Barrar o fascismo nas urnas para continuar as lutas nas ruas!

imagemNota da Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde sobre as eleições de 2018

A atual disputa eleitoral para presidente da república no Brasil encontra-se profundamente marcada pelo discurso de ódio e pelo esvaziamento de debate junto à sociedade sobre os principais problemas a serem enfrentados nos próximos anos. Tudo isso em uma conjuntura de intensificação da exploração dos trabalhadores, desemprego e desmonte de direitos sociais duramente conquistados.
Diante disso, movimentos populares, sociais e sindicais, além de diversas forças e partidos políticos vem há tempos organizando a resistência aos ataques perpetrados contra a classe trabalhadora.

O processo de retomada da hegemonia política na condução do executivo nacional pela burguesia teve como expressão o impeachment da presidente Dilma Rousseff e a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, adquirindo novos contornos na eleição presidencial de 2018.

O antipetismo foi alçado pelas classes dominantes e pela grande mídia como o “inimigo” a ser enfrentado, alimentando o fascismo que vinha sendo gestado por setores reacionários e que agora encontra a oportunidade de generalizar seu ódio de classe a todo movimento combativo e democrático da sociedade brasileira.

Por isso, compreendemos que no segundo turno das eleições não está em jogo somente quem irá governar o país nos próximos quatro anos; a disputa se dará entre duas propostas profundamente distintas: uma que representa a barbárie, o irracionalismo, o fim das liberdades democráticas, o aprofundamento da restrição de direitos sociais, a violência contra a classe trabalhadora e seus setores mais oprimidos – negros/as, mulheres, homossexuais, imigrantes, etc.; e outra, que por mais que pesem as críticas à política de conciliação de classe levada a cabo pelo Partido dos Trabalhadores nos 14 anos que estiveram no poder, contribuindo para o apassivamento da luta de classes no Brasil, ainda é um projeto em que se vislumbra a possibilidade de resistência e construção de um projeto que atenda aos reais interesses da classe trabalhadora.

A Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde (FNCPS), coerente com sua pauta de defesa do direito à saúde, sempre se pautou por um posicionamento crítico à política nacional de saúde conduzida pelo Partido dos Trabalhadores em seus governos, em especial no que tange aos processos de privatização, através dos chamados “novos modelos de gestão” (representado pelas Organizações Sociais, Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, Parcerias Público-privados, Fundações de Direito Privado, Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, etc.).

Com o advento do governo ilegítimo de Michael Temer, além de propostas que comprometem o setor saúde especificamente, como a revisão da Política de Atenção Básica, as mudanças na Política de Saúde Mental e a intensificação dos privilégios ao setor privatista, foram adotadas medidas gerais que impactam diretamente nas condições de vida da classe trabalhadora, como o congelamento por 20 anos dos gastos sociais e a reforma trabalhista, também com consequências na saúde. O que estava sendo operado aos poucos se intensifica, comprometendo ainda mais os problemas que impediam o melhor funcionamento do SUS.

O que já se mostrava um cenário desafiador do ponto de vista da necessidade de organização da resistência e defesa do direito à saúde, agora se mostra como uma tarefa histórica indelegável: resistir ao definitivo aniquilamento do Sistema Único de Saúde no altar das políticas ultra neoliberais, capitaneado pela expressão do que há de mais atrasado, conservador e reacionário na sociedade brasileira, personificado na figura do candidato Jair Bolsonaro.

Um novo momento da luta de classes se inaugura no Brasil. Não é somente a política de conciliação de classes que precisa ser combatida, mas a proposta da barbárie corporificada no fascismo em curso. É preciso ganhar as eleições contra esse projeto nesse próximo dia 28 de outubro. E que essa vitória seja um marco na reorganização da classe trabalhadora no país. É por isso que a Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde defende o voto crítico à Fernando Haddad, conclamando a todos os setores progressistas da sociedade a compor uma Frente Antifascista e um movimento de caráter classista que aponte para construção de um projeto próprio que atenda os reais interesses da classe trabalhadora.

  •  Por um SUS público, 100 % estatal, de qualidade e que atenda indistintamente todas as necessidades da população!
  • Pela reorganização da Classe Trabalhadora na construção de um projeto próprio que atenda seus interesses!
  • Pela revogação imediata das contrarreformas e retrocessos do governo Temer!
  • Pela defesa das liberdades democráticas e dos direitos sociais!
  • Por uma Frente antifascista!

Brasil, 25 de outubro de 2018.

Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde

http://www.contraprivatizacao.com.br/