81 anos: PCV sempre anti-imperialista, marxista-leninista na luta pelo socialismo científico
Caracas, 5 mar. 2012, Tribuna Popular TP.- O Partido Comunista da Venezuela (PCV) rendeu homenagem a milhares de heróis e heroínas comunistas que possibilitaram ao Partido da classe trabalhadora venezuelana ter se destacado durante 81 anos na luta anti-imperialista e pelo socialismo científico, sob os princípios universais do marxismo-leninismo.
Segue o texto completo da intervenção do secretário geral do PCV, deputado da Assembleia Nacional, camarada Oscar Figueira, na coletiva de imprensa de hoje.
“Em primeiro lugar, gostaria de ressaltar o fato de que hoje, 5 de março, está se cumprindo o 81º aniversário de fundação da primeira célula do Partido Comunista da Venezuela e, portanto, 81 anos da existência na Venezuela do Partido Comunista.
Em tal sentido, a Direção Nacional, em honra à memória de nossos fundadores e fundadoras, construtores e construtoras, rende homenagem aos homens e mulheres, jovens, operários e camponeses, trabalhadores e trabalhadoras da cidade e do campo, intelectuais, militares e soldados que, numa época tenebrosa para nosso país, durante a ditadura militar petroleira feudal encabeçada por Juan Vicente Gómez, se atreveram a assumir o caminho da construção do novo tipo. Essa construção veio a ser uma imensa contribuição à cultura venezuelana e converteu nossa organização naquela que reivindica o papel dos trabalhadores e trabalhadoras, que reivindica o papel do campesinato pobre e da intelectualidade revolucionária na construção de uma sociedade de justiça, de igualdade. Sociedade essa que devia produzir uma ruptura à dominação do imperialismo, em particular o norte-americano. Por isso, na própria data de fundação de nosso partido, em 5 de março de 1931, nos propusemos lutar pela construção do socialismo científico.
Portanto, continua tendo vigência para nós uma palavra de ordem que sempre está presente: o Partido Comunista sempre anti-imperialista, sempre marxista-leninista, sempre lutando pelas ideias do socialismo científico. Hoje, rendemos homenagem a esses homens e mulheres que foram capazes, durante a própria ditadura, de proporem a construção dos sindicatos classistas na Venezuela, dos sindicatos petroleiros em primeiro lugar, dos sindicatos dos funcionários públicos, dos tintureiros, dos trabalhadores que, naqueles tempos, existiam segundo o desenvolvimento das forças produtivas.
A esses homens e mulheres, heróis e heroínas que construíram as ligas campesinas, enfrentando os latifundiários e seus governos de sempre. A esses homens e mulheres que foram capazes de nutrirem-se da experiência da revolução russa, da revolução bolchevique. No caso venezuelano, contamos com homens do porte de Pio Tamayo (que, ontem, cumpriu mais um ano de seu nascimento em 4 de março), precursor do pensamento do socialismo científico na Venezuela, preso no quartel El Castillo de Puerto Cabello por ordem de Gómez. Coube a ele introduzir, de maneira sistemática, os princípios, os valores, os conhecimentos sobre o socialismo científico, tornando-se uma das lideranças dos jovens revolucionários das camadas médias que saíram de El Castillo de Puerto Cabello, que propagaram pelo território venezuelano, junto com a corrente que vinha do exterior e a corrente dos trabalhadores do petróleo e de outros setores. A essas pessoas foram capazes de construir o Partido Comunista da Venezuela.
À memória de camaradas como Key Sánchez, Gustavo Machado, Pedro Ortega Díaz, Jesús Faría, Cruz Villegas, que não estiveram entre os fundadores, mas entre os construtores posteriores. À Olga Luzardo, viva, heroína da resistência anti-gomecista, heroína da resistência frente ao perezjimenismo, frente ao betancourismo, vivo exemplo do que é um quadro comunista consciente do papel que desempenha em seu Partido, no Partido Comunista, e o papel que exerce na classe trabalhadora, em aliança com o campesinato e com a intelectualidade revolucionária, assim como no conjunto dos diversos destacamentos da classe trabalhadora venezuelana e da classe trabalhadora mundial. Sim, pois este é um Partido Internacionalista que se propõe, com o conjunto dos partidos comunistas do mundo, das forças progressistas e democráticas, avançar na liquidação da dominação do capital para poder construir a nova sociedade. A sociedade dos trabalhadores livres, sem explorados, sem exploradores, sem patrões, capaz nos levar à organicidade para viver em liberdade, para produzir em liberdade, para dar a nossos povos a possibilidade de que a terra sobreviva. Porque só será possível a existência de nosso planeta caso consigamos liquidar a dominação dos depredadores, dos assassinos da natureza, dos assassinos dos seres humanos.
Então, começamos a percorrer esse caminho em 5 de março de 1931, com um Partido que entregou o melhor de seu esforço para transformar a sociedade venezuelana. Apesar das linhas políticas corretas, também temos cometido erros nesta transição. Não seria possível não errar. Somos um partido de revolucionários e revolucionárias, somos um partido de seres vivos, que acertam e se equivoca. No entanto, nossos próprios equívocos sempre ocorreram na tentativa de acertar, com a entrega de nosso esforço para a libertação de nosso país, pela ruptura da dominação do capital. Uma de nossas maiores contribuições neste caminho foi, inclusive, a vida de nossos militantes e seu sacrifício lutando pelas causas justas. Foi assim na década de 30, de 40, de 50 com o perezjimenismo, na década de 60 contra o betancurismo e a decisão de nosso Partido e de sua gloriosa Juventude Comunista de assumir as armas para defender os princípios e enfrentar a entrega do país ao imperialismo.
Nesse caminho, o Partido Comunista da Venezuela sempre reivindicou a luta dos trabalhadores, das trabalhadoras, o papel da classe operária e, em geral, da classe trabalhadora, como um sujeito fundamental para a transformação da sociedade capitalista e no avanço na direção do socialismo.
E nesse caminho, ainda hoje, nos encontra a história e o processo político e social de profundas transformações democráticas, anti-imperialista, nacional libertadora que transita a sociedade venezuelana.
Então, nesse esforço, hoje também seguimos reivindicando como fator fundamental a necessidade de ganhar a consciência dos trabalhadores e trabalhadoras, de elevar sua organização, para que cumpram seu papel de agentes fundamentais da revolução venezuelana. Para que com a classe operária, o campesinato pobre, o conjunto dos trabalhadores e trabalhadoras, a intelectualidade revolucionária, possamos avançar na construção de um poderoso movimento patriótico anti-imperialista de caráter nacional e internacional, tendo como líder o Presidente Hugo Chávez, e, assim, consigamos avançar na construção de uma Direção coletiva da revolução, que é uma necessidade impostergável para garantir o avanço do processo de mudança na Venezuela.
Nessa mesma direção, trabalhamos para dar um salto na acumulação de forças, que permita construir um Bloco Popular Revolucionário com todas aquelas organizações e correntes, individualidades e movimentos que se identificam com o socialismo científico, com o socialismo marxista-leninista, que reivindicam o papel da classe operária como sujeito fundamental da revolução.
Hoje, também trabalhamos no tema da nova e revolucionária Lei Orgânica do Trabalho, no tema da Lei Especial dos Conselhos Socialistas de trabalhadores e trabalhadoras, no tema de instrumentos que eliminem, de maneira definitiva, o monopólio na economia venezuelana, no tema da Direção Coletiva do processo revolucionário. Que todos venham ser parte fundamental na ação política dos comunistas”.
VER VÍDEO: http://www.youtube.com/watch?&v=2V1dU_i4J6I
Tradução: Maria Fernanda M. Scelza (PCB)
Fonte http://www.tribuna-popular.org/index.php?option=com_content&view=article&id=1075