Geração de empregos de janeiro a abril tem queda de 28%

 

“No meu governo, nós já criamos mais de 4 milhões de novos empregos, todos com carteira assinada. Chegamos a essa marca histórica agora, no mês passado, em abril, quando foram gerados quase 200 mil novos postos de trabalho’”, afirmou Dilma no programa de rádio semanal “Café com a Presidenta”. “O número é extraordinário e a sua importância fica ainda maior quando comparamos a nossa situação com a dos países desenvolvidos, em especial os países da Europa, onde o desemprego (…) tem crescido para níveis estratosféricos.”

De janeiro a abril, as empresas contrataram 502.981 pessoas a mais do que demitiram, resultando em um saldo menor do que os 702.059 acumulados de janeiro a abril do ano passado. Apesar da redução, a geração de vagas vem sendo tratada no governo como o último ponto de resistência da economia.

Há duas semanas, por exemplo, o ministro da Fazenda, Gui-do Mantega, disse em palestra a deputados do PT que a criação de empregos era tão ou mais importante que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

De acordo com o programa de rádio da presidente, “quase metade” dos 4,193 milhões de empregos formais gerados desdejaneiro de 2011, quando ela chegou ao Palácio do Planalto, foi no setor de serviços. Diante das dificuldades de competição com importados mais baratos, durante a crise financeira, a indústria respondeu com 470 mil postos formais, segundo Dilma.

“Esse crescimento do emprego está ocorrendo em várias atividades, como, por exemplo, a indústria têxtil, a indústria química, a indústria de alimentos e a indústria que produz, por exemplo, material de transporte”, afirmou a presidente durante o programa de rádio. “Se a indústria contrata novos trabalhadores (…) é porque ela está aumentando a produção.” Outro exemplo do impulso governamental na geração de empregos citado pela presidente foram as compras estatais, “Essas compras que o governo federal faz (…) melhoram a vida da população e também ajudam a aquecer a produção da indústria e isso gera emprego, necessariamente.”

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Justiça derruba proibição a usinas no Pantanal

Valor Econômico

A Associação Brasileira dos Geradores de Energia Limpa (Abragel), entidade que reúne as pequenas hidrelétricas (PCHs), conseguiu no início deste mês derrubar na Justiça uma decisão que impedia a construção de usinas na Bacia do Alto Paraguai, localizada na região do Pantanal, nos Estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A medida afeta 87 hidrelétricas.

“Essa é uma decisão muito importante para o setor elétrico. Já existe uma legislação ambiental no país e que está sendo seguida pelos empreendedores”, afirmou o presidente da Abragel, Charles Lenzi.

Os projetos de novas usinas hidrelétricas no Pantanal foram paralisados em janeiro, depois de a Justiça acolher a solicitação dos Ministérios Públicos Federal e Estadual de Mato Grosso do Sul.

A liminar suspendia a expedição ou a renovação de licença prévia ou de instalação em todos os processos de licenciamento ambiental para a construção de usinas hidrelétricas na região. Os ambientalistas alegam que, se todos os empreendimentos fossem instalados, o ciclo das cheias no Pantanal seria alterado.

No dia 3 de maio, porém, a desembargadora Marli Ferreira, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região, derrubou a liminar.

O recurso da Abragel ainda será analisado pelo colegiado da quarta turma do TRF da 3ª Região, informou a entidade. “Entretanto, até lá a decisão liminar proferida pelo juízo de Campo Grande estará suspensa”, informou a entidade.

Em sua decisão, a juíza afirma que cabe aos órgãos licenciadores validar os empreendimentos. “Decretar-se a invalidade de licenciamento ambiental exercido dentro das determinações legais com foco na preservação do meio ambiente pantaneiro é afastar a competência administrativa do poder público e dos órgãos licenciadores da manutenção responsável do meio ambiente, em todas as suas vertentes, no qual se situa o empreendimento, e outorgar ao autor da ação bem assim ao poder judiciário um poder normativo legiferante que não lhes pertence”, escreveu a desembargadora.

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Mercado já vê PIB abaixo de 3% este ano

O Estado de S. Paulo

Os economistas de instituições financeiras já preveem um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) abaixo de 3% este ano. Os dados da pesquisa Focus, feita semanalmente pelo Banco Central, mostram uma previsão de crescimento cie 2,98% para este ano.

Para 2014, a estimativa de expansão segue em 3,50%. Desde a semana passada, vários economistas reduziram suas projeções para o crescimento este ano, depois da divulgação de uma série de dados econômicos que mostram uma recuperação ainda lenta da atividade, como a queda nas vendas no varejo.

A projeção para o crescimento do setor industrial em 2013 também recuou, de 2,53% para 2,50%. Para 2014, economistas preveem avanço industrial de 3,50%, ante 3,55% da pesquisa anterior. Desde o início de seu mandato, a presidente Dilma Rousseff lançou mais de 15 pacotes econômicos para impulsionar investimentos, além de baixar uma política industrial que ainda não conseguiu auxiliar em uma retomada consistente da indústria.

Preços

Em relação à inflação, as estimativas para 2013 e 2014 foram mantidas em 5,8%. A projeção para os próximos 12 meses subiu de 5,57% para 5,64%.

Diante da alta dos preços, os economistas continuam apostando que a taxa básica de juros deve subir 0,25 ponto porcentual em cada uma das três próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).

Com isso, os juros iriam dos atuais 7,5% ao ano para 8,25% no fim de 2013. Para 2014, a expectativa dos economistas é de manutenção da Selic nesse mesmo patamar.

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BNDES pode vender R$ 37 bi em crédito podre

O Estado de S. Paulo

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estuda vender uma carteira de crédito considerada podre com valor financeiro estimado em R$ 37,046 bilhões, Apesar de registrar baixa taxa de inadimplência (0,06% em 2012), o banco busca com a venda recuperar de forma imediata e a custos mais baixos, parte de dívidas não pagas, a maior parte delas com prazo superior a dez anos. Segundo o BNDES 100% dos empréstimos não pagos já foram baixados do balanço e não impactam mais os lucros.

A licitação para escolher uma consultoria para a operação chegou, na sexta-feira, à reta final, com a Pricewaterhouse-Coopers Corporate, Finance & Recovery como única concorrente. Ao Estado, o banco informou que a decisão de vender a carteira de créditos inadimplentes ainda não está tomada e, por enquanto, será apenas contratada a consultoria.

O mercado de recuperação de crédito consiste na compra, por gestoras especializadas, de carteiras de empréstimos que os bancos não receberam de volta. Essas gestoras compram os débitos com grande deságio -por exemplo, pela metade – e têm equipes especializadas em cobrar as dívidas judicialmente. Os gestores costumam formar fundos de investimento ligados a esses créditos e, à medida que vão recuperando os valores, oferecem rentabilidade ao fundo.

Estimativas. O valor financeiro de R$ 37 bilhões foi estimado apenas para balizar a licitação, e está informado no edital. Também foi estimado o valor contábil da carteira de crédito, em R$ 6,102 bilhões. O valor contábil refere-se ao montante do empréstimo à época da concessão, com apenas dois meses de juros. Já o financeiro inclui todos juros e atualizações previstos.

A grande diferença deve-se ao fato de os empréstimos não pagos que o BNDES planeja vender serem muito antigos. Das 1.020 operações integrantes dessa carteira, apenas 38 referem-se a empréstimos de menos de cinco anos atrás. A maioria (578 operações) são empréstimos de 5 a 10 anos, somando valor financeiro de R$ 3,886 bilhões. Outras 317 operações têm entre 10 e 20 anos e somam R$ 24,969 bilhões.

A assessoria do BNDES destacou ainda que as operações são pequenas. Em média, os empréstimos não pagos têm valor financeiro de R$ 36,320 milhões e, contábil, de R$ 5,982 milhões.

A taxa de inadimplência do BNDES encerrou 2012 em 0,06% e, em 2011, em 0,14%. Essa taxa é medida pelo valor dos empréstimos com atraso superior a 90 dias em relação à carteira total do banco – em 2012, de R$ 495,672 bilhões. A carteira de créditos podres também não influi na taxa de inadimplência porque, segundo o BNDES, as operações já foram todas “baixadas” do balanço.

Provisão

Um analista de mercado especializado no setor financeiro lembra que, pela regulamentação do Banco Central, os empréstimos com mais de 180 dias de atraso precisam ser provisionados e isso vai impactando o lucro de qualquer banco a cada trimestre. Ao longo de 2012, o BNDES registrou despesa com provisão para risco de crédito no valor de R$ 320 milhões. Ainda segundo o analista, para os bancos, a vantagem de vender inadimplente é “garantir” uma parte dos recursos.

Alguns grandes bancos mantêm departamentos de recuperação de créditos e fazem esse trabalho internamente.

O BNDES tem um departamento do tipo – no ano passado, informou a recuperação de R$ 169,372 milhões. Ainda assim, vender a carteira podre pode ser uma forma de garantir parte dos recursos com custos – com advogados, certidões, etc. de forma, mais rápida.

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Dobra o crédito estatal para petróleo

Valor Econômico

Ainda muito concentrada na Petrobras, em termos de volume, a carteira de petróleo e gás do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), incluindo a cadeia produtiva do setor, já soma aproximadamente R$ 83 bilhões entre operações contratadas e em perspectiva. As operações com contratos assinados somam aproximadamente R$ 41,8 bilhões, das quais mais de 60% são com a Petrobras e suas subsidiárias, estando fora dessa estatística os R$ 25 bilhões contratados em 2009 com a estatal para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

No ano passado os desembolsos do banco estatal para o setor mais que dobraram, atingindo R$ 7,8 bilhões, ante R$ 3,3 bilhões em 2011. Foi em 2012 que começaram, com um total de R$ 350 milhões, os empréstimos contratados pelo Departamento da Cadeia Produtiva do Petróleo e Gás, criado há pouco mais de dois anos para estimular o desenvolvimento da rede de fornecedores do setor, tendo a descoberta do pré-sal e a política de conteúdo nacional como motivações principais.

A chefe do Departamento de Gás, Petróleo e Bens de Capital sob encomenda do BNDES, Priscila Branquinho das Dores, estima que o salto dado pelos desembolsos no ano passado representou uma mudança de nível. Ela estima que a partir de agora, e para um horizonte em torno de quatro anos, as liberações da sua área para o setor deverão ficar na casa dos R$ 8 bilhões.

Como o chefe do Departamento da Cadeia Produtiva de Petróleo e Gás, Ricardo Cunha, avalia que os números da sua área alcançarão entre R$ 500 milhões e R$ 800 milhões neste ano, devendo estabilizar-se na casa de R$ 1 bilhão anuais em seguida, a perspectiva do banco é de liberar R$ 9 bilhões por ano para o setor e seus fornecedores, o que corresponde a 5,8% dos R$ 156 bilhões emprestados pela instituição no ano passado.

Priscila explicou que dos R$ 40 bilhões já contratados pelo seu departamento e em fase de liberação, aproximadamente 35% (R$ 14 bilhões) correspondem a contratos pulverizados, especialmente para a área de construção de embarcações. O estaleiro OSX, do grupo EBX do empresário Eike Batista, é um dos clientes do banco estatal, assim como a Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP), esta para a construção da plataforma do campo de Manati, na Bahia.

Os 65% restantes na carteira de contratos são compostos por operações com a Petrobras e suas subsidiárias. De acordo com o balanço da petroleira do primeiro trimestre deste ano, no dia 31 de março o BNDES era credor de 25% da sua dívida total de R$ 196,9 bilhões, o que corresponde a R$ 49,2 bilhões.

A maior parcela dessa dívida é representada pelo contrato fora de série de 2009 para as obras do PAC. Ele foi dividido entre a Refinaria Abreu e Lima (Pernambuco), com R$ 9,89 bilhões, a Transportadora Associada de Gás (TAG), com R$ 5,7 bilhões, e a Petrobras “holding”, com R$ 9,41 bilhões. Uma fatia de 40% do empréstimo para a Abreu e Lima ainda aguarda uma definição da estatal venezuelana PDVSA sobre sua participação no projeto.

Priscila, a chefe do departamento voltado diretamente para a indústria do petróleo e gás, disse que a concentração verificada na área de refino no ano passado (R$ 4,412 bilhões), tende a se dispersar nos próximos anos, abrindo espaço para uma maior dispersão da carteira. A forte presença do refino está associada ao programa de modernização do parque de refinarias da Petrobras.

Ela disse também que o longo intervalo entre a penúltima e a última licitação de áreas de exploração e produção feitas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) não teve influência na formação, nem no fluxo de caixa da carteira do banco para o setor. “A Petrobras continua fazendo investimentos na cessão onerosa (campos cedidos para a capitalização da estatal) e nas áreas do pré-sal já licitadas”, argumentou.

Haverá, segundo Priscila, um refluxo nos financiamentos para embarcações de apoio às operações em offshore, feitos com recursos do Fundo de Marinha Mercante (FMM). Mas isso não teria relação com a parada de 2008 até este mês das licitações da ANP, mas com as licitações da própria Petrobras para a contratação de serviços, que, de acordo com a técnica, é feita “em bateladas”.

O ainda juvenil departamento de operações de apoio à cadeia produtiva do petróleo e gás tem números bem mais modestos, mas crescentes. “Com o pré-sal, o BNDES decidiu que precisava lidar com a cadeia produtiva do petróleo de forma mais cuidadosa”, disse Cunha, o técnico que comanda o setor. A grande diferença é que nessa área, cerca de 85% são empresas de pequeno e médio portes, com até R$ 100 milhões de faturamento anual, enquanto no outro departamento a maioria das empresas são de grande porte.

De acordo com Cunha, o apoio a esse segmento exigiu do banco estatal aprendizado e flexibilidade, inclusive a interação com as associações de classe para ajudar as empresas a preparar suas cartas consulta, a formalização do pedido de financiamento. O BNDES passou também a aceitar contratos firmes de fornecimento como garantias para contratações, uma vez que muitas empresas não têm dados de balanços compatíveis com seus pedidos.

Até agora o departamento chefiado por Cunha formou uma carteira de 27 operações em andamento, totalizando R$ 2,9 bilhões. Dessas, já foi contratado um montante de R$ 1,8 bilhão. Esse número equivale a 69% dos R$ 2,56 bilhões de investimentos totais previstos para esses 15 projetos.