Mulheres unidas contra o fascismo. #ELENÃO!
Mercedes Lima*
“Proletária, a mais pobre dos pobres, a mais injustiçada dos injustiçados, vá a luta pela libertação do gênero das mulheres e do gênero humano do horror da dominação do capital. O comunismo concedeu a você um lugar de honra. Corra para o front, para a trincheira!”
Rosa Luxemburgo
O Brasil está em estado de calamidade: ao mesmo tempo em que presenciamos a imposição de uma agenda neoliberal pelos setores que representam os interesses da burguesia, assistimos ao avanço escancarado do conservadorismo e do fascismo na nossa sociedade. A adesão à violência reacionária se intercruza com a defesa indiscriminada do livre mercado, sempre em apoio às classes dominantes que operam um massacre contra as trabalhadoras e trabalhadores do nosso país.
Nesse cenário caótico, a polarização nessas eleições nos mostra o poder e a aceitação do projeto inimigo por grandes parcelas da população. A extrema-direita ganha força usando do ódio e autoritarismo em detrimento de um debate lúcido e programático.
É isso que Jair Bolsonaro representa: a vitória da retórica sobre a política, dos patrões sobre os trabalhadores e da opressão patriarcal sobre as mulheres!
Não podemos ignorar que essa figura racista, lgbtfóbica e misógina cresce no palco político brasileiro e na boca do eleitor médio; isso ao mesmo tempo em que vivemos uma verdadeira guerra entre as classes. Sabemos que as mais atingidas pela intensificação dessa barbárie são as mulheres trabalhadoras.
Os índices de violência contra a mulher em nosso país têm crescido de maneira assustadora; o Brasil ocupa o quinto lugar com maior número de feminicídios no mundo. Em 2017, mais de 4500 mulheres foram assassinadas, sendo 1133 identificadas como feminicídio. Os massacres contra os povos indígenas e quilombolas também vitimam especialmente as mulheres, entre as quais encontramos um percentual maior no uso de torturas e armas brancas.
Além da violência física, as trabalhadoras também são as que mais sofrem com as medidas econômicas antipopulares, as quais o presidenciável em questão aprova: o congelamento dos gastos com saúde, educação e assistência social por 20 anos, o aumento dos impostos e a onda de privatizações. Como deputado federal, votou a favor da Reforma Trabalhista, da Lei da Tercerização e contra a PEC das domésticas, além de ter se comprometido a aprovar a Reforma da Previdência.
Nessas eleições, Bolsonaro é o candidato que representa de maneira mais escancarada e antidemocrática o retrocesso na vida das mulheres. São inúmeras as declarações de ódio e preconceito feitas pela chapa do PSL e sua base eleitoral. Entre tantas barbaridades, Bolsonaro defende a desigualdade salarial entre homens e mulheres, elogia torturadores que estupraram mulheres na frente de seus filhos e assassinaram opositores da ditadura militar e afirma que o nascimento de sua filha mulher foi resultado de uma “fraquejada” sua.
É a nossa obrigação como mulheres e, principalmente, mulheres da classe trabalhadora do campo e da cidade, negras, indígenas, quilombolas e LGBTs, defendermos os direitos que nos custaram e custam tantas vidas para serem conquistados. Não seremos coniventes com quem prega a supremacia dos nossos opressores! Estaremos nas ruas, nas urnas, e em todo e qualquer espaço possível para dizer ELE NÃO. Não aceitaremos e não nos submeteremos.
É hora de nos fortalecermos e construir uma alternativa política que realmente contemple as nossas pautas, que assegure o desenvolvimento da humanidade no sentido de uma sociedade de homens e mulheres livres! Rumo ao Poder Popular!
*Candidata do PCB a deputada federal por São Paulo 2100