O Caos como Política de Segurança

Nota Política do Comitê Regional do PCB RJ
A política de segurança no estado do Rio de Janeiro, do governo de Cláudio Castro (PL), segue a tradicional lógica do enfrentamento entre polícia e bandido, como ficou claro na chacina dos Complexos do Alemão e da Penha. Uma lógica que já demonstrou há décadas a sua falência, pois coloca a população em meio ao fogo cruzado sem conseguir trazer segurança.
E foi justamente o que ocorreu neste 28 de outubro de 2025, quando a segunda maior cidade do país, a capital carioca, acordou sob o signo do terror. Estava em andamento mais uma operação policial desastrosa contra organizações criminosas que controlam a maior parte do território da cidade e da política no estado. Vale lembrar que, dentre as organizações criminosas, não está apenas o tráfico, mas também as milícias, com profundo enraizamento nos aparatos do Estado. É no mínimo estranho que haja silêncio e omissão sobre o combate a essas organizações.
A operação mais letal das forças policiais do Rio de Janeiro foi responsável pela morte, segundo o próprio governo do estado, de 64 pessoas, das quais quatro eram agentes do estado. As demais pessoas, sem a devida identificação, foram tratadas como sendo bandidos.
Para nós comunistas, a promoção do terror em favelas e comunidades mostra que o estado entende como inimigo interno a própria população, ou seja, a classe trabalhadora.
O caos tomou conta do município do Rio e da Região Metropolitana. A população, sem qualquer orientação das autoridades e deseperada, tentou voltar para casa com segurança e, com a ausência de ônibus, o metrô e os trens da Central do Brasil superlotados se tornaram alternativas viáveis, mas de risco.
O crime organizado respondeu com arrastões e vias públicas fechadas, onde o estado não chega com políticas públicas, mas com represão e morte.
Cabe destacar, entretanto, que apesar de o governador Cláudio Castro (PL) ter sido reeleito no primeiro turno nas eleições de 2022 com a promessa de enfrentar o crime organizado, ele não se constituiu em solução, mas em parte do problema que a população vive hoje. Basta lembrar que em 2021 foi utilizada a mesma estratégia para aparentar uma preocupação em relação à segurança pública, quando se promoveu a chacina do Jacarezinho. Ou seja, quatro anos depois o governador se valeu, às vésperas de mais uma eleição, de mais uma chacina nas áreas pobres da cidade.
O caos que a cidade viveu neste dia 28 de outubro de 2025 faz parte, mais uma vez, do jogo eleitoreiro do governador e do seu grupo político de extrema direita. Essa suposta guerra é portanto uma grande farsa “pirotécnica” e espetacular. As armas do tráfico não são oriundas das favelas, mas sim desviadas dos aparatos policiais e forças militares. Assim como as drogas, que não são produzidas nesses espaços, mas sim trazidas de fora com o beneplácito de poderes corrompidos.
O confronto armado indiscriminado acaba servindo também para retroalimentar a lógica de disputa e partilha territorial do crime, privilegiando algumas das organizações criminosas (milícias) em suas expansões de influência, sob tutela de alguns políticos, enquanto espalha terror na população inocente. Trata-se de um jogo que coloca em risco de vida a população pobre das áreas periféricas e os próprios policiais que são deixados à própria sorte.
O PCB no Rio de Janeiro se coloca publicamente contra a política de segurança pública do governo de Cláudio Castro (PL), que vê a população favelada como inimiga interna.
Cláudio Castro e a extrema direita são parte do problema!
Fora Cláudio Castro, responsável pela maior chacina da história do Rio de Janeiro!
PCB RJ
