A luta não pode parar!

imagemApós mais de 70 dias de greve nos encontramos em um momento decisivo para este que já é o segundo maior movimento paredista da história do SINASEFE. Nossa luta tem sido fundamental no enfrentamento a um dos maiores ataques contra a classe trabalhadora, os direitos sociais e o serviço público, em especial a educação. O empenho do governo Dilma em salvar o capital atacando os/as trabalhadores/as, o leva a adotar medidas de recorte claramente neoliberal que se revelam na implementação dos pacotes anti-povo (Ajuste fiscal, Agenda Brasil e PPE, dentre outros).

O arrocho que retira recursos das áreas sociais para a manutenção do pagamento da dívida pública, já está inviabilizando as atividades de inúmeros campus dos Institutos Federais em todo o país. Não bastando estes ataques, o Governo Federal aponta, em parceria com o sistema S, para a privatização dos Institutos Federais. Estamos diante a um dos maiores ataques à educação pública, que leva a construção de uma ampla frente em defesa da educação pública para barrar o avanço deste projeto. Nossa greve também tem revelado que na difícil conjuntura que vivem os/as trabalhadores/as apenas através da construção de uma GREVE GERAL conseguiremos barrar os ataques neoliberais.

A greve do Sinasefe tem feito os enfrentamentos necessários em defesa da educação pública. O movimento paredista tem caracterizado-se pelo esforço desmedido de algumas bases para construí-lo. Essa greve vem sendo mantida pelos valorosos militantes de base do nosso sindicato. Ninguém mais pode se achar responsável pelos caminhos que seguimos até aqui a não ser os/as trabalhadores/as que os trilharam.

Compreendemos que foi precipitada a decisão apontada pela 136a Plena de indicar a saída da greve para o dia 30/09, sem que naquele momento tivéssemos sequer recebido a contraproposta do MPOG. Ainda que enfrentemos um quadro de refluxo da greve, o mesmo não revela um recuo generalizado que poderia levar ao final da greve por inanição.

É fato que as bases que entraram com disposição e conseguiram manter a greve não iriam se retirar da luta sem a sinalização de um desfecho minimamente aceitável. Isso demonstra uma grande disposição para a luta de trabalhadores/as que não vêem seus interesses representados na postura de seus diretores em uma greve em que a base protagoniza seu início e desenvolvimento.

A proposta de saída da greve para o dia 30/09, inviabilizou que muitas seções conseguissem fazer o necessário debate sobre a proposta de reajuste salarial apresentada pelo MPOG, um dos temas centrais da nossa luta. A decisão da última Plena apenas contribuiu para desmantelar a greve nacional do SINASEFE, que a partir da 137a PLENA terá sérias dificuldades de manter-se. Além disso, tal indicativo jogou um “balde de água fria” nas mobilizações realizadas no dia 23 de setembro, que poderiam ter apresentado um potencial muito maior.

A Unidade Classista compreende que devemos organizar de fato o recuo tático, pois agora existem elementos suficientes para propô-lo às bases. Para tanto, é necessária uma ampla discussão nos locais de trabalho sobre esse tema e também sobre as propostas do MPOG, devendo ser convocada uma nova Plenária Nacional nos dias 03 e 04 de outubro para dar o desfecho para o movimento.

Saudamos as bases que se mantém firmes e com disposição de luta até o presente momento e conclamamos a manutenção da organização dos trabalhadores, pois o cenário que se avizinha, como por exemplo a proposta de repassar os IFET’s para o gerenciamento do Sistema S, aponta para a necessidade de continuar fortalecendo as lutas em defesa da educação pública. Também apontamos para a necessidade de uma reestruturação do nosso sindicato.

Saudamos os esforços e o empenho dos/as companheiros/as que vem construindo o FÓRUM CLASSISTA no Sinasefe que revela-se como um importante polo classista, de luta e unidade dos/as trabalhadores/as em educação.

Compreendemos que o fortalecimento do Sinasefe não será obra de uma ou outra personalidade que compõe nosso movimento. Mas será, sim, fruto da organização dos próprios trabalhadores e da sua capacidade de intervir nos rumos da nossa entidade.

Abaixo o arrocho fiscal!

Pela suspensão do pagamento da dívida pública!

Rumo à Greve Geral!