Saúde usa apenas 27% da verba disponível, diz TCU

 

De acordo com o ministro, o TCU tem procurado investir mais para ajudar a melhorar a gestão pública. Neste sentido, o órgão assinará em outubro um acordo de cooperação com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para buscar boas práticas de gestão.

De acordo com Nardes, a ideia é averiguar porque a sociedade não recebe aquilo que “temos condições de entregar”. Segundo o ministro, “temos recursos, mas não temos gestão pública para entregar esses bens para a sociedade”. Nardes também disse que o TCU tem trabalhado sobre o tema do desenvolvimento sustentável e que em breve será apresentado trabalho feito para medir as unidades de conservação das reservas florestais da Amazônia Legal.

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Produção aumenta em julho, mas estoques também sobem, aponta CNI

Valor Econômico

A produção industrial voltou a subir em julho e o emprego no setor também melhorou, mas a frustração nas vendas de mercadorias levou a um aumento dos estoques no período. Mesmo com a perspectiva de maior demanda por bens industrializados com a proximidade do fim do ano, a quantidade de produtos finais ainda não vendidos está maior que o desejado pelos empresários.

O índice de produção industrial, divulgado ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), ficou em 52,1 pontos em julho, ante 46 pontos em junho. Esse indicador varia de zero a cem pontos, sendo que valores abaixo de 50 pontos representam recuo de produção em relação ao mês anterior. Acima disso significa alta na comparação. Em julho do ano passado, o índice ficou em 51,1 pontos.

A Sondagem Industrial também mostrou que o índice de evolução de mercadorias estocadas ficou em 52,1 pontos, o que representa expansão da quantidade de produtos finais não consumidos. Em junho, o indicador foi de 50,6 pontos, ou seja, também houve avanço em relação ao mês anterior.

Com esses resultados, o nível de estoques se afastou ainda mais do nível desejado pelos empresários. O índice efetivo em relação ao planejado ficou em 51,7 pontos, o que representa mais produtos estocados além do previsto. O índice em junho foi de 51,4 pontos.

“Geralmente, quando há aumento de estoques acima do planejado é um erro de expectativa. O empresário acha que vai vender, mas a venda não foi tão grande como esperado”, explicou o gerente de pesquisa da CNI, Renato da Fonseca.

Além de alertar para o acúmulo de estoques das grandes indústrias, cujo indicador chegou a 54,5 pontos em julho, a CNI ressaltou também um “lado positivo” dos números: a produção voltou a crescer na maioria dos setores da indústria de transformação.

Em julho, as indústrias operaram, em média, com 72% da capacidade instalada, mesmo patamar de junho, porém um ponto percentual abaixo de julho do ano passado. Apesar do recuo, o uso da capacidade instalada ficou mais próximo do usual para o período. O índice de utilização de capacidade efetiva-usual ficou em 44,4 pontos, frente a 42,9 pontos em junho, sendo que 50 pontos representa o normal para cada período.

“Não tem como dizer que a indústria está numa retomada segura. Não entrou numa crise, mas está apresentando muita volatilidade” com meses de indicadores positivos e outros com resultados negativos, disse Fonseca.

O indicador de nível de emprego na indústria ficou em 48,5 pontos em julho, ante 48,1 pontos em junho, o que também mostra desempenho melhor que no mês anterior apesar de continuar abaixo dos 50 pontos. A pesquisa da CNI foi feita com 1,98 mil empresas entre 1º e 13 de agosto.

Na passagem de julho para agosto, os empresários ficaram menos otimistas em todos os itens analisados: demanda nos próximos seis meses, exportação, compra de insumos e emprego. A maior queda foi em relação a vendas ao exterior, cujo índice de expectativa caiu de 54,2 pontos para 51,1 pontos.

Apesar do recuo, a indústria brasileira ainda mantém expectativas positivas em relação às exportações nos próximos seis meses, pois o indicador continuou acima de 50 pontos. O menor otimismo foi verificado mesmo com a forte desvalorização do câmbio no período, que favorece os embarques internacionais.

Uma das explicações levantadas pela CNI é que, apesar desse movimento cambial ser “bom para a competitividade, a volatilidade gera incerteza muito grande”, segundo Fonseca. Além disso, o baixo dinamismo do comércio internacional pode ser outra razão para o “ajuste” desse índice, que apresentou consecutivas altas nos meses anteriores.

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Câmbio começa a impactar projeções para inflação e juros

Valor Econômico

A desvalorização adicional do câmbio nas últimas semanas – em pouco mais de 20 dias, o dólar saltou de R$ 2,25 para cerca de R$ 2,40 – pode colocar em risco o compromisso do Banco Central de entregar este ano um IPCA menor do que os 5,84% observados no ano passado, principalmente diante da pressão da Petrobras por um novo reajuste da gasolina, avaliam economistas ouvidos pelo Valor. Neste cenário, afirmam, não está descartado que o BC possa prolongar o ciclo de aperto monetário na tentativa de conter o repasse da desvalorização cambial para a inflação doméstica.

Os primeiros sinais de que os economistas começam a incorporar o real mais fraco em relação ao dólar nos seus cenários pode ser visto no Boletim Focus. Embora as projeções para o IPCA neste ano e em 2014 praticamente não tenham se alterado recentemente, as estimativas para o índice nos próximos 12 meses estão em alta há sete semanas. Em 28 de junho, os economistas projetavam que a inflação nos 12 meses à frente seria de 5,65%, expectativa que subiu para 5,97% no dia 16 de agosto.

Para Daniel Moreli Rocha, economista do Banco Indusval & Partners, este é um indício de que o mercado está incorporando o real mais fraco às suas contas gradativamente. Rocha afirma que os riscos para a sua projeção de IPCA de 5,85% em 2013 aumentaram nas últimas semanas, com a mudança de patamar do câmbio. Em sua avaliação, é questão de tempo até que o mercado trace novo cenário para a economia neste ano, a partir de uma taxa de câmbio mais desvalorizada. Seria, em termos, uma repetição do quadro observado em junho, quando a mudança no patamar de câmbio resultou em uma onda de revisões de estimativas no mês seguinte. “Talvez as expectativas para inflação neste ano ainda estejam um pouco tímidas, se considerada a forte alta do câmbio desde maio”, diz.

Eduardo Velho, economista-chefe da INVX Global Partners, afirma que caso o dólar se estabilize no patamar de R$ 2,40 até o fim do terceiro trimestre, o IPCA encerrará 2013 com alta de 6%. Por ora, Velho estima avanço de 5,7% para o indicador oficial de inflação no ano. O economista considera que após a nova disparada da moeda americana, R$ 2,30 virou piso para a taxa de câmbio. O Banco Central, no entanto, deve intensificar o uso da política cambial, bem como de medidas macroprudenciais, para controlar pressões excessivas sobre o dólar, diz o economista.

Parte da resposta também deve vir da política monetária, na avaliação de Velho. O economista acredita que mediana de apostas do Focus para a Selic, atualmente em 9,25% ao ano ao fim de 2013, deve ser revista para cima nas próximas semanas em função do novo patamar do câmbio. “9,5% virou “o piso do piso””, afirma.

Fabio Romão, economista da LCA Consultores, avalia que o Banco Central vai prolongar o atual ciclo de aperto monetário em resposta à desvalorização recente do câmbio, levando a taxa básica de juros para 10% até novembro, com aumentos de 0,5 ponto percentual por reunião.

Para Romão, a política monetária mais austera será suficiente para que o atual nível de câmbio, que chegou a R$ 2,40 nesta semana, não se mantenha até o fim do ano. Ainda assim, diz, a desvalorização mais acentuada do câmbio nas últimas semanas complica o cenário inflacionário para os próximos meses porque aumenta a defasagem do preço da gasolina em relação ao mercado externo e pressiona a Petrobras. Em função da escalada da moeda americana, o economista passou a contar com aumento do combustível em setembro e elevou sua projeção para o IPCA neste ano de 5,7% para 6%. Romão calcula que a Petrobras irá aumentar, já em setembro, a gasolina em 8% nas bombas.

Para Thaís Marzola Zara, economista-chefe da Rosenberg & Associados, o dólar mais alto é um dos principais riscos ao cenário inflacionário. No entanto, a economia pondera que para que haja um repasse do dólar a R$ 2,40 aos preços é preciso que a taxa de câmbio fique estacionada neste nível por pelo menos três meses – hipótese que não está em seu cenário. “Se os leilões de concessão em infraestrutura derem certo, o investidor estrangeiro pode voltar a se interessar pelo Brasil, revertendo as expectativas em relação ao país”, comenta a economista, que estima avanço de 5,8% no IPCA neste ano.

O atual cenário econômico, na avaliação de Flávio Serrano, economista do BES Investimento, é favorável ao repasse do aumento do dólar aos preços ao consumidor. Para ele, a deterioração das expectativas, o perfil expansionista do governo, os incentivos ao consumo e a intensidade da variação cambial contribuem para um maior impacto do câmbio na inflação.

A desaceleração da economia brasileira, em sua avaliação, não será suficiente para frear o aumento de preços no varejo. “Vamos ver um reflexo direto nos produtos comercializáveis e, daqui um ano, nos preços administrados.”

O reflexo do câmbio na inflação depende, entre outras variáveis, da percepção do mercado quanto à perenidade da mudança, afirma o economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luís Otavio Leal. “O dólar a R$ 2,40 chegou ao mercado financeiro, mas ainda não bateu na economia real. As empresas continuam trabalhando com um dólar ao redor de R$ 2,30”, afirma Leal, que projeta avanço de 5,7% no IPCA neste e no próximo ano.

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Analistas esperam menor criação de empregos em julho

Valor Econômico

Economistas avaliam que a piora acentuada dos indicadores de confiança e dos antecedentes da atividade observada em julho não chegou com a mesma intensidade ao mercado de trabalho. A expectativa é que os fundamentos do emprego continuem em desaceleração no terceiro trimestre, mas em ritmo bem mais modesto do que o esperado para o desempenho da economia. Neste cenário, está descartada uma alta expressiva do nível de desemprego no país.

Após a surpresa positiva com os dados de junho, quando foram abertos 123,8 mil postos de trabalho com carteira, a média de oito instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data aponta criação de 106 mil vagas formais no mês passado. Em julho de 2012, o saldo líquido entre demissões e admissões foi positivo em 142 mil empregos.

As estimativas para o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulga hoje, vão de 75 mil a 138,8 mil novas ocupações formais em julho. Sem informar números, o ministro da pasta, Manoel Dias, adiantou ontem que o emprego cresceu no período, mas em “menor percentual.”

Ontem, o ministro do Trabalho, Manoel Dias, disse que os números devem mostrar perda de dinamismo no mercado de trabalho. “Cresceu, mas em menor percentual”, afirmou. Após as declarações, surgiram rumores no mercado de que o Caged apontaria para um dado negativo, quando a quantidade de demissões é maior que de contratações. Ou seja, com fechamento de vagas no mês. No entanto, fonte do ministério rechaçou essa interpretação, informando que as admissões superaram as demissões em julho, porém o saldo positivo de vagas criadas no mês foi menor que os 142,5 mil postos de trabalho abertos em julho do ano passado.

Na quinta-feira, o IBGE vai divulgar a taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas referente ao mesmo mês, para a qual 15 analistas consultados estimam 5,8%, em média, com intervalo de projeções entre 5,6% e 6%. Na leitura anterior, o percentual de desocupados em relação à População Economicamente Ativa (PEA) foi de 6%.

No piso das previsões para o Caged, André Muller, da Quest Investimentos, trabalha com saldo positivo de 75 mil vagas no mês passado, número que, se confirmado, representaria redução de 47% sobre o dado de igual período de 2012. Já a geração de postos acumulada em 12 meses passaria de 677 mil para 600 mil entre junho e julho, movimento que, em sua opinião, indica um ajuste “ainda lento”, e para baixo, do mercado de trabalho.

Segundo Muller, a pesquisa do IBGE deve ir na mesma direção. Em julho, a Quest estima que a taxa de desemprego ficou em 5,9%. Com ajuste sazonal, o economista calcula que a desocupação vai ficar estável em relação a junho, em 5,7%. Mesmo assim, ele destaca que será a segunda vez seguida em que o percentual de desempregados vai subir na comparação com igual mês do ano anterior: em julho de 2012, o desemprego foi de 5,4%. “As empresas seguraram enquanto puderam as demissões na expectativa de uma melhora da atividade, mas acredito que chegaram no seu limite”, disse.

Para Thaís Marzola Zara, economista-chefe da Rosenberg & Associados, a retenção de mão de obra ainda impede um avanço maior da taxa de desemprego este ano, que, em seu cenário, não vai ultrapassar os 6%. Na média, Thaís calcula que a desocupação será de 5,7% em 2013, ante 5,5% no ano passado. O desaquecimento do mercado de trabalho, diz ela, seguirá em ritmo gradual, mesmo em um ambiente de perda de fôlego maior da economia, já que, no terceiro trimestre, é praticamente dado que o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer perto de zero.

“Qualquer resposta do mercado de trabalho à atividade demora muito mais para acontecer do que de um mês para o outro”, comenta a economista, para quem uma reversão do desânimo de consumidores e empresários mais à frente, assim como dos indicadores econômicos, vai evitar que os dados de emprego sejam totalmente contaminados pelo pessimismo que se abateu sobre o terceiro trimestre.

Na virada do primeiro para o segundo semestre, Sarah Bretones, da MCM Consultores, sustenta que o mercado de trabalho vai deixar uma trajetória de acomodação para entrar em uma rota mais clara de esfriamento. Mesmo assim, a economista afirma que a taxa de desemprego não terá expansão muito além dos níveis atuais nos próximos meses, em função da permanente escassez de mão de obra qualificada, que inibe demissões, e da entrada cada vez menor de jovens na força de trabalho. Em julho, a MCM estima desocupação de 5,9% nas seis principais regiões metropolitanas e criação de 138,8 mil empregos formais.

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Voltam os fantasmas da crise na Ásia

Valor Econômico

Quando a China lançou o maior pacote de estímulo de sua história em resposta à crise de 2008 e à desaceleração dos mercados importadores ocidentais, isso cobrou um preço. Hoje, a China tem de pagar uma conta que, dizem alguns economistas, levou a relação entre a dívida total e o Produto Interno Bruto (PIB) para além de 200%.

Embora a China constitua o exemplo mais extremo do uso de endividamento para financiar crescimento, trata-se de um padrão que se repetiu em toda a Ásia. Com a queda nas exportações, os bancos centrais abriram suas torneiras e produziram um salto no endividamento das famílias e das empresas.

Agora que o Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) considera reverter sua política monetária ultrafrouxa, a região enfrenta um novo desafio: enfrentar a vida depois da dívida. E à medida que os investidores avaliam o impacto dessa transição, os fantasmas da crise financeira asiática de 1997-1998 foram novamente despertados.

“Todo esse dinheiro do alívio quantitativo produziu uma enorme bolha de inflação do crédito na Ásia”, diz Kevin Lai, economista-chefe regional na Daiwa Securities. “O crime foi cometido, agora temos que lidar com as consequências. Esse processo será bastante doloroso. É como uma chamada de margem. Famílias terão de vender seus ativos. Haverá muita de destruição de riqueza.”

É fácil ouvir ecos da crise financeira asiática. O crescimento do crédito a partir de 2008 foi rápido, resultando em um aumento dos preços das casas, altas taxas de crescimento e megafusões de empresas. Em abril, na Tailândia, aconteceu a maior aquisição nacional de uma empresa por outra e o maior lançamento de uma nova empresa em bolsa, segundo dados da Dealogic.

Mas com a reversão do fluxo de dinheiro barato antes proveniente do exterior para as economias emergentes em toda a região, analistas advertem que a Ásia pode estar no início de uma série de crises monetárias e de crédito não muito distintas da experiência vivida na década de 1990.

A maior parte do foco concentrou-se até agora na Índia e na Indonésia, os dois países asiáticos com os maiores déficits em conta corrente, tornando-os mais dependentes de capital estrangeiro para cumprir seus compromissos. Ambos viram suas moedas e mercados acionários mergulharem.

Mas os riscos de contágio em toda a região estão começando a crescer, segundo economistas, agravados pela desaceleração na China, maior motor de crescimento na Ásia.

Na Tailândia, que tecnicamente entrou em recessão no segundo trimestre, a dívida das famílias em relação ao PIB subiu de 55% em 2009 para quase 80% hoje. A dívida total em relação ao PIB está agora em 180%, de acordo com dados compilados pelo HSBC.

A Malásia, rica em petróleo, viu uma elevação semelhante nos níveis de dívida, o que contribuiu para impulsionar o consumo e um boom no setor habitacional. Mas fracos números do comércio criaram a possibilidade de o país passar a incorrer em déficit, neste ano, após uma década de superávits. E na semana passada a Indonésia anunciou uma acentuada ampliação de seu déficit em conta corrente, a pior desde 1996, devido a uma queda no valor de suas exportações de commodities.

“Estamos entrando num período de estagnação do crescimento durante os próximos dois anos”, disse Fred Neumann, economista-chefe para a Ásia no HSBC. “As economias asiáticas fizeram uma viagem tranquila porque compraram crescimento mediante alavancagem. Elas deveriam ter aproveitado esse tempo para realizar reformas estruturais. Em vez disso, usaram o dinheiro barato e desfrutaram altas taxas de crescimento. Essa oportunidade, agora, terminou.”

A queda no crescimento em toda a Ásia é também sinal de deterioração da produtividade. A intensidade do crédito – uma medida do endividamento necessário para criar uma unidade de crescimento econômico – cresceu significativamente em quase todos os países. Em Hong Kong, a intensidade do crédito quase triplicou a partir de 2007, ao passo que em Cingapura ela deu um salto superior a quatro vezes.

Para as autoridades econômicas, o aumento do crédito e a queda no crescimento deixa pouco espaço de manobra. A Indonésia decidiu aumentar os juros, numa tentativa de evitar uma corrida contra a moeda, ao passo que a Índia adotou medidas de sustentação da rupia. Até agora, nenhuma das medidas produziu os resultados desejados. “As opções são proteger a moeda ou proteger o crescimento doméstico. Só é possível fazer uma coisa ou outra. Não há nenhuma saída fácil”, disse Lai.

Embora os temores possam ser familiares, muita coisa mudou nos últimos 15 anos. Em 1997, o peso da dívida recaía predominantemente sobre grandes empresas endividadas, e não sobre as famílias e pequenas empresas que hoje desfrutam um aumento em sua renda e lucros saudáveis.

Os mercados de títulos asiáticos também tiveram um desenvolvimento positivo significativo, com maior endividamento de longo prazo e em moeda local, em vez do endividamento de curto prazo em dólares ocorrido no passado.

 

E as instituições na região – de fundos soberanos a bancos centrais – proporcionam aos sistemas financeiros locais amortecedores bem mais resistentes, ajudadas pelo fato de que a maioria das economias asiáticas poupam mais do que gastam. Mas isso não significa que algum trauma renovado seja impossível. Como disse Neumann: “Cada crise chega sob uma roupagem distinta”.

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