Che: mais que nunca necessário

imagemUnidade Classista Nacional

No dia 08 de outubro o mundo se lembra do assassinato do Heróico Guerrilheiro em 1967 na escolinha de La Higuera, na Bolívia, no meio da selva sul-americana. É preciso sempre evocar Che a partir da visão daqueles que o acompanharam em diferentes feitos e de outros que rondam o imaginário coletivo apresentando suas qualidades e virtudes. Aquela visão invencível de Che que carregamos dentro de nós parece inexpugnável e necessária.

A sua ética intransigente, a sua posição de princípio inabalável, sua capacidade de ser um legado universal são atributos que permanecem na voz envelhecida dos seus combatentes, que foram incondicionais na luta e assumiram as consequências ao seu lado. Também os jovens que decidiram se tornar médicos como ele, ou os pequenos que juraram ser como Che e se lembram dele diariamente nas escolas, lembram-se para sempre do seu humanismo e da sua imagem.

Ainda é necessário, é uma obsessão tomá-lo como companheiro na luta diária. Ainda é obrigatório sinalizar com ele a luta por causas justas. Che inunda nossa mochila com sonhos, pensamentos e nos convida a agir.

A LIÇÃO QUE NOS DEIXOU CHE

Em meio às ações da Batalha de Santa Clara, José Rodríguez carregou ao longo de sua vida uma lição de ética que recebeu do Comandante Ernesto Guevara.

Este homem, com seus mais de 80 anos, lembra o cheiro de pólvora e o barulho de metralhadoras, o bombardeio da aviação e as ações em diferentes pontos da cidade, especialmente no Trem Blindado, dos últimos dias de Dezembro de 1958 em Santa Clara, quando o comandante Ernesto Guevara, à frente da coluna 8 Ciro Redondo do Exército Rebelde, tomou a cidade.

Com muito cuidado, Pepe, como é conhecido este lutador da Revolução Cubana, guardou entre suas memórias mais preciosas uma história pouco conhecida, por ser pessoal e dura, mas que se tornou um ensinamento e uma lição política.

Naquela época era um jovem que fazia parte do Movimento 26 de Julho em Las Villas e trabalhava na conhecida empresa Texaco. Em meio aos eventos seus serviços eram necessários. Chegou a Che e se apresentou como Texaco, coisa que Guevara não entendeu e o reprimiu fortemente porque a Texaco era a expressão dos interesses do imperialismo em Cuba, de sua ingerência, da intervenção norte-americana contra a qual lutavam.

No entanto, sentindo-se abalado com a dura reprimenda, acatou a ordem dada. Guardou como maior lembrança o abraço que recebeu do Comandante ao conquistar a vitória. “Foi uma lição política que entendi anos depois, fazia parte da ética e da posição indeclinável dos princípios da guerrilha”, disse com orgulho.

PROCURANDO UM HOMEM

Em busca desse legado, pessoas de todos os lugares vão ao Conjunto Escultural Ernesto Guevara, em Santa Clara, para homenageá-lo.

A Plaza de la Revolución Comandante Ernesto Guevara, inaugurada em dezembro de 1988, projetada pelos arquitetos Jorge Cao e Blanca Hernández, que também edificaram o Memorial onde estão os restos de Che e o Destacamento de Armaduras, é o mais simbólico dos locais. Onde descansa o herói.

A Praça e o Memorial fizeram de Santa Clara a cidade do Che, aqui ele é lembrado como um herói que erge-se triunfante após a morte. É uma inspiração do cotidiano, pois em Santa Clara o Che deixou sua marca e influência. Ele está para sempre aqui “em toda a parte”. É aqui que o mundo vem em busca de um homem.

O MÉDICO

Milhares de médicos cubanos colaboram em diversos países do mundo inspirados no revolucionário e no seu internacionalismo. Alguns são voluntários nos mesmos lugares onde Guevara esteve lutando e vencendo, mesmo muito perto de onde morreu.

Na raiz desse espírito está o médico Guevara, o médico argentino que embarcou no Granma e que trocou a mochila das emergências médicas pela caixa de balas de sua metralhadora como desbravador de um mundo melhor.

O COMANDANTE

Um dos Comandantes do Exército Rebelde, Víctor Bordón Machado, recordou muitas vezes o primeiro encontro com Che.

Para Bordón, o guerrilheiro argentino que chegou à fazenda Las Pinas perto de Manicaragua em outubro foi o homem que Fidel enviou a Las Villas, um argentino que lutou por Cuba. Esse homem, garantiu, devia ser seguido.

Bordón com absoluta sinceridade lembrou que o rebaixou de Comandante a Capitão em sua primeira reunião para começar a consertar as coisas em casa, e se referiu às irregularidades que existiam no Escambray, que culminaram na união de forças no Pacto del Pedrero e na luta vitoriosa da Campanha de Las Villas.

Bordón sempre confessou que seguir Che foi a melhor decisão de sua vida.

López Palacios, presente no evento, caracterizou-o como um evento transcendente, desde aquele dia em que Che traçou o futuro da educação superior cubana e sua diversificação e importância para o desenvolvimento da sociedade que se construía.

Luis Monteagudo, que o acompanhou na façanha da luta no Congo, lembra como ensinou os combatentes a ler na inóspita selva africana e afirma que sua morte foi a grande lição de heroísmo que deu na escolinha de La Higuera.

SEJAMOS COMO CHE

“Seremos como o Che!” é ouvido diariamente. As crianças cubanas dizem essa frase há décadas. Já que Fidel os encorajou a seguir seu exemplo.

Isso é sempre lembrado. Ser educado por essa frase é apegar-se a ela para sempre. Pois bem: Continuamos contigo, com o teu exemplo, nessa longa estrada, onde vais: Hasta la Victoria Siempre, Comandante Che!