Mensagem de solidariedade da Federação Sindical Mundial (FSM) ao PAME

Trabalhadores e trabalhadoras da Grécia:

Acompanhamos a luta do movimento trabalhador classista na Grécia. A luta do PAME constitui uma parte integral de nossa própria luta.

Expressamos nossa solidariedade com a greve de 48 horas, esta batalha e luta contra as medidas bárbaras promovidas na Grécia, como a abolição dos convênios coletivos, demissões, cortes nos salários e nas pensões, a selvagem política tributária, as privatizações, a comercialização da educação e da saúde. Medidas similares estão sendo promovidas em todos os países da Europa e em todo mundo capitalista. Estas medidas, no geral, não servem aos interesses nacionais, mas aos monopólios e às transnacionais. Estamos de acordo na avaliação de vocês, em que todas estas medidas bárbaras estão sendo postas em prática com o intuito de baratear ainda mais a mão de obra, para que os trabalhadores e as classes populares paguem novamente uma dívida que eles não criaram. Dívida esta criada pelos subsídios, pelas exonerações fiscais e pelos créditos concedidos às grandes empresas. Lutamos em nossos países, assim como na Grécia luta o PAME, para que todos os trabalhadores compreendam e tenham ciência, para revelar de forma clara ao povo, que a crise capitalista não é causada pela dívida, mas porque se concentrou a riqueza e os meios de produção nas mãos de poucos, porque os monopólios ecoam em todos os setores.

A classe trabalhadora e os povos de nossos países chegam às mesmas conclusões: que estas medidas intermináveis, que geram pobreza e miséria, são aplicadas tanto pelos governos neoliberais como os social-democratas; que esta tendência é a mesma, desde sempre, da troica da UE ou do FMI; que a suposta única saída da UE não garante os direitos dos trabalhadores, ao contrário, em todas as partes a via capitalista de desenvolvimento conduz a medidas selvagens contra o povo e novos privilégios em favor do capital. Não nos deixemos enganar pelas rivalidades entre governos e entre os organismos imperialistas que não velam pelos interesses da classe trabalhadora. Eles visam apenas que as transnacionais e grupos empresariais percam menos.

Tanto na experiência da Grécia como na de outros lugares do mundo, é evidente que as forças comprometidas do movimento trabalhador que seguem a CSI e a CES, promovem a colaboração de classes e o consenso para a aprovação de medidas antipopulares.

Estamos de acordo com a direção de luta de vocês, de que unicamente a luta trabalhadora popular de massas organizada pode não só impedir as medidas antipopulares, mas que pode derrocar a via capitalista de desenvolvimento, que só oferece novos benefícios para o capital e sofrimento para o povo. As ações espontâneas e individuais não oferecem soluções, de igual modo que não oferecem uma saída para a indignação e para o enfado. Necessitamos uma luta organizada e consciente.

Expressamos nosso apoio e solidariedade com a greve de 48 horas, na qual se parará a produção e os locais de trabalho ficarão vazios. Nos inspiram as palavras de ordem entoadas nas manifestações “sem você, trabalhador não giram as máquinas. O patrão não pode”. Queremos que saibam, companheiros militantes do PAME, que nos solidarizamos com vocês, que reforçamos a luta e a greve da classe trabalhadora da Grécia nos dias 19 e 20 de outubro, dando em primeiro lugar em nosso próprio país a batalha para fortalecer nossa luta classista comum contra os nossos mesmos rivais: os monopólios e as transnacionais.

Viva a luta do povo grego!

19 de outubro de 2011

Tradução: Maria Fernanda M. Scelza