Nada de belo
Vários movimentos sociais brasileiros estão convocando uma jornada de ação mundial para o dia 20 de agosto contra a instalação da barragem de Belo Monte no estado do Pará, sobre o rio Xingú.
“A luta contra Belo Monte e o modelo de desenvolvimento do consumo e do mercado, exterminadores de sonhos e vidas, chega a uma etapa decisiva”, diz a convocatória que está circulando na internet ao “Ato Mundial contra Belo Monte”.
Rádio Mundo Real entrevistou o ativista Nei Trindade, facilitador dos movimentos Frente de Ação Pro Xingú e Brasil pelas Florestas que, a partir de São Paulo, estão convocando para a jornada do dia 20 de agosto, além de já terem realizado várias mobilizações. Estão previstas atividades contra Belo Monte em diversos estados brasileiros e em vários países para essa data.
Camponeses, pescadores artesanais, indígenas, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e diversos movimentos sociais e comunidades da zona onde pretende se instalar Belo Monte, têm feito dezenas de manifestações em diversas partes do Brasil.
Por exemplo, no dia 29 de julho mais de 1 000 pessoas de Altamira, localidade do Pará atravessada pelo rio Xingú e onde estaria a barragem, protestaram em um ato contra a construção da hidrelétrica e pelo direito à moradia. O ato foi organizado, entre outros, pelos movimentos da frente de luta contra Belo Monte, como o MAB, a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD), o Levante Popular da Juventude, a Consulta Popular e o Conselho Indigenista Missionário (CIMI).
A barragem começaria a funcionar em 2015, no coração da Amazônia, seria a terceira maior do mundo, depois da barragem chinesa de Três Gargantas e da binacional Itaipú na fronteira entre o Brasil e o Paraguai. Estará a cargo do consórcio Norte Energia e terá como sócia estratégica a Eletronorte, subsidiária da Eletrobras.
Belo Monte teria uma capacidade instalada de 11.000 megawatts. Estima-se que sua construção inundaria cerca de 500 quilômetros quadrados de terras que atualmente ocupam comunidades indígenas. De 20.000 a 50.000 pessoas seriam desalojadas para poder construir a usina.
A seguir, a entrevista com Nei Trindade sobre o “Ato Mundial contra Belo Monte”.
2011 Radio Mundo Real / Amigos de la Tierra