O apartheid do capital só acaba com a revolução socialista
Na última quinta-feira (16 de agosto), pelo menos 34 trabalhadores mineiros morreram e outros 78 ficaram feridos enquanto se manifestavam na África do Sul, por estarem em greve, em ação policial que pode ser classificada como chacina.
O fato ocorreu nas minas de Marikana, onde a empresa britânica Lonmin obtém 96% da platina que exporta para todo o mundo. Barnard Mokwena, vice-presidente-executivo da mineradora, mais preocupado com a queda de 6% de suas ações na Bolsa de Londres e com o fato de ter deixado de produzir 425 quilos de platina nos últimos dias, se limitou a dizer que o ocorrido foi uma “operação policial”.
Mais revoltante foi a declaração de Riah Phiyega, ex-executivo do sistema financeiro e atual comandante da polícia sul-africana, segundo o qual “a polícia teve que usar a força para se proteger do grupo que estava atacando”.
Até mesmo um órgão da imprensa burguesa local, o jornal Sowetan, questionou em editorial o que havia mudado no país desde 1994, quando anunciou-se que o apartheid teria chegado ao fim. Afirma a publicação que os negros pobres continuam sendo tratados como objeto pelo Estado. E agora, além de policiais brancos, havia negros entre os membros das forças policiais que assassinaram os trabalhadores.
Este fato deixa claro que não basta derrubar regimes de segregação racial. É preciso derrubar o sistema que flagela os trabalhadores pela desigualdade, exploração e desrespeito à vida: é preciso derrubar o apartheid capitalista!
Partido Comunista Brasileiro
Secretariado Nacional