Brasil e China assinam acordo de swap de moeda de US$ 30 bilhões

Brasil e China, por meio de seus bancos centrais, assinaram nesta terça-feira acordo de swap de moeda local no montante de R$ 60 bilhões (190 bilhões de yuans ou cerca de US$ 30 bilhões), válido por três anos e com possibilidade de renovação.

A linha, segundo comunicado do Banco Central do Brasil, “tem como objetivo facilitar o comércio bilateral entre os dois países”.

As conversas para o estabelecimento do acordo tiveram início ainda no ano passado, durante a Rio+20. “O acordo sinaliza um maior nível de cooperação entre autoridades monetárias, refletindo a importância estratégica do comércio bilateral entre os dois países”, acrescentou o BC brasileiro.

O BC informou ainda que adotará as medidas regulamentares e operacionais necessárias para implementar o acordo, observando as condições estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).


Presidente do Eurogrupo volta atrás e diz que Chipre é caso específico

Valor Online

O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, disse em comunicado divulgado há pouco que o Chipre “é um caso específico, com desafios excepcionais”, e que necessitava das medidas acordadas com as autoridades do país no último domingo. “Programas de ajustes macroeconômicos são desenhados de acordo com a situação de cada país e não existe a utilização de modelos”, afirmou.

O comunicado veio na sequência de entrevistas dadas pelo presidente do grupo de ministros de Finanças da zona do euro ao “Financial Times” e à “Reuters”, em que Dijsselbloem disse que os prejuízos que depósitos bancários não segurados vão sofrer no Chipre, como parte do pacote de resgate, poderão ser repetidos em outros países da zona do euro. Os comentários geraram fortes quedas de ações de bancos e, por tabela, a índices acionários da Europa e pressionou a baixa do euro.

Logo após a reação dos mercados, uma porta-voz do Eurogrupo já havia tentando minimizar as declarações, dizendo que os comentários do presidente do grupo não tiveram a intenção de dizer que o acordo com o Chipre servirá de modelo para futuras crises bancárias da zona do euro. Questionada sobre os comentários de Dijsselbloem, a porta-voz disse que não foram interpretados da forma correta.

“Ele não disse que era um modelo ou que será um modelo”, declarou a porta-voz. “Com bancos em países problemáticos não se pode automaticamente buscar os contribuintes, mas ver o que as próprias instituições podem fazer”, disse.


Países emergentes terão fundo de US$ 100 bi contra turbulências

O Globo

Num momento em que os mercados financeiros do mundo inteiro estão de olho na crise do Chipre, os Brics — bloco dos grandes países emergentes formado por Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul — vão criar um fundo de reservas destinado a socorrer o grupo em caso de crises de liquidez. O chamado Contingent Reserve Arrangement (CRA), ou acordo de reserva de contingência, deve começar com um patrimônio de US$ 100 bilhões. Em outra frente, o Brasil fecha nesta terça-feira com a China um acordo para a criação de uma linha de crédito em moeda local (ou de swap) no valor de US$ 30 bilhões. A medida, que visa a fomentar o comércio entre os dois países, será assinada durante a V Cúpula dos Brics, que começa nesta terça-feira em Durban, na África do Sul.

Com os países da cúpula, o governo brasileiro espera avançar também na criação de um banco de desenvolvimento e, em outra instância, de um fundo de reservas destinado a socorrer o grupo em caso de crises de liquidez. Embora discutidas desde o ano passado, todas essas medidas saem do papel em um momento em que a Europa vive uma nova onda de turbulência. Analistas temem uma contaminação de outros países na região e nem mesmo o pacote de socorro já aprovado para a economia cipriota conseguiu levar algum alento ao mercado. Anteontem, o Banco Mundial alertou para o risco de contágio da crise em Chipre para outros mercados emergentes.

Diante deste quadro, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta segunda-feira que os Brics têm de buscar soluções sozinhos.

— Vamos dar continuidade no estreitamento dos nossos laços econômicos, porque hoje os países avançados não estão crescendo, estão crescendo pouco. Então os Brics dependem mais de si mesmos. Somos os países que vamos continuar crescendo, temos um dinamismo maior, temos de aproveitar melhor os nossos mercados e o nosso comércio — disse o ministro, logo depois de chegar a Durban.

O acordo de swap com o governo chinês chegou a ser anunciado por Mantega em junho do ano passado, durante a reunião da Rio+20, mas só está sendo efetivado agora, com o novo presidente do país, Xi Jinping. Na ocasião, Mantega afirmou que a medida ocorria num momento em que a economia mundial estava “estressada”. Agora, a crise ameaça recrudescer com o congelamento de depósitos de um dos principais bancos do Chipre.

Será constituída uma reserva de U$ 30 bilhões para ser usada entre os bancos centrais de Brasil e China em caso de emergência, nos mesmos moldes do acordo que o governo brasileiro fez com o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) depois da crise de 2008. Os recursos são reservados nas moedas correntes dos dois países.

A presidente Dilma Rousseff, que chega hoje à África do Sul, deverá ter amanhã uma reunião privada com Xi Jinping. É o primeiro encontro de Dilma com o novo presidente chinês, que assumiu o cargo este mês. A China é a principal parceira comercial do Brasil, mas, nas últimas semanas, cancelou importações de minérios da Vale e de soja do Brasil, devido aos gargalos do sistema portuário, que impediu o escoamento dos produtos brasileiros. Além disso, antes de chegar a Durban, o novo presidente chinês visitou a Tanzânia, dando mostras de que quer estreitar laços econômicos com a África, uma região cobiçada também pelos brasileiros.

Na cúpula anterior dos Brics, em Nova Délhi (Índia), os países emergentes encomendaram também estudos de viabilidade em seus países para a criação de um banco de desenvolvimento e de um fundo de reservas. Agora, em Durban, esperam chegar a um acordo definitivo, mas esses dois mecanismos só devem ser concluídos depois de 2014.

A criação do banco de desenvolvimento dos Brics, com um aporte estimado de US$ 10 bilhões de cada país, ainda encontra resistência da Rússia. Os russos apontam que um montante de US$ 50 bilhões não seria suficiente para atender a demanda do grupo.

— Dos países dos Brics, a Rússia talvez seja a que menos vá recorrer a esses recursos — afirmou uma alta fonte do governo brasileiro, para quem “a África é bastante grande e não precisa haver uma concorrência (entre os dois países)”.

Fundo seria aprovado rapidamente

Já o fundo de reservas CRA terá recursos de US$ 100 bilhões e, segundo a avaliação do governo brasileiro, pode ser aprovado e colocado em prática mais rapidamente, uma vez que o dinheiro será apenas empenhado em caso de socorro aos países. Anfitrião da cúpula, o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, lembrou que, no caso do novo banco, desde Nova Délhi os governos têm desenhado o formato da instituição:

— Agora, estamos prontos para lançá-lo — afirmou Zuma

A V Cúpula acaba amanhã, quando os presidentes do bloco se encontram com líderes dos países africanos. Os Brics vão liberar linhas de crédito para a África.


Ao lado de Campos, Dilma cobra compromisso de coalizão

Portal Estadão

Ao lado do governador pernambucano, Eduardo Campos (PSB), a presidente Dilma Rousseff cobrou nesta segunda-feira, 25, a formação de uma coalizão política para dar continuidade a projetos desenvolvidos nos últimos dez anos pelo governo federal. No momento em que Campos se movimenta para fortalecer uma possível candidatura de oposição a Dilma em 2014, a presidente pediu que seus parceiros estejam “comprometidos” com os rumos de sua administração.

“O Brasil vai continuar numa trajetória de estabilidade e controle da inflação, mas de crescimento. Vamos provar que o País só será forte e desenvolvido se tivermos a determinação e a coragem de continuar por esse caminho, de construir democraticamente uma colaizão para dirigir esse País. Nenhuma força política sozinha é capaz de fazer esse caminho. Precisamos de parceiros e que esses parceiros sejam comprometidos com esse caminho”, afirmou Dilma, nesta segunda-feira, 25, após inaugurar o trecho de um sistema de abastecimento de água em Serra Talhada, no sertão de Pernambuco.

A presidente fez um discurso longo, de 50 minutos, em que fez alguns elogios ao governador pernambucano, mas destacou com frequência maior o papel do governo federal no desenvolvimento do Nordeste. Citou diversas vezes o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contando com aplausos do público a cada menção, e anunciou novos investimentos que serão feitos em sua gestão.

“Eu estou fazendo aqui em Pernambuco a mesma coisa que o Lula sempre faz. Ele vinha, conversava com o Eduardo e trazia sempre obras e benefícios. Nós estamos vendo uma mudança acelerada na região. Pernambuco é um novo Pernambuco. O governador tem um grande papel nisso, sem dúvida, e o governo federal, tanto com Lula quanto minha gestão, também tem. Todos os investimentos que fizemos em Pernambuco, se você juntar os investimentos federais e feitos pelas nossas estatais, chega a um voluma extraordinário de R$ 60 bilhões”, disse a presidente.

Dilma e sua equipe anunciaram novos investimentos de R$ 3,1 bilhões no Estado, como parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A ministra Miriam Belchior (Planejamento) disseque esse montante demonstra que a parceria entre o governo federal e o governo do Estado “continua cada vez mais forte”.

Eduardo Campos fez um discurso cauteloso. Agradeceu à presidente pelas parcerias e afirmou ser “um amigo de grandes jornadas”. Disse oferecer “acolhimento”, “respeito” e “fraternidade” à presidente, e declarou que ela é bem-vinda em seu Estado. “Aqui a senhora tem um governador, mas também tem um companheiro, e tem um amigo de grandes jornadas”.

O governador pernambucano reconheceu, no entanto, avanços anteriores aos governos de Lula e Dilma. Em um discurso semelhante àquele que tem apresentado a empresários em viagens pelo Brasil, disse que o País alcançou a consolidação da democracia e a estabilização da economia em períodos anteriores, sob líderes como Fernando Henrique Cardoso (PSDB) – adversário dos petistas.

“Nesses últimos 30 anos, construímos uma democracia, construímos fundamentos macroeconômicos importanters para um País da dimensão do Brasil e, nos últimos 10 anos, sob a liderança do presidente Lula, vimos essas condições permitirem chegarmos com o governo aonde o governo não chegava antes”, disse Campos.

Ao falar sobre a política local e nacional, defendeu que é necessário “debater” para construir consensos e declarou que “a luta do povo é uma luta muito mais larga que as ambições pessoais”.

Obras

Em Serra Talhada, Dilma inaugurou a primeira etapa do sistema de fornecimento de água da Adutora do Pajeú, que deve atender a 400 mil pessoas de Pernambuco e Paraíba, segundo o Ministério da Integração Nacional. O projeto capta água do Rio São Francisco para garantir o abastecimento a moradores e produtores agrícolas da região mesmo em épocas de estiagem.

Foi a primeira vez que os dois dividiram um palanque desde que o governador intensificou suas movimentações para fortalecer uma possível candidatura contra a reeleição de Dilma, em 2014.

Na cerimônia, também foram entregues 22 retroescavadeiras a prefeituras de Pernambuco. As máquinas serão usadas para abrir estradas vicinais e açudes, com o objetivo de beneficiar a produção da agricultura familiar e o transporte de mercadorias da região. O custo das retroescavadeiras foi de R$ 3,3 milhões, investidos pelo Ministério do Desenvolvimento Agrícola.

Já o Ministério da Educação anunciou a entrega de 50 ônibus escolares para municípios do Estado, como parte do programa Caminho da Escola.


Confiança da indústria recua 1,5% em março, diz FGV

Valor Econômico

Os empresários da indústria seguem menos otimistas com a situação atual do setor e também com as perspectivas para os próximos meses, de acordo com a pesquisa “Sondagem Industrial”, divulgada nesta terça-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

A pesquisa mostra que, em sua leitura final, o Índice de Confiança da Indústria (ICI) recuou 1,5% entre fevereiro e março, ao passar de 106,6 para 105 pontos, o menor patamar desde setembro de 2012. A prévia do indicador, divulgada na semana passada, mostrava queda maior, de 2,3%. Apesar do resultado negativo, o ICI segue um pouco acima da média dos últimos 60 meses, de 104,5 pontos, e também acima do mesmo período do ano passado, de 103,0 pontos.

A queda da confiança em março resultou de recuos nos índices de Situação Atual (ISA) e de Expectativas (IE). O ISA diminuiu 1,4%, ao passar para 104,2 pontos, enquanto o IE recuou 1,6%, atingindo 105,9 pontos.

O ISA manteve-se pelo segundo mês consecutivo abaixo da média histórica recente, o que, segundo a FGV, mostra um grau relativamente baixo de satisfação da indústria em relação ao presente. Já o IE segue acima da média histórica, ainda sustentando as expectativas de um desempenho melhor da indústria neste ano.

O quesito que mede a satisfação com a situação atual dos negócios registrou a maior contribuição para a queda do ISA neste mês. O quesito caiu 1,7% em relação a fevereiro, atingindo 109,4 pontos, patamar inferior à média histórica recente (112,2) pelo terceiro mês consecutivo.

A parcela de empresas que consideram a situação atual como boa aumentou de 21,6% para 24,6%, mas a proporção das que a consideram fraca também subiu, de 10,3% para 15,2%.

No caso do Índice de Expectativas, o indicador de produção prevista foi determinante para a queda do índice, com recuo de 2,8%, para 128,1 pontos, o menor desde novembro de 2012 (126,9). A proporção de empresas que esperam maior produção para os três meses seguintes manteve-se estável em 36,5%, enquanto a parcela das que preveem menor produção aumentou de 4,7% para 8,4%.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) manteve-se estável em 84,1% entre fevereiro e março, acima da média de 60 meses, de 83,5%. Em março de 2012, o Nuci estava em 83,8%.

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