombardi – coordenador executivo do HISTE DBR – DEFHE-FE – UNICAMP (SP)

105

José Laercio Martuchelli Nogueira – estudante de astronomia UFRJ (RJ)

106

José Maria – Presidente Nacional do PSTU

107

Katia da Matta Pinheiro – historiadora, prof. Universitária, diretora da Casa da América Latina (RJ)

108

Laércio Cabral Lopes – professor universitário (RJ)

109

Laerte Braga – jornalista (MG)

110

Leandro Konder – professor universitário (RJ)

111

Lenin Novaes – jornalista, Pres. da Comissão de Liberdade de Imprensa e DH da ABI (RJ)

112

Lincoln Penna –professor universitário, Presidente do MODECON (RJ)

113

Lincoln Secco – professor da USP (SP)

114

Lorene Figueiredo – professor da UFF (RJ)

115

Luciana Fernandes Dias – professora de história da rede pública (RJ)

116

Luciano Martorano – cientista político (SP)

117

Lúcio Flávio Rodrigues de Almeida – Departamento de Ciência Política da PUC (SP)

118

Luis Acosta – professor da UFRJ e presidente da ADUFRJ – SSIND (RJ)

119

Luis Mergulhão – professor (RJ)

120

Luiz Bernardo Pericás – historiador e escritor (SP)

121

Luiz Ragon – diretor de Direitos Humanos da Casa da América Latina (RJ)

122

Luiz Rodolfo Viveiros de Castro (Gaiola) – militante comunista (RJ)

123

Manuel J. Montañez Lanza – politicólogo (Venezuela)

124

Marcello Cerqueira – advogado (RJ)

125

Marcelo Badaró – professor universitário (RJ)

126

Marcelo Botosso – professor (SC)

127

Marcelo Buzzetto – direção do MST-SP e do setor de Relações Internacionais do MST

128

Marcelo Durão – dirigente do MST (RJ)

129

Marcelo Freixo – Deputado Estadual – PSOL (RJ)

130

Marcelo Machado – dirig. nacional do MTD – Movimento dos Trabalhadores Desempregados (RJ)

131

Márcio Lupatini – professor universitário (MG)

132

Marco Antonio Villela dos Santos – CeCAC – Centro Cultural Antonio Carlos Carvalho (RJ)

133

Marcos Del Roio – professor universitário, Presidente do instituto Astrojildo Pereira (SP)

134

Marcus Robson Nascimento Costa – professor universitário, promotor aposentado (AL)

135

Maria de Fátima Felix Rosar – professora universitária – UFMA (MA)

136

Maria Inês Souza Bravo – professora universitária (RJ)

137

Maria Isa Jinkings – livreira

138

Marly Vianna – professora universitária (RJ)

139

Maurício Azêdo – jornalista (RJ)

140

Miguel Urbano Rodrigues – escritor e editor de odiario.info (Portugal)

141

Milton Temer – jornalista e dirigente nacional do PSOL (RJ)

142

Modesto da Silveira – advogado

143

Movimento Continental Bolivariano (MCB)

144

Movimento dos Trabalhadores Desempregados – MTD

145

Movimento dos Trabalhadores sem Terra – MST

146

Movimento Revolucionário Nacionalista/Brigadas Populares

147

Nader Alves Bujah – Comitê Democrático Palestino

148

Najeeb Amado – secretário geral do Partido Comunista Paraguayo (Paraguai)

149

Natalia Vinelli – jornalista, diretorra da Barricada TV (Argentina)

150

Nestor Kohan – Cátedra Che Guevara (Argentina)

151

Nise Jinkings – professora universitária – UFSC (SC)

152

Orlando Oscar Rosar – professor universitário – UFMA (MA)

153

Osvaldo Coggiola – professor de história da USP (SP)

154

Otto Filgueiras – jornalista (SP)

155

Partido Comunista Alemão – DKP (Alemanha)

156

Partido Comunista Colombiano (PCC)

157

Partido Comunista de Espanha (PCE)

158

Partido Comunista de Venezuela (PCV)

159

Partido Comunista do Equador (PCE)

160

Partido Comunista do México (PCM)

161

Partido Comunista dos Povos de Espanha (PCPE)

162

Partido Comunista Grego (KKE)

163

Partido Comunista Libanês

164

Partido Comunista Paraguayo (PCP)

165

Partido Comunista Peruano (PCP)

166

Partido do Povo Palestino

167

Partido Revolucionário dos Comunistas das Canárias

168

Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado – PSTU (Brasil)

169

Paulo Douglas Barsotti – professor da FGV (SP)P

170

Paulo Metri – diretor do Clube de Engenharia (RJ)

171

Paulo Moura – ambientalista e fotógrafo – Petrópolis (RJ)

172

Paulo Passarinho – economista e apresentador do Programa Faixa Livre (RJ)

173

Paulo Ribeiro Cunha – professor FFC-UNESP (SP)

174

Pedro Jorge de Freitas – professor da Universidade Estadual de Maringá (PR)

175

Pery Thadeu Oliveira Falcón – Centro de Estudos Victor Meyer (BA)

176

Pólo de Renascimento Comunista Francês (PRCF)

177

Raymundo Araujo – médico veterinário homeopata (RJ)

178

Ricardo Antunes – sociólogo (SP)

179

Ricardo Gebrim (SP) – dirigente da Consulta Popular

180

Ricardo Moreno – professor da UNEB e da Revista Dialética (BA)

181

Robério Paulino – professor da UFRN (RN)

182

Roberto Leher – professor da UFRJ (RJ)

183

Roberto Morales – fundador do PSOL – Brasil (RJ)

184

Ronald Barata – Movimento de Resistência Leonel Brizola

185

Rondon de Castro – docente; presidente da SEDUFSM/Andes – Santa Maria (RS)

186

Rosa Couto – Secretária da Consulta Popular (SC)

187

Rubim Aquino – professor e historiador (RJ)

188

Sandra Quintela – economista (RJ)

189

Sargento Amauri Soares – Deputado Estadual (SC)

190

Serge Goulart – direção nacional do PT, dirigente da CMI – Corrente Marxista Internacional (SC)

191

Sérgio Caldieri – jornalista, escritor, 1º Secretário do Conselho Deliberativo da ABI

192

Sérgio Lessa – professor da UFAL (AL)

193

Sérgio Miranda –ex Deputado Federal (MG)

194

Severino Nascimento (Faustão) – dirigente nacional da CUT (SP)

195

Silvana Aparecida de Souza – professora (PR)

196

Sindicato dos Advogados de São Paulo (SP)

197

Solange Rodrigues – jornalista e cineasta (RJ)

198

Takao Amano – advogado (SP)

199

Tarcizo de Lira Paes Martins – professor universitário (PB)

200

Tatiana Brettas – dirigente da Consulta Popular (RJ)

201

União da Juventude Comunista (UJC)

202

Unidade Classista (Brasil)

203

Valério Arcary – professor do IFSP e militante do PSTU (SP)

204

Via Campesina – Brasil

205

Victor Leonardo de Araujo – economista, pesquisador do IPEA (DF)

206

Virginia Fontes – professora e historiadora (RJ)

207

Vito Giannotti – jornalista (RJ)

208

Waldemar Rossi – membro da Coord. da Pastoral Operária e da Oposição Metalúrgica de SP


SIONISTAS QUEREM CRIMINALIZAR O PCB E TENTAM NO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL A CASSAÇÃO DO REGISTRO DO PARTIDO

(Nota Política do PCB)

Fomos informados de que uma entidade chamada CONIB (Confederação Israelita do Brasil) teria formalizado, no início deste mês, representação contra o PCB (Partido Comunista Brasileiro), junto ao TSE, alegando prática de “anti-semitismo”, por ter a página do partido na internet publicado artigo denominado “Os Donos do Sistema: o Poder Oculto; de Onde Nasce a Impunidade de Israel”.

Apesar de ainda não conhecermos os termos da representação (não divulgada por esta CONIB), inferimos que sua verdadeira intenção é tentar cassar o registro do PCB, como se isso fosse possível pelas leis brasileiras e como se pudessem calar a voz dos verdadeiros comunistas brasileiros. Nosso partido – o mais antigo do Brasil, fundado em 1922 – foi escolhido criteriosamente para esta ofensiva por razões que nos orgulham. Além de lutarmos pela superação do capitalismo, praticamos com firmeza e independência o internacionalismo proletário, a solidariedade a todos os povos em luta contra o imperialismo e o sionismo.

A nosso ver, trata-se de uma ação política, muito mais do que jurídica.

O texto é de autoria do jornalista argentino Manuel Freytas, divulgado originalmente num sítio eletrônico antiimperialista de seu país, denominado IAR Notícias, e reproduzido mundialmente por vários portais progressistas, listados ao final desta nota.

Segundo a apócrifa nota publicada pela citada CONIB (www.conib.org.br), o artigo divulgado pelo PCB se utiliza “de imagens apelativas, distorções da realidade e argumentos conspiratórios e claramente anti-semitas”.

Declara ainda que o artigo revela “alto grau de desconhecimento do cenário político-econômico internacional”, por repetir chavões da obra “Os Protocolos dos Sábios de Sião, farsa montada pela polícia czarista da Rússia, no século 19”. Assim, o PCB é acusado de “incentivar a discriminação e a proliferação da intolerância religiosa, étnica e racial em nosso país”.

Termina a nota afirmando que a representação baseia-se na Lei Orgânica dos Partidos Políticos, com a “finalidade de evitar que abusos e inverdades desencadeiem preconceitos contra a comunidade judaica brasileira”.

Diante deste fato, a Comissão Política Nacional (CPN) do Comitê Central do PCB vem a público se pronunciar:

1 – O PCB não se intimidará diante da pressão de organizações sionistas e de direita e continuará prestando ampla, geral e irrestrita solidariedade ao povo palestino, vítima da escandalosa impunidade de Israel, tema do artigo considerado ofensivo. Desrespeitando todas as Resoluções da ONU, o estado assumido como judeu continua ampliando a ocupação de territórios dos palestinos, derrubando suas casas, criando o chamado “Muro do Apartheid” , invadindo e cercando a Faixa de Gaza, onde impede a entrada de ajuda humanitária (inclusive alimentos e medicamentos), assassinando e prendendo militantes palestinos, mantendo mais de 11.000 deles em condições abjetas em seus cárceres. Mais do que isso, continuaremos a denunciar que Israel se transformou numa grande base militar norte-americana no Oriente Médio. O país é o primeiro destino da ajuda militar estadunidense no mundo e o único do Oriente Médio a ter direito a armas nucleares, sem permitir a inspeção internacional que exige de outros países.

2 – A ofensiva sionista e imperialista contra o PCB se deve também ao fato de que nosso Partido empresta e continuará emprestando seu apoio militante aos diversos Comitês de Solidariedade ao Povo Palestino que se consolidam e se multiplicam pelo Brasil. No nosso portal, este texto foi escolhido aleatoriamente, pois uma simples pesquisa pode verificar que os artigos e informações sobre a luta contra o Estado terrorista de Israel se contam às centenas, muitos deles mais contundentes que o escolhido pela confederação sionista brasileira para tentar intimidar e criminalizar o PCB. Publicamo-lo exatamente há um ano, mas só agora ele é “descoberto”

3 – É significativo que esta atitude intimidatória (que está se dando em vários países) ocorra no exato momento em que as duas maiores organizações políticas palestinas (Fatah e Hamas) anunciam a retomada de seus entendimentos e o desejo de dividir a responsabilidade pela administração dos territórios palestinos, que foram separados arbitrariamente pelas forças militares israelenses com o uso da violência e da ocupação.

4 – A unidade dessas duas organizações contraria os planos imperialistas de divisão sectária entre os palestinos – exatamente porque cria melhores condições para o reconhecimento internacional do Estado Palestino e para uma negociação pela paz na região -, tudo que Israel não deseja, apesar das reiteradas resoluções da ONU nesse sentido.

5 – Coincide também com a satanização do mundo muçulmano, este sim vítima de preconceitos e estigmatização, sem que a mídia burguesa se utilize de expressões como “anti-islamismo”, “anti-xiitismo”, “anti-sunitismo” etc. Coincide também com a proximidade da Assembléia Geral da ONU que, no próximo mês de setembro, discutirá o reconhecimento do Estado Palestino.

6 – Coincide também com a movimentação imperialista para ampliar a agressão militar no Norte da África e no Oriente Médio, para além do Iraque e do Afeganistão. Coincide com a descarada intervenção militar na Líbia, com as provocações contra a Síria e o Irã, acusados de solidários aos palestinos.

7 – As declarações das autoridades israelenses sobre a unidade dessas organizações palestinas deixam em evidência, inclusive para os que tinham dúvidas, que Israel não tem qualquer interesse na paz na região e muito menos na criação do Estado Palestino. Fica claro que o objetivo do sionismo é ocupar todo o território palestino, através dos assentamentos judeus ilegais, transformando o antigo território palestino no que chamam de Grande Israel.

8 – Não tememos qualquer processo judicial, porque conhecemos as leis brasileiras, que têm como cláusula pétrea constitucional o livre direito de expressão e a proibição da censura, que, no fundo, é o que intenta a suposta cúpula sionista no Brasil.

9 – Não tememos também porque sabemos que teremos a solidariedade firme e militante de centenas de organizações políticas e sociais e personalidades democráticas, não só do Brasil, mas de todo o mundo, uma vez que se dê curso à representação contra o PCB.

10 – Não há, em qualquer documento do PCB qualquer intolerância religiosa, étnica e racial contra qualquer povo ou comunidade. Criticar a direita sionista judaica não significa criticar a comunidade judaica que, no Brasil e no mundo, é composta também por militantes democratas, humanistas e comunistas, que lutam contra o Estado terrorista de Israel e se solidarizam com o povo palestino. O PCB tem uma vasta e orgulhosa tradição, desde a sua fundação até os dias de hoje, de contar com militantes e amigos de origem judaica.

11 – Os comunistas, em todo o mundo, somos contra qualquer discriminação e nacionalismos xenófobos, porque lutamos por um mundo de iguais, sem fronteiras, sem Estado, sem forças armadas, sem opressores e oprimidos. Nunca apresentamos qualquer crítica a qualquer religião, apesar de sermos um partido laico, desde este ponto de vista. Também estranhamos a CONIB alegar intolerância racial, pois acreditamos que todos os povos pertencem à raça humana.

12 – Os comunistas do mundo inteiro tiveram papel decisivo na luta contra o nazi-fascismo que vitimou os judeus, mas também a muitos outros povos. O povo russo, dirigido pelo PCUS, foi o que entregou mais vidas em defesa da humanidade.

13 – O sítio do PCB na internet é um espaço de difusão não apenas das opiniões do PCB, mas de outras organizações e personalidades com alguma afinidade política, porque objetiva também prestar informação e fomentar o debate sobre questões candentes, nacionais e internacionais. Na primeira página de nosso sítio na internet (www.pcb.org.br), deixamos claro que:

Só publicamos nesta página textos que coadunam, no fundamental, com a linha política do PCB, a critério dos editores (Secretariado Nacional do CC). Quando não assinados por instâncias do CC, os textos publicados refletem a opinião dos autores”.

14 – Com o texto ora questionado pela central sionista brasileira temos uma identidade política, na medida em que denuncia a impunidade de Israel, os massacres que comete contra o povo palestino, o seu papel econômico e militar no contexto do imperialismo. Publicamo-lo como um artigo de opinião, como contribuição ao debate, mesmo que algumas das opiniões ali expostas possam ter caráter polêmico para o PCB e diferir, em alguns aspectos, de nossa análise marxista da luta de classes no âmbito mundial.

15 – Por esta razão – e de forma alguma para fugir de procedimentos judiciais que não tememos até porque são incabíveis – estamos aqui oficialmente convidando a direção da Confederação Israelita do Brasil a exercer o direito de resposta, no mesmo meio em que divulgamos o artigo criticado, ou seja, a página do nosso Partido, no tamanho que julgar conveniente para se contrapor aos argumentos expostos pelo autor do texto “Os Donos do Sistema”. Como certamente o texto da CONIB deverá ser uma exceção ao nosso critério da afinidade política, nos reservaremos o direito de publicá-lo com comentários de nosso Partido.

16 – Este convite, além de democrático, atende à preocupação da CONIB de que sua finalidade, ao adotar a medida judicial, é “evitar que abusos e inverdades desencadeiem preconceitos contra a comunidade judaica brasileira”. Portanto, estejam à vontade para nos enviar para o nosso endereço eletrônico a manifestação de seu direito de defesa, que será publicado imediatamente com o mesmo destaque que mereceu o artigo atacado.

17 – Esperamos também que a recíproca seja verdadeira, ou seja, que a CONIB publique em sua página a íntegra desta presente nota política do PCB. Aproveitamos para sugerir que, no mesmo documento que nos mandarem, possamos conhecer suas posições em relação às Resoluções do último Congresso Nacional do PCB, a respeito do tema, e que transcrevemos aqui na íntegra:

XIV Congresso Nacional do PCB (outubro de 2009):

DECLARAÇÃO DE APOIO À CONSTRUÇÃO DO ESTADO PALESTINO DEMOCRÁTICO, POPULAR E LAICO, SOBRE O SOLO PÁTRIO HISTÓRICO:

 

1) Pelo fim imediato da ocupação israelense nos territórios tomados em 1967, fazendo valer o inalienável direito à autodeterminação do povo palestino sobre estes territórios;

2) Aplicação de todas as resoluções internacionais não acatadas pelo sionismo;

3) Garantia aos refugiados (atualmente, 65% da totalidade do povo palestino) de retorno às terras de onde foram expulsos (Resolução 194 da ONU);

4) Libertação imediata dos cerca de 11.000 prisioneiros, entre eles Ahmad Saadat, Secretário Geral da FPLP, e outros dirigentes da esquerda;

5) Reconstrução da OLP, ou seja, reconstrução da unidade política necessária às tarefas que estão colocadas para o bravo povo palestino, com garantia de participação democrática de todas as forças políticas representativas dos palestinos;

6) Apoio irrestrito a todas as formas de resistência do povo palestino;

7) Destruição do muro do apartheid, conforme resolução do Tribunal de Haia;

8) Demolição e retirada de todos os assentamentos judaicos na Cisjordânia/Jerusalém;

9) Fim imediato do bloqueio assassino a Gaza;

10) Pelo fomento de campanha internacional para levar os criminosos de guerra sionistas aos tribunais de justiça, dentre os quais, o Tribunal Internacional de Haia. Fomento de campanhas locais, nas cidades brasileiras, para julgamento dos criminosos de guerra em nossos tribunais;

11) Estabelecimento de sólida relação entre os partidos comunistas irmãos para concretizar ações de solidariedade e, em especial, apoio logístico à materialização desta luta;

12) Apoio a todas as iniciativas que visem estreitar laços entre os partidos da esquerda palestina, em especial a Frente Democrática pela Libertação da Palestina (FDLP), a Frente Popular de Libertação da Palestina (FPLP), Povo Palestino, em unidade concreta programática e de ação.

 

POR UM ESTADO PALESTINO DEMOCRÁTICO, POPULAR, LAICO, SOBRE O SOLO PÁTRIO HISTÓRICO! PELA TOTAL INDEPENDÊNCIA E AUTONOMIA DOS TERRITÓRIOS OCUPADOS EM 1967! PELO RETORNO DOS REFUGIADOS E JERUSALÉM CAPITAL! LIBERTAÇÃO DE TODOS OS 11.000 PRISIONEIROS PALESTINOS! PELA CONDENAÇÃO INTERNACIONAL DOS CRIMINOSOS DE GUERRA!

18 – Mas voltando ao artigo que gerou a representação, para que suas críticas se centrem na contestação às informações ali prestadas, ao invés de se esconderem sob o manto autoritário da acusação de “anti-semitismo”, sugerimos que releiam o texto, sem sectarismo nem preconceito. Verão que, apesar de polêmico e contundente, não tem qualquer intolerância religiosa, étnica e muito menos racial, porque os judeus, como todos os povos, são da mesma raça humana.

19 – O texto, em nenhum momento, atinge o conjunto do povo judeu, mas à sua liderança hegemônica – direitista, sionista e terrorista – deixando claro que nem todos os judeus concordam com seus métodos e que há vários intelectuais, organizações e militantes judeus que condenam e protestam contra o genocídio em Gaza e outras violências do Estado de Israel, o que, ao que tudo indica, não é o caso desta CONIB, cuja missão é impedir e desvirtuar o debate sobre Israel, com a única arma de que dispõe: um carimbo em que se lê apenas a expressão “ANTI-SEMITA”.

20 – O texto faz questão de eximir a religião judaica da violência do Estado de Israel, apesar deste se apresentar como estado judeu. Vejam estas passagens do artigo:

Israel não invadiu nem perpetrou um genocídio militar em Gaza com a religião judia, senão com aviões F-16, bombas de rácimo, helicópteros Apache, tanques, artilharia pesada, barcos, sistemas informatizados, e uma estratégia e um plano de extermínio militar em grande escala. Quem questione esse massacre é condenado por “anti-semita” pelo poder judeu mundial distribuído pelo mundo”.

O lobby sionista pró-israelense não reza nas sinagogas, senão na Catedral de Wall Street: um detalhe a ter em conta, para não confundir a religião com o mito e com o negócio”.

 

21 – Finalmente, apesar de algumas divergências que, como marxistas, possamos ter com aspectos do texto objeto desta polêmica, assinamos embaixo as seguintes declarações textuais do autor:

As campanhas de denúncia de anti-semitismo com as quais Israel e organizações judias buscam neutralizar as críticas contra o massacre, abordam a questão como se o sionismo judeu (sustentáculo do Estado de Israel) fosse uma questão “racial” ou religiosa, e não um sistema de domínio imperial que abarca interativamente o plano econômico, político, social e cultural, superando a questão da raça ou das crenças religiosas”.

A esse poder (o lobby sionista internacional), e não ao Estado de Israel, é o que temem os presidentes, políticos, jornalistas e intelectuais que calam ou deformam diariamente os genocídios de Israel no Oriente Médio, temerosos de ficarem sepultados em vida, sob a lápide do “anti-semitismo“.

22 – A CONIB, com seu gesto de censura e de criminalização ao PCB, revela que é parte integrante deste lobby. Mas estejam certos que não calarão nem sepultarão o PCB em vida, tarefa que não foi possível nem para os traidores e nem pelas mais cruéis ditaduras de direita que marcaram a história do nosso Partido, que se confunde com a história do Brasil.

Observações:

1 – Segundo levantamento feito pela Federação Árabe-Palestina, apenas em 2011, a CIA destinou 120 milhões de dólares, para financiar o sistema de difamação da religião islâmica no Brasil. A entidade não dispõe de dados sobre os valores aplicados pelo lobby sionista em nosso país.

2 – Este e outros artigos de Manuel Freytas são publicados nos seguintes sítios:

http://www.resumenlatinoamericano.org/index.php?option=com_content&task=view&id=1966&Itemid=99999999&lang=es

http://www.aporrea.org/actualidad/n158685.html

http://colombia.indymedia.org/news/2010/06/115437.php

http://www.voltairenet.org/article165990.html#article165990

http://cafehistoria.ning.com/profiles/blogs/os-donos-do-sistema-este

http://port.pravda.ru/busines/14-06-2010/29887-impunidade_israel-0/

http://engforum.pravda.ru/index.php?/topic/210736-o-poder-oculto-de-onde-nasce-a-impunidade-de-israel/

http://www.rebelion.org/mostrar.php?tipo=5&id=Manuel%20Freytas&inicio=0 )

http://www.cubadebate.cu/noticias/2010/06/14/afirma-la-cruz-roja-que-el-bloqueo-israeli-es-ilegal/

http://visionesalternativas.com/index.php?option=com_deeppockets&task=contShow&id=95278&Itemid=

http://www.consulvenefunchal.com/index.php?option=com_content&task=view&id=2698&Itemid=64

http://alertaroja.net/index.php/alertaroja/2010/06/04/el-poder-oculto-de-donde-nace-la-impunid

http://xatoo.blogspot.com/2010/07/o-poder-oculto-de-onde-nasce-impunidade.html

http://www.senadoragloriainesramirez.org/index.php/2010/06/el-poder-oculto-de-donde-nace-la-impunidad-de-israel/

http://radiotrinchera.org/articulos/el-poder-oculto-de-donde-nace-la-impunidad-de-israel/rt/

http://www.tinku.org/content/view/504/6/

http://www.elciudadano.cl/2010/06/21/%C2%BFde-donde-nace-la-impunidad-de-israel/

http://www.atinachile.cl/content/view/851974/LA-INMUNIDIDAD-DE-ISRAEL-Y-EL-PREMIO-NOBEL.html

http://www.porpalestina.com/index.php?option=com_content&view=article&id=959:los-duenos-del-sistema&catid=16:artlos&Itemid=27

http://www.burbuja.info/inmobiliaria/temas-calientes/219139-vittorio-arrigoni-asesinado-por-la-mafia-sionista-3.html

http://www.infoeducasares.com.ar/?p=928

http://noticiaoficial.com/canales/aporrea/el-poder-oculto-de-donde-nace-la-impunidad-de-israel/

http://shiandalus.blogspot.com/2010/06/el-poder-oculto-de-donde-nace-la.html

http://bloguerosrevolucion.ning.com/profiles/blogs/el-poder-oculto-de-donde-nace?xg_source=activity

http://afrodescendientes.com/2010/07/03/el-poder-oculto-de-donde-nace-la-impunidad-de-israel-%E2%80%A8por-manuel-freytas/

http://estavoz.blogspot.com/2010/08/el-poder-oculto-de-donde-nace-la.html

http://chicodias.wordpress.com/2010/06/14/sionismo-um-poder-mundial/

http://neovisao.blogspot.com/2010/09/os-donos-do-sistema-o-poder-oculto-de.html

http://ingoldwetrustt.blogspot.com/2010/06/o-poder-oculto-de-onde-nasce-impunidade.html

http://agal-gz.org/blogues/index.php/canta/2010/06/13/os-donos-do-sistema-o-poder-oculto-de-onde-nasce-a-impunidade-de-israel-1

http://anjaoudemonia.blogspot.com/2010/09/os-homens-por-tras-das-cortinas.html

3 – Este texto questionado pela CONIB é usado como pretexto para o mesmo tipo de ação intimidatória na Venezuela, num relatório denominado “Antisemitismo en Venezuela”, de autoria de uma organização chamada ADL (Anti-Defamation League), que em português significa Liga contra a Difamação. Apesar do nome genérico da entidade, ela só monitora em todo o mundo, para efeito de ações de intimidação, o que considera difamação “anti-semita”. Veja a página 16 do sítio htpp://www.adl.org.

4 – neste momento, Israel está usando os céus da Grécia, por autorização do governo “socialista” de turno, para treinar seus pilotos para um possível ataque ao Irã, cuja topografia tem as mesmas características do país helênico.

Partido Comunista Brasileiro

Comitê Central

Maio de 2011


SIONISTAS QUEREM CRIMINALIZAR O PCB E TENTAM NO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL A CASSAÇÃO DO REGISTRO DO PARTIDO

(Nota Política do PCB)

Fomos informados de que uma entidade chamada CONIB (Confederação Israelita do Brasil) teria formalizado, no início deste mês, representação contra o PCB (Partido Comunista Brasileiro), junto ao TSE, alegando prática de “anti-semitismo”, por ter a página do partido na internet publicado artigo denominado “Os Donos do Sistema: o Poder Oculto; de Onde Nasce a Impunidade de Israel”.

Apesar de ainda não conhecermos os termos da representação (não divulgada por esta CONIB), inferimos que sua verdadeira intenção é tentar cassar o registro do PCB, como se isso fosse possível pelas leis brasileiras e como se pudessem calar a voz dos verdadeiros comunistas brasileiros. Nosso partido – o mais antigo do Brasil, fundado em 1922 – foi escolhido criteriosamente para esta ofensiva por razões que nos orgulham. Além de lutarmos pela superação do capitalismo, praticamos com firmeza e independência o internacionalismo proletário, a solidariedade a todos os povos em luta contra o imperialismo e o sionismo.

A nosso ver, trata-se de uma ação política, muito mais do que jurídica.

O texto é de autoria do jornalista argentino Manuel Freytas, divulgado originalmente num sítio eletrônico antiimperialista de seu país, denominado IAR Notícias, e reproduzido mundialmente por vários portais progressistas, listados ao final desta nota.

Segundo a apócrifa nota publicada pela citada CONIB (www.conib.org.br), o artigo divulgado pelo PCB se utiliza “de imagens apelativas, distorções da realidade e argumentos conspiratórios e claramente anti-semitas”.

Declara ainda que o artigo revela “alto grau de desconhecimento do cenário político-econômico internacional”, por repetir chavões da obra “Os Protocolos dos Sábios de Sião, farsa montada pela polícia czarista da Rússia, no século 19”. Assim, o PCB é acusado de “incentivar a discriminação e a proliferação da intolerância religiosa, étnica e racial em nosso país”.

Termina a nota afirmando que a representação baseia-se na Lei Orgânica dos Partidos Políticos, com a “finalidade de evitar que abusos e inverdades desencadeiem preconceitos contra a comunidade judaica brasileira”.

Diante deste fato, a Comissão Política Nacional (CPN) do Comitê Central do PCB vem a público se pronunciar:

1 – O PCB não se intimidará diante da pressão de organizações sionistas e de direita e continuará prestando ampla, geral e irrestrita solidariedade ao povo palestino, vítima da escandalosa impunidade de Israel, tema do artigo considerado ofensivo. Desrespeitando todas as Resoluções da ONU, o estado assumido como judeu continua ampliando a ocupação de territórios dos palestinos, derrubando suas casas, criando o chamado “Muro do Apartheid” , invadindo e cercando a Faixa de Gaza, onde impede a entrada de ajuda humanitária (inclusive alimentos e medicamentos), assassinando e prendendo militantes palestinos, mantendo mais de 11.000 deles em condições abjetas em seus cárceres. Mais do que isso, continuaremos a denunciar que Israel se transformou numa grande base militar norte-americana no Oriente Médio. O país é o primeiro destino da ajuda militar estadunidense no mundo e o único do Oriente Médio a ter direito a armas nucleares, sem permitir a inspeção internacional que exige de outros países.

2 – A ofensiva sionista e imperialista contra o PCB se deve também ao fato de que nosso Partido empresta e continuará emprestando seu apoio militante aos diversos Comitês de Solidariedade ao Povo Palestino que se consolidam e se multiplicam pelo Brasil. No nosso portal, este texto foi escolhido aleatoriamente, pois uma simples pesquisa pode verificar que os artigos e informações sobre a luta contra o Estado terrorista de Israel se contam às centenas, muitos deles mais contundentes que o escolhido pela confederação sionista brasileira para tentar intimidar e criminalizar o PCB. Publicamo-lo exatamente há um ano, mas só agora ele é “descoberto”

3 – É significativo que esta atitude intimidatória (que está se dando em vários países) ocorra no exato momento em que as duas maiores organizações políticas palestinas (Fatah e Hamas) anunciam a retomada de seus entendimentos e o desejo de dividir a responsabilidade pela administração dos territórios palestinos, que foram separados arbitrariamente pelas forças militares israelenses com o uso da violência e da ocupação.

4 – A unidade dessas duas organizações contraria os planos imperialistas de divisão sectária entre os palestinos – exatamente porque cria melhores condições para o reconhecimento internacional do Estado Palestino e para uma negociação pela paz na região -, tudo que Israel não deseja, apesar das reiteradas resoluções da ONU nesse sentido.

5 – Coincide também com a satanização do mundo muçulmano, este sim vítima de preconceitos e estigmatização, sem que a mídia burguesa se utilize de expressões como “anti-islamismo”, “anti-xiitismo”, “anti-sunitismo” etc. Coincide também com a proximidade da Assembléia Geral da ONU que, no próximo mês de setembro, discutirá o reconhecimento do Estado Palestino.

6 – Coincide também com a movimentação imperialista para ampliar a agressão militar no Norte da África e no Oriente Médio, para além do Iraque e do Afeganistão. Coincide com a descarada intervenção militar na Líbia, com as provocações contra a Síria e o Irã, acusados de solidários aos palestinos.

7 – As declarações das autoridades israelenses sobre a unidade dessas organizações palestinas deixam em evidência, inclusive para os que tinham dúvidas, que Israel não tem qualquer interesse na paz na região e muito menos na criação do Estado Palestino. Fica claro que o objetivo do sionismo é ocupar todo o território palestino, através dos assentamentos judeus ilegais, transformando o antigo território palestino no que chamam de Grande Israel.

8 – Não tememos qualquer processo judicial, porque conhecemos as leis brasileiras, que têm como cláusula pétrea constitucional o livre direito de expressão e a proibição da censura, que, no fundo, é o que intenta a suposta cúpula sionista no Brasil.

9 – Não tememos também porque sabemos que teremos a solidariedade firme e militante de centenas de organizações políticas e sociais e personalidades democráticas, não só do Brasil, mas de todo o mundo, uma vez que se dê curso à representação contra o PCB.

10 – Não há, em qualquer documento do PCB qualquer intolerância religiosa, étnica e racial contra qualquer povo ou comunidade. Criticar a direita sionista judaica não significa criticar a comunidade judaica que, no Brasil e no mundo, é composta também por militantes democratas, humanistas e comunistas, que lutam contra o Estado terrorista de Israel e se solidarizam com o povo palestino. O PCB tem uma vasta e orgulhosa tradição, desde a sua fundação até os dias de hoje, de contar com militantes e amigos de origem judaica.

11 – Os comunistas, em todo o mundo, somos contra qualquer discriminação e nacionalismos xenófobos, porque lutamos por um mundo de iguais, sem fronteiras, sem Estado, sem forças armadas, sem opressores e oprimidos. Nunca apresentamos qualquer crítica a qualquer religião, apesar de sermos um partido laico, desde este ponto de vista. Também estranhamos a CONIB alegar intolerância racial, pois acreditamos que todos os povos pertencem à raça humana.

12 – Os comunistas do mundo inteiro tiveram papel decisivo na luta contra o nazi-fascismo que vitimou os judeus, mas também a muitos outros povos. O povo russo, dirigido pelo PCUS, foi o que entregou mais vidas em defesa da humanidade.

13 – O sítio do PCB na internet é um espaço de difusão não apenas das opiniões do PCB, mas de outras organizações e personalidades com alguma afinidade política, porque objetiva também prestar informação e fomentar o debate sobre questões candentes, nacionais e internacionais. Na primeira página de nosso sítio na internet (www.pcb.org.br), deixamos claro que:

Só publicamos nesta página textos que coadunam, no fundamental, com a linha política do PCB, a critério dos editores (Secretariado Nacional do CC). Quando não assinados por instâncias do CC, os textos publicados refletem a opinião dos autores”.

14 – Com o texto ora questionado pela central sionista brasileira temos uma identidade política, na medida em que denuncia a impunidade de Israel, os massacres que comete contra o povo palestino, o seu papel econômico e militar no contexto do imperialismo. Publicamo-lo como um artigo de opinião, como contribuição ao debate, mesmo que algumas das opiniões ali expostas possam ter caráter polêmico para o PCB e diferir, em alguns aspectos, de nossa análise marxista da luta de classes no âmbito mundial.

15 – Por esta razão – e de forma alguma para fugir de procedimentos judiciais que não tememos até porque são incabíveis – estamos aqui oficialmente convidando a direção da Confederação Israelita do Brasil a exercer o direito de resposta, no mesmo meio em que divulgamos o artigo criticado, ou seja, a página do nosso Partido, no tamanho que julgar conveniente para se contrapor aos argumentos expostos pelo autor do texto “Os Donos do Sistema”. Como certamente o texto da CONIB deverá ser uma exceção ao nosso critério da afinidade política, nos reservaremos o direito de publicá-lo com comentários de nosso Partido.

16 – Este convite, além de democrático, atende à preocupação da CONIB de que sua finalidade, ao adotar a medida judicial, é “evitar que abusos e inverdades desencadeiem preconceitos contra a comunidade judaica brasileira”. Portanto, estejam à vontade para nos enviar para o nosso endereço eletrônico a manifestação de seu direito de defesa, que será publicado imediatamente com o mesmo destaque que mereceu o artigo atacado.

17 – Esperamos também que a recíproca seja verdadeira, ou seja, que a CONIB publique em sua página a íntegra desta presente nota política do PCB. Aproveitamos para sugerir que, no mesmo documento que nos mandarem, possamos conhecer suas posições em relação às Resoluções do último Congresso Nacional do PCB, a respeito do tema, e que transcrevemos aqui na íntegra:

XIV Congresso Nacional do PCB (outubro de 2009):

DECLARAÇÃO DE APOIO À CONSTRUÇÃO DO ESTADO PALESTINO DEMOCRÁTICO, POPULAR E LAICO, SOBRE O SOLO PÁTRIO HISTÓRICO:

 

1) Pelo fim imediato da ocupação israelense nos territórios tomados em 1967, fazendo valer o inalienável direito à autodeterminação do povo palestino sobre estes territórios;

2) Aplicação de todas as resoluções internacionais não acatadas pelo sionismo;

3) Garantia aos refugiados (atualmente, 65% da totalidade do povo palestino) de retorno às terras de onde foram expulsos (Resolução 194 da ONU);

4) Libertação imediata dos cerca de 11.000 prisioneiros, entre eles Ahmad Saadat, Secretário Geral da FPLP, e outros dirigentes da esquerda;

5) Reconstrução da OLP, ou seja, reconstrução da unidade política necessária às tarefas que estão colocadas para o bravo povo palestino, com garantia de participação democrática de todas as forças políticas representativas dos palestinos;

6) Apoio irrestrito a todas as formas de resistência do povo palestino;

7) Destruição do muro do apartheid, conforme resolução do Tribunal de Haia;

8) Demolição e retirada de todos os assentamentos judaicos na Cisjordânia/Jerusalém;

9) Fim imediato do bloqueio assassino a Gaza;

10) Pelo fomento de campanha internacional para levar os criminosos de guerra sionistas aos tribunais de justiça, dentre os quais, o Tribunal Internacional de Haia. Fomento de campanhas locais, nas cidades brasileiras, para julgamento dos criminosos de guerra em nossos tribunais;

11) Estabelecimento de sólida relação entre os partidos comunistas irmãos para concretizar ações de solidariedade e, em especial, apoio logístico à materialização desta luta;

12) Apoio a todas as iniciativas que visem estreitar laços entre os partidos da esquerda palestina, em especial a Frente Democrática pela Libertação da Palestina (FDLP), a Frente Popular de Libertação da Palestina (FPLP), Povo Palestino, em unidade concreta programática e de ação.

 

POR UM ESTADO PALESTINO DEMOCRÁTICO, POPULAR, LAICO, SOBRE O SOLO PÁTRIO HISTÓRICO! PELA TOTAL INDEPENDÊNCIA E AUTONOMIA DOS TERRITÓRIOS OCUPADOS EM 1967! PELO RETORNO DOS REFUGIADOS E JERUSALÉM CAPITAL! LIBERTAÇÃO DE TODOS OS 11.000 PRISIONEIROS PALESTINOS! PELA CONDENAÇÃO INTERNACIONAL DOS CRIMINOSOS DE GUERRA!

18 – Mas voltando ao artigo que gerou a representação, para que suas críticas se centrem na contestação às informações ali prestadas, ao invés de se esconderem sob o manto autoritário da acusação de “anti-semitismo”, sugerimos que releiam o texto, sem sectarismo nem preconceito. Verão que, apesar de polêmico e contundente, não tem qualquer intolerância religiosa, étnica e muito menos racial, porque os judeus, como todos os povos, são da mesma raça humana.

19 – O texto, em nenhum momento, atinge o conjunto do povo judeu, mas à sua liderança hegemônica – direitista, sionista e terrorista – deixando claro que nem todos os judeus concordam com seus métodos e que há vários intelectuais, organizações e militantes judeus que condenam e protestam contra o genocídio em Gaza e outras violências do Estado de Israel, o que, ao que tudo indica, não é o caso desta CONIB, cuja missão é impedir e desvirtuar o debate sobre Israel, com a única arma de que dispõe: um carimbo em que se lê apenas a expressão “ANTI-SEMITA”.

20 – O texto faz questão de eximir a religião judaica da violência do Estado de Israel, apesar deste se apresentar como estado judeu. Vejam estas passagens do artigo:

Israel não invadiu nem perpetrou um genocídio militar em Gaza com a religião judia, senão com aviões F-16, bombas de rácimo, helicópteros Apache, tanques, artilharia pesada, barcos, sistemas informatizados, e uma estratégia e um plano de extermínio militar em grande escala. Quem questione esse massacre é condenado por “anti-semita” pelo poder judeu mundial distribuído pelo mundo”.

O lobby sionista pró-israelense não reza nas sinagogas, senão na Catedral de Wall Street: um detalhe a ter em conta, para não confundir a religião com o mito e com o negócio”.

 

21 – Finalmente, apesar de algumas divergências que, como marxistas, possamos ter com aspectos do texto objeto desta polêmica, assinamos embaixo as seguintes declarações textuais do autor:

As campanhas de denúncia de anti-semitismo com as quais Israel e organizações judias buscam neutralizar as críticas contra o massacre, abordam a questão como se o sionismo judeu (sustentáculo do Estado de Israel) fosse uma questão “racial” ou religiosa, e não um sistema de domínio imperial que abarca interativamente o plano econômico, político, social e cultural, superando a questão da raça ou das crenças religiosas”.

A esse poder (o lobby sionista internacional), e não ao Estado de Israel, é o que temem os presidentes, políticos, jornalistas e intelectuais que calam ou deformam diariamente os genocídios de Israel no Oriente Médio, temerosos de ficarem sepultados em vida, sob a lápide do “anti-semitismo“.

22 – A CONIB, com seu gesto de censura e de criminalização ao PCB, revela que é parte integrante deste lobby. Mas estejam certos que não calarão nem sepultarão o PCB em vida, tarefa que não foi possível nem para os traidores e nem pelas mais cruéis ditaduras de direita que marcaram a história do nosso Partido, que se confunde com a história do Brasil.

Observações:

1 – Segundo levantamento feito pela Federação Árabe-Palestina, apenas em 2011, a CIA destinou 120 milhões de dólares, para financiar o sistema de difamação da religião islâmica no Brasil. A entidade não dispõe de dados sobre os valores aplicados pelo lobby sionista em nosso país.

2 – Este e outros artigos de Manuel Freytas são publicados nos seguintes sítios:

http://www.resumenlatinoamericano.org/index.php?option=com_content&task=view&id=1966&Itemid=99999999&lang=es

http://www.aporrea.org/actualidad/n158685.html

http://colombia.indymedia.org/news/2010/06/115437.php

http://www.voltairenet.org/article165990.html#article165990

http://cafehistoria.ning.com/profiles/blogs/os-donos-do-sistema-este

http://port.pravda.ru/busines/14-06-2010/29887-impunidade_israel-0/

http://engforum.pravda.ru/index.php?/topic/210736-o-poder-oculto-de-onde-nasce-a-impunidade-de-israel/

http://www.rebelion.org/mostrar.php?tipo=5&id=Manuel%20Freytas&inicio=0 )

http://www.cubadebate.cu/noticias/2010/06/14/afirma-la-cruz-roja-que-el-bloqueo-israeli-es-ilegal/

http://visionesalternativas.com/index.php?option=com_deeppockets&task=contShow&id=95278&Itemid=

http://www.consulvenefunchal.com/index.php?option=com_content&task=view&id=2698&Itemid=64

http://alertaroja.net/index.php/alertaroja/2010/06/04/el-poder-oculto-de-donde-nace-la-impunid

http://xatoo.blogspot.com/2010/07/o-poder-oculto-de-onde-nasce-impunidade.html

http://www.senadoragloriainesramirez.org/index.php/2010/06/el-poder-oculto-de-donde-nace-la-impunidad-de-israel/

http://radiotrinchera.org/articulos/el-poder-oculto-de-donde-nace-la-impunidad-de-israel/rt/

http://www.tinku.org/content/view/504/6/

http://www.elciudadano.cl/2010/06/21/%C2%BFde-donde-nace-la-impunidad-de-israel/

http://www.atinachile.cl/content/view/851974/LA-INMUNIDIDAD-DE-ISRAEL-Y-EL-PREMIO-NOBEL.html

http://www.porpalestina.com/index.php?option=com_content&view=article&id=959:los-duenos-del-sistema&catid=16:artlos&Itemid=27

http://www.burbuja.info/inmobiliaria/temas-calientes/219139-vittorio-arrigoni-asesinado-por-la-mafia-sionista-3.html

http://www.infoeducasares.com.ar/?p=928

http://noticiaoficial.com/canales/aporrea/el-poder-oculto-de-donde-nace-la-impunidad-de-israel/

http://shiandalus.blogspot.com/2010/06/el-poder-oculto-de-donde-nace-la.html

http://bloguerosrevolucion.ning.com/profiles/blogs/el-poder-oculto-de-donde-nace?xg_source=activity

http://afrodescendientes.com/2010/07/03/el-poder-oculto-de-donde-nace-la-impunidad-de-israel-%E2%80%A8por-manuel-freytas/

http://estavoz.blogspot.com/2010/08/el-poder-oculto-de-donde-nace-la.html

http://chicodias.wordpress.com/2010/06/14/sionismo-um-poder-mundial/

http://neovisao.blogspot.com/2010/09/os-donos-do-sistema-o-poder-oculto-de.html

http://ingoldwetrustt.blogspot.com/2010/06/o-poder-oculto-de-onde-nasce-impunidade.html

http://agal-gz.org/blogues/index.php/canta/2010/06/13/os-donos-do-sistema-o-poder-oculto-de-onde-nasce-a-impunidade-de-israel-1

http://anjaoudemonia.blogspot.com/2010/09/os-homens-por-tras-das-cortinas.html

3 – Este texto questionado pela CONIB é usado como pretexto para o mesmo tipo de ação intimidatória na Venezuela, num relatório denominado “Antisemitismo en Venezuela”, de autoria de uma organização chamada ADL (Anti-Defamation League), que em português significa Liga contra a Difamação. Apesar do nome genérico da entidade, ela só monitora em todo o mundo, para efeito de ações de intimidação, o que considera difamação “anti-semita”. Veja a página 16 do sítio htpp://www.adl.org.

4 – neste momento, Israel está usando os céus da Grécia, por autorização do governo “socialista” de turno, para treinar seus pilotos para um possível ataque ao Irã, cuja topografia tem as mesmas características do país helênico.

Partido Comunista Brasileiro

Comitê Central

Maio de 2011