Fábricas Ocupadas e Controle Operário
A Cipla, a Interfibra e a Flaskô – no Brasil – e a Zanon – na Argentina -, entram em crise a partir da década de 1990. Palco de conflitos entre patrões e operários, entre 2002 e 2003 serão ocupadas pelos trabalhadores. Lutando para manter as empresas produtivas eles demonstraram capacidade de organização, resistência e combate. A partir de uma plataforma de classe, baseados na mobilização própria e na consolidação de amplo apoio social. Estes casos exemplificam o que de mais avançado realizou a classe operária latinoamericana nos últimos anos. Histórias que evidenciam o potencial e a capacidade de protagonismo que esta classe social mobiliza na atualidade. Ao mesmo tempo, os casos tratados no livro, colocam a questão das ocupações de fábricas de uma perspectiva crítica e representam as expe riências de maior resistência: tanto ao desemprego, como ao fechamento das empresas, mas também às perspectivas de ilusão n o “sucesso” dentro do capitalismo e, por isso mesmo, de resistência aos ataques sofridos, à cooptação pelas políticas de Estado e às alternativas que não se pautavam pela perspectiva classista e de superação da ordem do capital. Discute os caminhos que os movimentos analisados se colocaram do ponto de vista do controle operário da produção e da luta pela estatização das fábricas como forma transitória, na contracorrente das propostas apresentadas pela maioria das organizações políticas e sindicais e das agências governamentais que se limitaram a propostas de cooperativismo empreendedor e/ou “solidário”, como supostas alternativas para os casos de fá bricas fechadas e ao desemprego, que são tão somente sintomas da crise do capitalismo. É uma importante leitura para aprofundar o debate sobre os rumos trilhados por parte do movimento operário e sobre o conjunto das discussões sobre uma perspectiva de classe para os enfrentamentos na luta entr e trabalhadores e patrões, para hoje e para o futuro próximo.