A Revolução de Outubro, nosso caminho

imagemPável Blanco Cabrera, Primeiro Secretário do CC do PCM

Com a vitória da Revolução Proletária em 7 de novembro de 1917, se produziu uma virada na História da humanidade que confirma o esboçado já na Comuna de Paris de 1871 e a teoria e prática elaboradas por Marx, Engels e Lenin.

O Partido Bolchevique, o partido comunista, organizou com precisão a insurreição de operários, camponeses pobres, soldados revolucionários, povos oprimidos, resultado de uma sólida aliança forjada pelos comunistas. A Revolução teve como premissa a organização do proletariado em classe, assumindo sua ideologia e levantando suas bandeiras programáticas, suas bandeiras, não as estrangeiras, por mais que estas parecessem um mal menor, por mais que as dos mencheviques e democratas-burgueses parecessem progressistas.

Na origem da Revolução Proletária está a própria formação do Partido Comunista, como POSDR, seu II Congresso e a existência do bolchevismo como corrente política, como partido político da classe dos proletários, como partido comunista, como partido revolucionário. É o Partido o agente que conscientemente organiza o processo revolucionário e que confronta o culto ao espontaneísmo, as ilusões, os falsos caminhos. É o organizador da classe trabalhadora, seu Estado maior, que nas mudanças bruscas do conflito socioclassista pode orientar com uma tática flexível, aferrado com firmeza à estratégia, para levar ao poder a classe operária, o poder dos soviets.

Não se pode falar da Revolução socialista sem o partido da classe trabalhadora, que surge e se desenvolve em profunda luta com correntes ideológicas que impedem, freiam, postergam a constituição do proletariado em classe, por mais aparências que tenham de revolucionarismo. É por isso que os bolcheviques desenvolvem uma confrontação sem concessões com o populismo, o anarquismo, o oportunismo, o dogmatismo. Lenin nos ensina que a opinião classista não concede o mínimo espaço ao ecumenismo no ideológico e, sem dúvida, por isso o pensamento crítico e demais teorias nutridas pelo pós-modernismo, a alteridade e, em geral, os marxólogos da academia, continuam condenando o marxismo-leninismo e a contribuição enriquecedora de Lenin à teoria revolucionária.

O debate do bolchevismo versus todas essas correntes foi férreo e a frente ideológica uma tarefa de primeira ordem para que os trabalhadores adquirissem consciência de classe, se organizassem politicamente e atuassem como o destacamento dirigente da Revolução. É uma lição para a ação contemporânea dos comunistas não confundir as posições classistas, não diluir as características de identidade, nem rebaixar os objetivos programáticos. Que lamentável papel daqueles que hoje, pensando-se comunistas, são dirigidos por neoanarquistas; que, por sua incapacidade organizativa entre a classe operária, subjugam suas bandeiras ante os “sujeitos emergentes”; que lamentável daqueles que, chamando-se comunistas, fazem fiel culto ao espontaneísmo, que se deixam surpreender pelos acontecimentos e se somam às correntes de moda, ainda que elas atrasem a luta da classe operária, que se dobram sem vergonha aos movimentos pequeno-burgueses como o das praças, os occupys, que concluem em relançamentos políticos de gestões socialdemocratas para reforçar o capitalismo.

Se o Partido Bolchevique não tivesse empreendido essa confrontação ideológica e enriquecido o marxismo, dificilmente teria conquistado a vanguarda.

A riqueza da Revolução de Outubro está em seu caráter geral e universal, que visa ser ocultado, distorcido, diminuído pelos oportunistas, ao apresentá-la como um processo peculiar, particular, nacional, excepcional. Lenin e os comunistas, baseando-se em Marx e Engels, estudam o capital com a dialética materialista, compreendendo o desenvolvimento que o leva da livre concorrência ao monopólio e, posteriormente, a sua fase imperialista, e como romper essa cadeia em seu elo mais fraco. No capitalismo em sua fase última, as contradições entre o capital e o trabalho, além das interimperialistas se acentuam. O Partido deve estuda-lás permanentemente, atento às viradas bruscas, e intervir com as consignas adequadas, concentrando forças, avançando, recuando ordenadamente caso necessário.

Da história da Revolução de Outubro todos os ensinamentos são válidos. Para o PCM é um processo vivo que guia nossa ação, não como referência passada, mas como a fonte que orienta as tarefas contemporâneas do proletariado, precisamente por seu caráter histórico-universal.

Existirá outra saída para o capitalismo, em crise profunda de superacumulação e superprodução? Indicamos com certeza: o nosso é o caminho aberto pela Grande Revolução Socialista de Outubro.

Fonte: http://elcomunista.nuevaradio.org/?p=1576