Cresce o custo da dívida pública federal

Apesar da queda da taxa de juros básica da economia, o custo médio da Dívida Pública Federal (DPF) se manteve em alta em julho. Enquanto a Selic passou de 11% ao ano para 8% de dezembro do ano passado até o último mês, os juros médios pagos pelo governo para rolar sua dívida em títulos aumentaram no mesmo período, passando de 12,83% ao ano para 12,88%. Em julho, o estoque da dívida pública federal registrou a primeira queda do ano, de R$ 1,97 trilhão para R$ 1,87 trilhão.

Isso porque o governo resgatou parcela importante dessa dívida, que compensou o pagamento de juros no período. Se a queda dos juros básicos ainda não teve reflexo importante sobre a dívida pública, já há sinais de que os investidores estão começando a deixar de lado os papéis corrigidos pela Selic para buscar outros com maior rentabilidade.

título longo com juro baixo

Pela primeira vez na História, o volume de títulos atrelados à inflação superou o dos corrigidos pela Selic no mercado secundário. Isso confirma, segundo o coordenador de Operações da Dívida do Tesouro Nacional, Fernando Garrido, as expectativas dos investidores de que os juros devem continuar a cair.

Dados do Tesouro mostram que, enquanto a rentabilidade dos papéis atrelados à Selic estava em 10,5% ao ano até julho, para os títulos atrelados aos índices de inflação, esse percentual já estava em 27,2% ( IPCA) e 30,3% ( IGP-M).

– Apesar da redução dos juros, como a parcela da dívida atrelada à Selic já não é tão grande, o efeito no custo médio é mais lento – disse integrante da equipe econômica.

Em julho, o Tesouro conseguiu emitir seus papéis de prazo mais longo, as NTN-F (títulos prefixados com vencimento em 10 anos) a uma taxa de 9,7% ao ano. É a primeira vez que consegue taxa tão baixa.


Dívida pública caiu 4,76% em julho

O Estado de S. Paulo

Um megarresgate de títulos fez com que a dívida pública federal encolhesse em julho. Esse movimento de retração não ocorria desde janeiro. Com a queda, o total da dívida interna e externa no mês passado ficou em R$ 1,88 trilhão, abaixo até do piso da meta para o ano. A expectativa, no entanto, é de crescimento nos próximos meses, por causa do efeito dos juros sobre o estoque.

Os números são vultuosos. Já descontadas as emissões de títulos, o resultado de julho significou uma diminuição de 4,76% da dívida sobre junho, o que correspondeu a um valor de R$ 93,89 bilhões. A dívida interna, que responde por mais de 95% do endividamento total, caiu 4,96%, para R$ 1,79 trilhão.

O resgate em julho, de R$ 145,79 bilhões, foi o maior da história, mas, até o fim do ano, a programação tem menores volumes de vencimento. Pelos números do Tesouro, R$ 104 bilhões em títulos vão expirar até dezembro e, desse total, R$ 47 bilhões vencem ainda este mês.

Empréstimo. O coordenador-geral de operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Fernando Garrido, informou ontem que um novo empréstimo, feito por meio de títulos públicos, para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) poderá ocorrer ainda este ano. Em 2012, o Tesouro já emprestou R$ 10 bilhões ao banco.


Chanceler de Israel pede em carta saída de Abbas

O Estado de S. Paulo

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, pediu à comunidade internacional ajuda para tirar do poder o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, cujas políticas, segundo o chanceler, são “um obstáculo à paz”. O apelo de Lieberman foi feito em uma carta enviada ao Quarteto – grupo negociador formado por EUA, Rússia, União Europeia e ONU – revelada ontem.

Pouco após a notícia vir à tona, o escritório do premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, desautorizou o ministro e afirmou que o pedido de Lieberman não reflete a posição do governo israelense. A Autoridade Palestina qualificou o episódio de “incitamento à violência” e exigiu retratação.

De acordo com o chanceler israelense, Abbas comanda um governo “despótico e corroído pela corrupção”. A carta continua: “Eleições na Autoridade Palestina devem ser feitas e um líder novo, legítimo e realista precisa ser eleito. Apenas um governo desse tipo pode fazer progresso com Israel”.

Uma autoridade do governo israelense afirmou, em condição de anonimato, que Netanyahu tentou se distanciar da carta e “está comprometido em reiniciar o diálogo” com Abbas.

As eleições palestinas estavam marcadas para 2010, mas como os grupos Fatah e Hamas não conseguem chegar a um acordo a disputa vem sendo postergada. Abbas já ameaçou várias vezes deixar o poder, sob o risco de criar um vácuo de poder na Autoridade Palestina.

Líder do partido secular e de direita Israel Beiteinu, Lieberman é conhecido por frases e propostas controvertidas. Ele já defendeu que todas as pessoas que vivem em território israelense – judeus ou árabes – tenham de realizar um juramento de fidelidade à bandeira de Israel e tentou a “troca” de vilas majoritariamente árabes dentro do Estado judeu por território palestino. O porta-voz de Abbas, Nabil Abu Rdeneh, exigiu que Netanyahu condene publicamente a carta de seu chanceler. “Isso não contribui em nada para uma atmosfera de paz.”


Dilma desiste de privatizar Galeão

O Globo

O governo desistiu de privatizar os aeroportos do Galeão, no Rio; e Confins, em Belo Horizonte, nos mesmos moldes de concessão adotado em Guarulhos (SP), Brasília, Viracopos (Campinas) e o novo terminal de São Gonçalo do Amarante (RN). Mas, diante da pressão por melhoria na gestão do Galeão e dos gargalos em Confins, o Palácio do Planalto trabalha com a alternativa de uma espécie de Parceria Público-Privada (PPP) com um grande gestor aeroportuário estrangeiro, que atuaria em parceria com a Infraero. A ideia é que a estatal incorpore novas práticas de gestão e sistemas tecnológicos mais avançados.

O objetivo é atrair um grande parceiro privado, com experiência em administrar aeroportos com movimento superior a 30 milhões de passageiros por ano. Esta é a posição mais recente do Executivo e tem como justificativa o fato de que a Infraero, estatal que administra Galeão e Confins, passará a ter prejuízo, se perder esses dois aeroportos, que são muito importantes para a manutenção das suas receitas.

Governo quer Infraero rentável

Uma fonte do governo garante que o entrave a uma concessão tradicional do Galeão e de Confins é financeira e não ideológica. Não interessa ao governo deixar que a Infraero fique deficitária, porque a estatal tem uma rede de 63 aeroportos para administrar, inclusive terminais não lucrativos, porém importantes para o país.

Segundo dados da Infraero, o Galeão registrou em 2011 lucro líquido de R$ 59,24 milhões e Confins, R$ 39,8 milhões. Congonhas (SP), um dos mais rentáveis da rede, teve lucro de R$ 123,58 milhões e Santos Dumont, de R$ 29,55 milhões.

Além de perder receitas com uma eventual concessão dos maiores aeroportos do Rio e de Belo Horizonte, a estatal tem agora compromissos pesados pela frente, alegam fontes envolvidas nas discussões. A partir do próximo mês, quando repassará o comando de Guarulhos, Viracopos e Brasília para os sócios privados, a Infraero passará a ter que acompanhar as empresas nos investimentos obrigatórios e no pagamento das outorgas, pois ficou com 49% de participação no negócio. O leilão dos três, realizado em fevereiro deste ano, teve ágio de 347%.

Uma nova reunião para tratar do destino dos dois aeroportos com a presidente Dilma Rousseff está marcada para a próxima semana, pois o governo quer lançar o pacote para aeroportos e portos na primeira quinzena de setembro. Segundo uma fonte, o Executivo aguarda o resultado de uma sondagem que a Infraero está fazendo no exterior com possíveis interessados. Conversas estão sendo mantidas com a francesa Aéroports de Paris (ADP), a alemã Fraport e outras gigantes.

A decisão de Dilma põe fim a uma acirrada briga que vinha sendo travada nos bastidores do governo. De um lado, o ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Wagner Bittencourt, batia o pé para que Galeão e Confins fossem concedidos dentro do modelo usado na privatização de Guarulhos, Viracopos e Brasília. Mudar as regras para a concessão dos novos aeroportos seria um atestado de fracasso, já que Bittencourt deixou a diretoria do BNDES em 2011 e assumiu a SAC, por indicação do presidente do banco Luciano Coutinho, com a incumbência de tocar o plano de privatização.

A presidente já começou um processo de esvaziamento do poder de Bittencourt. No início do mês, ela exonerou o então secretário-executivo da SAC Cleverson Aroeira da Silva, funcionário de carreira do BNDES e braço-direito de Bittencourt. Para seu lugar, foi nomeado Guilherme Walder Mora Ramalho, ligado à ministra do Planejamento Miriam Belchior, muito próxima de Dilma. Ramalho estava à frente do Departamento de Infraestrutura para a Copa de 2014 no Planejamento. Caberá a ele comandar a nova modelagem das PPPs.

Infraero ficaria livre de licitações

Para minimizar o receio do setor privado em ficar preso à maior amarra das empresas públicas, a lei de licitações, o governo pretende ampliar o RDC (regime diferenciado de contratações, que libera as estatais de fazer licitações) aos aeroportos. Os detalhes de como seria a atuação da Infraero ainda estão sendo fechados. Está certa a criação da Infrapar – uma subsidiária da Infraero que fará a gestão das participações da estatal nos aeroportos concedidos, inclusive Galeão e Confins.

O governo pretende deixar em aberto a possibilidade de novas concessões, mas segundo fontes até agora não apareceu interessados em outros aeroportos, como Salvador, Fortaleza e Manaus e muito menos nos terminais regionais.

Para estes casos, a solução em análise é oferecer subsídios para as companhias aéreas que quiserem operar rotas, ligando cidades do interior. Vários formas de subsídios estão em análise (como passagens vendidas, ICMS e tarifas aeroportuárias). O argumento do setor é que não há demanda suficiente nesses locais para cobrir o preço da operação. São cotadas para receber algum tipo de subsídio empresas que operam com aviões menores, como Azul-Trip e Avianca.


Fim de corte do IPI embala montadora

O Estado de S. Paulo

As principais montadoras do País realizam no sábado e no domingo feirões nas fábricas, em estacionamentos de shoppings e nas revendas, chamando os consumidores para o último fim de semana de vendas com o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) reduzido.

O benefício, em vigor desde 22 de maio, está previsto para acabar no dia 31, mas a expectativa das fabricantes é de prorrogação pelo menos até outubro. Ainda assim, com mote da suspensão do corte, a indústria espera registrar o melhor mês de vendas da história, com números próximos a 400 mil veículos, incluindo caminhões e ônibus, que tiveram outros tipos de incentivos.

O recorde do setor foi em dezembro de 2010, com 381,5 mil veículos vendidos. Até terça-feira, as vendas totais somam 251 mil unidades, 2,7% a mais que em julho e 22,5% superior ao resultado do mesmo período de agosto de 2011. Só em automóveis e comerciais leves, beneficiados pela redução do IPI, foram licenciados até agora 241,7 mil unidades, alta de 2,6% em comparação ao mês passado e de 25,7% em relação a agosto do ano passado.

No fim de semana, as empresas vão apelar para descontos extras, brindes, juro zero e parcelamento em até 60 meses, ainda que essa modalidade exija maior valor de entrada (de 40% a 50% do valor do carro) e rigorosa avaliação das financeiras para aprovação de fichas.

A Volkswagen realiza feirões nos estacionamentos do shopping Aricanduva, na zona leste de São Paulo, e do hipermercado Extra Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP), e nas revendas da marca. Oferece juro zero para as linhas Gol, Voyage, Fox e Saveiro. O comprador do Fox leva ainda aparelho de GPS e IPVA grátis. A versão 1.0 desse modelo, com vários opcionais, será vendida a R$ 33,5 mil, R$ 2 mil a menos que o preço de tabela.

A Fiat escolheu o shopping center Norte para seu feirão, que também ocorre nas concessionárias, com oferta de juro zero e prazos de até 60 meses, em diferentes condições. O Uno Vivace, que custa R$ 24,2 mil, pode ser comprado com entrada de R$ 12,1 mil e 12 parcelas de R$ 1,060.

O feirão da Renault será na fábrica, em São José dos Pinhais (PR). Entre os atrativos está um desconto extra de 3% para todos os modelos. O carro mais barato da marca, o Clio, será vendido por R$ 22.490. Se for financiado em 48 prestações, o juro será de 0,99% ao mês. A General Motors também optou por um feirão na fábrica de São Caetano do Sul (SP), com direito a test drive.

Pressão

A advogada Bárbara Trevisan Sebag, de 35 anos, decidiu antecipar a troca de carro para se beneficiar da alíquota reduzida do IPI. Ela planejava vender seu Palio Weekend 2007 em dezembro, mas achou que seria melhor negócio aproveitar o corte do imposto. Para modelos nacionais com motor 1.0, o IPI foi zerado e para modelos até 2.0 foi reduzido à metade (de 11% para 5,5%).

“A compra foi pressão do IPI menor, porque eu achava que dava para aguentar até o fim do ano com o carro antigo. Sei que existe a possibilidade de a redução ser prorrogada, mas não quis arriscar”, comenta Bárbara, que na semana passada comprou um Nissan Livina 1.6 por cerca de R$ 40 mil. O corte do IPI representou um abatimento de R$ 2,4 mil.

A decisão de adiantar a compra também foi motivada pela perda de valor do modelo usado. “Embora na tabela Fipe meu carro valesse R$ 23 mil, chegaram a oferecer R$ 15 mil”, diz a advogada, que conseguiu vender o Palio por R$ 17 mil. “Fiquei chocada com o preço do usado, então corri mais ainda. Tenho a impressão de que perdi um pouco na venda do Palio, mas compensei com o desconto na compra do novo.”


Petrobras não garante gás para novas termelétricas

Valor Econômico

Apesar de prever uma folga de 15 milhões de metros cúbicos/dia, entre a oferta e a demanda de gás natural para 2016, a Petrobras não fornecerá o insumo para termelétricas nos próximos leilões de energia, marcados para outubro. O problema, de acordo com a estatal, não é técnico, mas regulatório. Isso porque, pelas regras dos leilões, as térmicas inscritas precisam apresentar garantia de fornecimento de gás por 20 anos, mesmo que não ganhem a disputa. Por isso, a Petrobras não pode assegurar reservas para todos os projetos.

“Nós temos uma limitação de volume [de gás]. Na atual regra do leilão, não tenho como demonstrar lastro. No A-5 [leilão com início de fornecimento de energia em cinco anos] de 2011, tivemos 29 empreendedores solicitando gás natural, num volume total de 54,7 milhões de metros cúbicos/dia. Se tivéssemos que fornecer contrato de gás para todos eles, precisaríamos de reservas de 15 trilhões de pés cúbicos (TCFs), o equivalente a reserva que temos hoje”, explicou o diretor de gás e energia da Petrobras, José Alcides Santoro.

Os 29 empreendimentos do citados pelo diretor da Petrobras somavam 11 mil megawatts (MW), nove vezes mais que a capacidade contratada no leilão, de 1.211,5 MW. A estatal não participou do leilão.

Segundo Santoro, a Petrobras está buscando alternativas para o problema de fornecimento de gás com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Uma possibilidade seria permitir que a estatal informe antecipadamente o volume do insumo disponível. As térmicas disputariam entre si a contratação do gás no limite da capacidade declarada.

O executivo detalhou ontem os investimentos da área de Gás e Energia, dentro do plano de negócios 2012-2016. O novo plano também reduz em quase 3% a oferta de gás no mercado nacional, considerando que a produção de óleo prevista para 2020 foi revisada e terá agora 710 mil barris/dia a menos do que no plano anterior.

A Petrobras vai oferecer 168 milhões de m3 /dia de gás no fim da década, contra 173 milhões de m3 /dia previstos no plano anterior, até 2015. O gás deve ser vendido por cerca de 80% do preço do óleo combustível.

Apesar da cifra expressiva de US$ 13,8 bilhões em investimentos previstos, dos quais US$ 300 milhões na Argentina, quase metade do montante (US$ 5,9 bilhões) se refere a projetos em avaliação e que não têm ainda sua economicidade garantida. A lista inclui a ampliação do trecho sul do Gasoduto Bolívia Brasil (Gasbol) e o terminal de regaseificação de Barra do Riacho (ES) só para citar alguns, além de duas unidades de fertilizantes.

Santoro explicou que projetos em avaliação vão competir por recursos com empreendimentos das áreas de Abastecimento e Internacional. “Se [o projeto] se mostrar economicamente inviável ou se não tivermos à época recursos financeiros, ou será postergado ou volta para a prancheta, para se ver o que aconteceu.”

Um dos projetos em avaliação é a UFN IV, complexo gás químico em Linhares (ES), que vai produzir uréia, metanol, melanina e ácido acético, entre outros. Essa unidade deve entrar em operação em meados de 2017. Com ela, a produção nacional de uréia subirá para 3 milhões de toneladas/ano, atendendo a 70% do consumo nacional.

A outra é a UFN V, para produção de amônia em Uberaba (MG), que ainda precisa de um gasoduto levando gás de São Paulo para Minas e está prevista para operar no fim de 2015. Com essa unidade, o Brasil passaria a produzir 803 mil toneladas/ano de amônia, atingindo a autossuficiência. As duas unidades receberão investimentos da ordem de US$ 3,2 bilhões.


Moody’s pode elevar nota do País

O Estado de S. Paulo

O vice-presidente da Moody”s, Mauro Leos, afirmou que a agência poderá começar em setembro o processo de análise da perspectiva da classificação de risco (outlook) do Brasil pela agência internacional de rating. Durante entrevista exclusiva à “Agência Estado”, o executivo afirmou ainda que a avaliação pode durar até novembro.

“Com esse processo, é possível o País receber upgrade até o fim do ano”, disse Leos, de Nova York. No caso da Moodys, dois terços das revisões de outlook resultam em elevação da nota de classificação de risco dos países.

Leos explicou que do processo de análise podem surgir duas decisões: ou melhora, ou piora. “A perspectiva nunca fica a mesma”, disse. Segundo ele, o Comitê da Moody”s poderá se reunir a partir de setembro porque já faz 12 meses que foi determinado o outlook positivo para o Brasil, o que ocorreu em junho de 2011.

Diante disso, a eventual melhora do outlook, agora, resultaria na elevação da nota de risco do País. A classificação, atualmente BAA2 com perspectiva positiva, passaria para BAA1.

Pacote. Como um dos principais responsáveis pela análise do Brasil, Mauro Leos não quis falar como está avaliando o desempenho da economia brasileira. Ele esteve em Brasília na semana passada, num período marcado pelo impacto do anúncio do pacote de concessões em rodovias e ferrovias, que prevê investimentos de R$ 133 bilhões.

“O pacote foi uma boa surpresa”, disse. A viagem a Brasília foi a última ao País antes de a Moody”s começar o processo de análise da perspectiva da nota soberana brasileira.

“Somente o anúncio já indica que há uma mudança na abordagem do governo sobre a estratégia da condução da economia. Diminui a tendência de incrementar o lado da demanda e será mais fortalecido o lado da oferta”, disse o executivo.

“E isso é importante para uma agência de rating, pois vai aumentar a perspectiva de aumento do PIB potencial no longo prazo. A decisão do governo é um passo importante na direção certa”, acrescentou.

Segundo Leos, trata-se de uma medida relevante, pois pretende aumentar investimentos no longo prazo, ao mesmo tempo que reforça compromisso com superávit primário de 3,1% do PIB.

“A presidente Dilma Rousseff tem perfil equilibrado, dado que busca solidez macroeconômica no longo prazo, com melhora das condições sociais da população”, comentou.


Grécia pode sair da zona do euro já em setembro, diz Citi

O Estado de S. Paulo

O Citigroup divulgou ontem um relatório no qual afirma que a Grécia pode sair da zona do euro já em setembro ou outubro deste ano, caso o relatório da troica de credores internacionais mostre que as reformas prometidas pelo país não estão sendo implementadas. Segundo o time internacional de economistas do banco, existe uma possibilidade de 90% de os gregos deixarem o bloco nos próximos 12 a 18 meses.

A troica de credores – formada por Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central Europeu (BCE) e Comissão Europeia – deve chegar a Atenas no começo do mês que vem para avaliar o progresso feito pelo país na implementação das reformas fiscais.

O Citi afirma que os esforços do BCE para combater a crise da dívida soberana na zona do euro podem conter os efeitos da possível saída dos gregos do bloco. Entretanto, os economistas do banco dizem que os líderes europeus estão mostrando “uma crescente relutância” em fazer tudo o que for preciso para manter a Grécia no grupo.

Mesmo assim, o Citi diz que a saída da Grécia da zona do euro não é inevitável, “já que ninguém quer ser culpado por isso”.


Fila para comprar carro chega a 3 meses

O Estado de S. Paulo

Com a possibilidade de o corte do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) acabar no fim do mês, houve corrida às lojas e vários modelos estão em falta, principalmente aqueles lançados recentemente.

O consumidor que deseja comprar um Fiat Grand Siena, por exemplo, tem de esperar três meses e, quando receber o sedã, provavelmente terá perdido o desconto. O compacto Palio Sporting, versão top da linha, também tem espera de 90 dias.

O sedã Cobalt e o monovolume Spin, da General Motors, têm versões com fila de 30 a 60 dias. Desde o anúncio do corte do IPI, em maio, as montadoras – que nos dois meses anteriores operaram com semana reduzida de trabalho – voltaram a fazer horas extras, mas ainda assim há falta de alguns carros.

No mês passado, a Fiat contratou 600 funcionários para ampliar a produção diária de 3 mil para 3.150 unidades em Betim (MG). Na GM, os funcionários de São Caetano, do Sul estão trabalhando dois sábados por mês.

Na Volkswagen de São Bernardo do Campo e de Taubaté há expediente quase todos os sábados desde junho. Na Honda, os funcionários de Sumaré cumprem 2,5 horas extras por dia desde julho. A Ford, que chegou a adotar a semana de quatro dias, agora opera em ritmo normal.

Produção em queda

Na opinião do sócio-diretor da RC Consultores, Fábio Silveira, a manutenção do corte do IPI até o fim do ano “é fundamental para engatilhar uma recuperação mais substancial da economia em 2013”. Para ele, o fim do incentivo “vai frustrar um movimento de expansão gradual” da indústria automobilística e do setor industrial como um todo.

Mesmo com o IPI menor, a produção de carros está caindo 8,5% em relação ao ano passado, enquanto as vendas apresentam alta de 4,9% até julho. Silveira acredita que, sem o benefício, o setor fechará o ano com resultados abaixo do esperado.

Em dezembro de 2008, na crise internacional, o governo reduziu o IPI inicialmente por três meses. O benefício foi prorrogado até março de 2010, ainda que no último período a volta à alíquota cheia tenha sido gradual. Naquele período, o governo não exigiu a manutenção de empregos num primeiro momento e houve cortes. Desta vez a exigência fez parte do acordo e foram abertas 2,7 mil vagas desde maio.


Fed prepara medidas de estímulo ‘para breve’

O Estado de S. Paulo

O banco central americano, Federal Reserve (Fed), deu mais um sinal de que está preparando novas medidas para estimular a economia dos EUA. A ata da reunião do Comitê de Mercado Aberto do Fed (Fomc) realizada em 31 de julho e 1.º de agosto diz que novas medidas de estímulo serão necessárias em breve, a não ser que a economia mostre um crescimento substancialmente mais forte.

“Muitos integrantes julgaram que uma acomodação monetária adicional provavelmente será justificável muito em breve, a não ser que as informações a serem divulgadas apontem para um fortalecimento substancial e sustentável no ritmo da recuperação econômica”, diz a ata do Fed.

A afirmação sugere que cresce dentro do Fed o apoio a novas medidas de estímulo. Na reunião anterior do Fomc, em junho, apenas “uns poucos membros” pensavam que mais estímulo à economia seria necessário. A observação de que uma aceleração “substancial e sustentável” no crescimento poderá impedir o Fed de agir sugere que a instituição estabeleceu uma meta elevada e que novas medidas de estímulo serão adotadas se ela não for atingida. Alguns indicadores econômicos melhoraram recentemente, mas poucos economistas têm descrito essa melhora como “substancial”.

De acordo com a ata, a maioria dos membros do Fomc concordou que “o crescimento econômico provavelmente continuará moderado nos próximos trimestres e então, acelerar gradualmente”, e que o desemprego deverá cair apenas gradualmente.

Benefícios. Ao discutir as opções para estimular a economia, aparentemente um número maior de dirigentes do Fed pensava na última reunião que os benefícios de lançar uma nova rodada de compras de títulos do Tesouro são maiores do que os custos potenciais. “Muitos participantes esperaram que tal programa poderá dar um apoio adicional à recuperação econômica, tanto ao pressionar para baixo as taxas de juro de longo prazo como ao contribuir para condições financeiras mais fáceis, de uma forma mais ampla”, diz a ata.

Alguns participantes também disseram que um novo programa de compra de bônus, ou de relaxamento quantitativo da política monetária, poderá fomentar a confiança do consumidor e das empresas.

Outros integrantes do Fomc, porém, mostraram preocupação quanto à eficácia de um novo programa de compras de bônus e se ele tornaria mais difícil para o Fed reduzir sua grande carteira de ativos mais tarde. Muitos disseram pensar que é importante que qualquer novo programa de relaxamento quantitativo seja flexível, para dar conta de mudanças nas condições da economia.

Os dirigentes do Fed também discutiram outras ferramentas que poderiam ser usadas para estimular a economia, entre elas a extensão do período no qual as taxas de juro de curto prazo deverão permanecer próximas de zero. Desde janeiro, o Fed vem dizendo que planeja manter as taxas de juro de curto prazo em “níveis excepcionalmente baixos” pelo menos até o fim de 2014.

Outras opções discutidas na última reunião incluem rebaixar os juros que o Fed paga aos bancos para que mantenham seu excesso de reservas depositadas no banco central. Segundo a ata, “um par” de participantes da reunião também mostrou interesse no programa de financiamento do Banco da Inglaterra (BoE) para eliminar os gargalos na oferta de crédito.

Dos 12 participantes da reunião, 11 votaram a favor de manter inalterada a política monetária. A próxima reunião do Fomc será nos dias 12 e 13 de setembro.


Dilma é a 3º mais poderosa da “Forbes”. Graça estreia em 20º

O Globo

A presidente Dilma Rous- seff manteve seu 3® lugar, a mesma co locação do ano passado, no ranking das cem mulheres mais poderosas do mun do, elaborado pela revista “Forbes” — e ainda ficou na capa da publicação. Já a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, entrou no seleto grupo, e diretamente na 20? posição.

À frente de Dilma estão, respectiva mente, a chanceler alemã, Angela Merkel, em 1® lugar, e a secretária de Estado americana, Hillary Clinton.

A revista justificou a escolha de Graça Foster afirmando que o setor de petró leo e gás é vital para a economia global, e a capacidade de produção da Petro bras é “tremendamente importante”! A “Forbes” lembrou que Graça Foster es tá há mais de 30 anos na estatal e é ami ga da presidente, tendo sido secretária de Petróleo e Gás quando Dilma era ministra de Minas e Energia.

Fico muito feliz e honrada com a distinção da “Forbes” — afirmou Graça Foster ao GLOBO. — É um orgulho re ceber essa indicação como mulher, co mo brasileira, e como presidente de uma empresa que investirá, nos próxi mos quatro anos, US$$236 milhões.

MERKEL: LIDERANÇA NA CRISE DO EURO

No caso de Dilma, a revista citou sua liderança à frente de uma das maiores economias do mundo e programas co mo o Brasil sem Miséria e de incentivos à indústria nacional. A presidente disse à “Forbes” que deseja que seu legado seja um Brasil de classe média, “alta mente competitivo e educado”! A revis ta ainda lembra o elevado índice de aprovação popular de Dilma.

A outra brasileira no ranking é a su- permodelo Gisele Bündchen. A “For bes” lembra que ela continua no topo mesmo aos 32 anos e, além de modelo, tem seus próprios negócios. São cita dos ainda seu trabalho junto à ONU, como embaixadora do Programa de Meio Ambiente, e um concurso para modelos em áreas carentes do Brasil.

A lista da “Forbes” traz mulheres en volvidas em política, entretenimento, tecnologia e organizações sem fins lu crativos, entre outros. Elas foram classi ficadas de acordo com influência, quantidade de dinheiro que controlam ou ganham e presença na mídia.

Essas mulheres de poder exercem influência de formas muito diferentes e para Uns muito diferentes, e todas com impactos diversos sobre a comunidade global — disse a presidente e editora da “ForbesWoman” Moira Forbes.

Merkel deveu seu primeiro lugar a sua firmeza em preservar a União Euro péia e a sua influência sobre a crise da dívida da zona do euro. Já Hillary foi ci tada pela forma como lidou com crises, como o vazamento de textos diplomáti cos secretos pelo site WikiLeaks.

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