Solidariedade ao grupo de maracatu Baque Mulher

imagemColetivo Cultural Vianinha

O Coletivo Cultural Vianinha vem a público expressar sua solidariedade ao grupo de maracatu Baque Mulher e seu repúdio à abordagem desproporcional autoritária e agressiva que polícias militares procederam contra o grupo durante um ensaio na Praia Brava, em Matinho – PR, na quarta-feira, dia 22/01, confiscando os instrumentos de percussão, ofendendo verbalmente uma das integrantes ao chamá-la de “vadia” e prendendo 3 delas.

Segue nota do grupos percussivos e coletivos de cultura e movimentos sociais de todo o pais que que assinam:

O grupo Baque de Mina, juntamente com os coletivos Trovão das Minas, Tira O Queijo, espaço Gonguê e TODOS os grupos percussivos de Maracatu de Baque Virado sediados em BH/MG, estamos REVOLTADAS com tamanha violência, opressão, ignorância e truculência (mais uma vez) por parte de uma corporação que deveria oferecer SEGURANÇA, à estas mulheres e à população.

Tem que haver REAÇÃO, mobilização em prol da Cultura e de seus fazedores e fazedoras, tem que haver DENÚNCIA, pois é absurdo o que está acontecendo, nos faltam palavras, nesse momento de consternação absoluta!

O Maracatu de Baque Virado (também chamado de Maracatu-Nação) é o mais antigo ritmo afro-brasileiro – Patrimônio Imaterial do Brasil, titulo este concedido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Temos DIREITOS assegurados por Lei, para exercermos nossas atividades e trabalhos culturais em locais públicos, em plena luz do dia, e, de acordo com Leis, que deveriam ser respeitadas, consta que:

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

“Art. 5º) Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença…”

Prestamos todo nosso apoio e solidariedade às companheiras que foram obrigadas a vivenciar esta violência, mas somente nosso apoio, não basta.

em que haver DENÚNCIA e REAÇÃO, de todos os grupos culturais, sejam estes do Brasil e do mundo e os coletivos que desejarem assinar esse manifesto, repudiando esse estado opressor, serão muito bem vindos, mais que isso, necessários!

Assinam essa NOTA, os coletivos:

– Baque de Mina (BH/MG)
– Associação dos Maracatus-Nação de Pernambuco (AMANPE – RE/PE)
– Maracatu-Nação Raízes de África (RE/PE)
– Trovão das Minas (BH/MG)
– Tira O Queijo (BH/MG)
– Gonguê (BH/MG)
– Patangome Maracarte (BH/MG)
– Agenda Blocos de BH (BH/MG)
– Maracatu Nação de Oxalá (RE/PE)
– GARRa Feminista (BH/MG)
– Tamborins Tantãs (BH/MG)
– Bloco Us Beethoven (BH/MG)
– Bombos de Iroko (BH/MG)
– Quintal Escambo Cultural (BH/MG)
– Pata de Leão (BH/MG)
– Coletivo Couro Encantado (BH/MG)
– Bloco Encantado (BH/MG)
– Núcleo de Estudos da Cultura Popular (NECUP – BH/MG)
– Tambores de Olokun (RJ/RJ)
– Rio Maracatu (RJ/RJ)
– União Maracatu (União Européia/UE)
– Maracatu-Nação Aurora Africana (Jaboatão/PE)
– Tamaracá Paris (Paris/FR)
– Bloco da Invasão Pernambucana (BH/MG)
– Maracatu Chapéu de Sol (Ribeirão Preto/SP)

– Maracatrupe (Ouro Preto/MG)
– Maracatu Estrela da Serra (Diamantina/MG)
– Maracatu Lua Nova (BH/MG)
– Fala Tambor (BH/MG)
– Coletivo Cultural Vianinha
– Coco da Gente (BH/MG)
– Grupo Maracutaia (RJ/RJ)
– Baque Da Mata (Nova Iguaçu/RJ)
– Bloco Miolo Mole (BH/MG)
– Traga a Vasilha (RE/PE)
– Bloco Marx, que Delícia (BH/MG)
– Batuque Raízes da Nega (Bragança Paulista-SP)
– Projeto Viramundo (Bragança Paulista-SP)
– Maracatu Leão Coroado (Olinda/PE)
– Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro
– Maracatu Pacifico Oakland (CA/EUA)
– Maracatu Almirante do Forte (RE/PE)
– Bloco Marx, que Delícia (SP/SP)
– Coletivo de Artistas Socialistas (SP/SP)
– União do Morro (Conselheiro Lafaiete/MG)
– Movimento Nguzu (BH/MG)
– Policiais Antifascistas (SP/SP)
– Baque do Tejo (Lisboa/PT)
– Bloco Oficina Tambolelê (BH/MG)
– Bloco Valentinas (Ipatinga/MG)
– Maracatu Sol Brilhante (RE/PE)
– Grupo percussivo Icamiabas (São José dos Campos/SP)

*Se mais coletivos culturais quiserem assinar esta NOTA (além de fazerem as vossas), estão convocados (basta nos solicitar nos comentários desse post, que editaremos a postagem, acrescentando nomes de coletivos), bem como, convidamos à todas e todos, para compartilharem e denunciarem este absurdo. Fiquem à vontade para marcarem nos comentários desse post, coordenadores e coordenadoras de grupos de cunho cultural – é urgente!

Não irão calar nossas vozes, nossos Tambores e nossa Cultura!
Clamamos por JUSTIÇA, pela liberdade de expressão, pelo respeito à classe artística, às religiões de Matriz Africana, ao povo negro, indígenas, LGBTs, às mulheres, pelo DIREITO de ocuparmos espaços públicos e exercermos nossos bens culturais!