Petrobrás descarta desabastecimento de gás e energia

O consumo médio de gás natu ral neste ano, considerando a produção nacional e as importa ções da Bolívia e de gás natural liquefeito (GNL), ficou em 72 milhões de metros cúbicos por dia, contra uma capacidade instalada de 102 milhões de metros cúbi cos/dia. Em novembro, o pico do ano, 0 consumo foi de 97 milhões por dia.

Mesmo com a pequena mar gem de diferença entre pico e capacidade instalada, segundo os dados informados ontem pela Petrobrás ao “Estado”, estão afas tados os riscos de desabastecimento, afirmou o diretor de Gás e Energia da companhia, Alcides Santoro. Na quarta-feira, a Fede ração das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) alertou para o risco de desabastecimen to de energia elétrica e de gás neste fim de ano e no início de 2013. “Não há nenhum risco de desabastecimento de gás e de outros combustíveis que a Petro brás fornece”, afirmou Santoro.


EUA revisam PIB do 3º tri para cima: 3,1%

O Globo

A economia americana cresceu num ritmo acima do estimado previamente, revelou ontem o Departamento de Comércio, em sua segunda revisão do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) do terceiro trimestre. Segundo o novo número, a economia se expandiu 3,1%, ante a estimativa anterior de 2,7%. O resultado foi mais de o dobro do PIB do segundo trimestre (1,3%), e foi puxado sobretudo por exportações e gastos do governo. Mas o impasse sobre o abismo fiscal, a crise global e as medidas de austeridade de Washington apontam para nova freada.

Outros dados revelaram que a atividade industrial no Meio-Oeste do país ganhou fôlego este mês, ao mesmo tempo em que a venda de imóveis usados em novembro alcançou seu maior patamar em três anos, avançando 5,9%, para 5,04 milhões de unidades. Na contramão vieram os dados do mercado de trabalho, com o avanço acima do esperado do número de americanos que solicitaram seguro-desemprego na semana passada, cujas solicitações avançaram em 17 mil ocorrências, para 361 mil.

Para Millan Mulraine, economista sênior da TD Securities em Nova York, os fatores que estimularam o crescimento da economia no terceiro trimestre não devem se repetir no resto do ano.

– O fato de termos tido uma revisão para cima significa que será mais difícil no quarto trimestre superar a melhor previsão (de crescimento) de 1% – afirmou Mulraine.

Ameaça de nova recessão

Analistas afirmam que muitas empresas estão adiando suas decisões de investimento neste quarto trimestre, preocupadas com o impasse nas negociações entre democratas e republicanos sobre uma forma de evitar o chamado abismo fiscal – corte de gastos e aumento de impostos compulsórios superiores a US$ 600 bilhões que entrarão em vigor a partir de janeiro, caso não haja um acordo político entre as partes até 31 de dezembro.

Economistas alertam que o abismo fiscal empurrará o país de volta à recessão. E mesmo que se chegue a algum compromisso, a dura política fiscal do governo federal e a crise econômica global devem pesar no desempenho do quarto trimestre. Analistas ouvidos pela agência de notícias Reuters esperam um crescimento de 1,2% no quarto trimestre e de 1,9%, em 2013.


Centro da meta mudou para 5%, diz economista

O Estado de S. Paulo

O professor da PUC-R J e economista-chefe da Opus Gestão de Recursos, José Márcio Camar go, afirmou que o cenário de refe rência do Relatório Trimestral de Inflação de dezembro “sugere que o centro da meta de inflação mudou para 5%” para os próxi mos dois anos. 0 BC projeta que o IPCA subirá 5,7% neste ano, avançará 4,8% em 2013 e alcan çará 4,9% em 2014.

“Esses números podem ser interpretados por agentes de mercado como um abandono do  centro da meta de 4,5%.” Ele res saltou que esse objetivo não foi atingido em 2011, quando a infla ção ficou em 6,5%, e também não deve ocorrer neste ano, já que sua estimativa é de 5,8%.

Para Camargo, um dos principais efeitos das novas projeções do BC para 2013 e 2014 é que deve “piorar a ancoragem das expectativas” para o IPCA, espe cialmente para 2013. A mediana das projeções da Pesquisa Focus para aquele índice de preços indi ca alta de 5,42% no ano que vem.

Ele prevê que a inflação em 2013 deve ficar em 5,4%, sem levar em conta uma alta do preço da gasolina.


BC tira 337 instituições do mercado

Valor Econômico

Sem alarde, o Banco Central (BC) retirou do sistema financeiro nada menos do que 337 instituições não bancárias de 2010 a outubro deste ano. Consórcios como o Marcos Marcelino, de Ananindeua (PA), o Motomax, de Sacramento (MG) e tantas outras pouco conhecidas distribuidoras de valores, corretoras e cooperativas saíram do sistema nos últimos três anos em meio a um processo de limpeza promovido pela autoridade.

O alarde causado pela descoberta de rombos bilionários em bancos como PanAmericano e Cruzeiro do Sul acabou encobrindo centenas de liquidações, cancelamentos de registro e incorporações de outras entidades não bancárias dentro de um projeto batizado pelo BC de “Sanea”.

Bastante semelhante à faxina feita nos bancos, o aperto na fiscalização das demais instituições supervisionadas pela autoridade teve como objetivo tirar do sistema aquelas que já não estavam operantes, que não exerciam atividade financeira ou que tinham problemas de capital ou de gestão.

Em termos de ativos, a avaliação da autoridade é que o impacto da operação foi pequeno. Isso porque os bancos concentram 98% do total. Hoje, ao fim do projeto “Sanea”, ainda restam cerca de 2 mil entidades não bancárias, que abrigam o restante dos ativos do sistema.

O maior efeito do “Sanea”, na avaliação da equipe do BC, se dá em termos de eficiência da própria autoridade. A maioria das 337 entidades que saíram do sistema já não estava mais vendendo consórcios, distribuindo títulos, dando empréstimos a cooperados ou fazendo operações de corretagem, segundo informou o BC ao Valor. Apesar disso, essas empresas exigiam que a autoridade gastasse tempo e recursos fazendo sua fiscalização, enquanto poderia centrar esforços em quem opera.

Foi a falta de atividade que levou ao cancelamento de registro dos consórcios Monza e Cineral, por exemplo. Em muitos casos, o Banco Central convidou os controladores a retirarem suas companhias da supervisão financeira. É por isso que algumas continuaram a existir, mas com atividades não financeiras. A Terra Companhia de Crédito Imobiliário, de Fortaleza (CE), mudou o estatuto social neste mês para retirar de suas atividades a concessão de financiamento.

Nem todas as saídas do sistema financeiro, porém, se deram de forma tão tranquila. No ano passado, a financeira cearense Oboé sofreu intervenção depois que constatou-se violações de normas, além de um passivo a descoberto. Em março de 2010, o consórcio Fiorelli teve a liquidação decretada por problemas patrimoniais e descumprimento de regras.

Com a retirada de companhias que não atendiam às normas, o BC avalia que também reduziu o risco do sistema bancário.


Após cinco meses de queda, arrecadação volta a crescer

O Estado de S. Paulo

A arrecadação de receitas fede rais somou R$ 83,707 bilhões em novembro, uma alta de 0,45% na comparação com o total de R$5 78,966 bilhões de novembro do ano passado, considerando valo res reais. Embora seja um cresci mento tímido, representa a re versão de uma trajetória de cin co quedas consecutivas (de ju nho a outubro) na comparação com igual mês de 2011. No acu mulado de janeiro a novembro, a arrecadação alcançou R$5 926,014 bilhões, alta de 0,68% na comparação com os R$5 873,267 bilhões de igual período de 2011.

“É um resultado bastante posi tivo”, disse ontem a secretária adjunta da Receita Federal, Zayda Bastos Manatta, ao divul gar os resultados.

Com o resultado de novembro, a Receita começa a considerar viá vel a possibilidade de que seja al cançada a meta de ampliação em 1% na arrecadação este ano. Dois meses atrás, no entanto, a Recei ta estimava crescimento de 1,5%, mas perante as sucessivas frustra ções, a projeção foi reduzida.

Zayda lembrou que a econo mia mais lenta e a política de de sonerações (como a redução do IPI para veículos e para a linha branca e a desoneração da folha salarial) prejudicam o resultado da arrecadação. Por outro lado, ela destacou que há indicadores positivos em dezembro relativos à recupera ção da produção indústria, ven das de bens e serviços e aumento da massa salarial.

Por ora, no entanto, a política de desonerações gera impactos negativos nas contas da Receita. A arrecadação do IPI total em no vembro, por exemplo, somou R$ 3,997 bilhões, o que representa uma queda de 3,42% em relação aos R$5 4,138 bilhões de novem bro de 2011. Em reflexo à política de reduzir impostos para estimu lar o consumo e aumentar a pro dução, a arrecadação do IPI dos automóveis foi a mais afetada, somando R$5 306 milhões em no vembro deste ano, ou seja, que ; da de 35% em relação aos R$470 milhões de novembro de 2011.

Em sentido contrário, a ar recadação do Imposto de Ren da de Pessoa Física (IRPF) cresceu em novembro, alcan çando R$ 2,385 bilhões, com alta de 59,7% em relação ao total de R$ 1,493 bilhão de no­vembro do ano passado. “Foi um recolhimento atípico, pe la alienação de participação societária”, explicou Zayda, sem citar que operação gerou essa arrecadação.

O recolhimento de Cofms e PIS-Pasep somou R$ 19,528 bi lhões no mês passado, em alta de 6,9% sobre os R$ 18,260 bi lhões de novembro de 2011.0 recolhimento de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IR-PJ) e Contribuição Social so bre Lucro Líquido (CSLL) re cuaram quase 6% nessa com paração, alcançando R$ 10,168 bilhões no mês passado.

O economista Felipe Salto, da Tendências Consujtoria, compartilha da opinião da se cretária adjunta da Receita de que o resultado da arrecada ção de novembro foi bastante bom. Segundo ele, o resulta i do surpreende positivamen te, pois a arrecadação enfrenta dois efeitos negativos que são a atividade econômica ar ; refecida e o custo da política de desonerações.

Segundo Salto, é importan te que o ciclo de sucessivas que das nos recolhimentos fede rais tenha acabado. A recuperação na arrecadação, destaca o economista, é o que vai conti nuar sustentando a política fiscal expansionista. O resultado da arrecadação de novembro, adverte, também não permite que seja feita a leitura de que está havendo plena recupera ção da atividade econômica.

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