Sobre a deliberação do Congresso da FNP
Via – Unidade Classista
O dia 02 de maio passado marcou o oitavo aniversário da tragédia na Casa dos Sindicatos na cidade ucraniana de Odessa, que, segundo dados oficiais, deixou 48 mortos e mais de 200 feridos. No entanto, os responsáveis permanecem impunes.
No domingo, dia 1º de maio, dia do trabalhador, a Federação Nacional dos Petroleiros, aprovando moção introduzida pelos Petroleiros Socialistas (corrente ligada ao PSTU), saudou e declarou apoio à “Resistência ucraniana”, gravando um vídeo com apoio irrestrito “àqueles que lutam justamente contra a invasão russa”. Nós, da Unidade Classista (corrente organizada pelo PCB), lutamos de todas as maneiras possíveis pra impedir a Federação de cometer esse erro crasso. Não fomos capazes de bloquear a moção, mas lutamos com tanto empenho que conseguimos recuos dos pró Maidan, a ponto da moção original, que contava com apoio da Federação para “comboio humanitário” (ou mesmo para as armas, algo que não constava na proposta escrita, mas foi verbalizado na defesa), ter sido substituída por uma muito mais tímida, mas que ainda parece um escárnio ser publicada justamente no amargo 2 de maio.
Longe de fazermos uma defesa da invasão russa (ou operação especial como eles gostam de propagandear), nossa posição era de uma solução diplomática, com cessar-fogo imediato. Mas mais que isso, nos parecia imoral que a discussão fosse feita sem sequer reconhecer a LEGITIMIDADE dos direitos humanos dos ucranianos russófonos concentrados principalmente na região do Donbass, e dos militantes de esquerda reprimidos por todos os governos provisórios, e pelos governos Poroshenko e Zelensky. Todos estes governos são fruto direto da infiltração e ação expansionista e belicista da OTAN, e estão imbricados de forma inequívoca com o supremacismo branco mais torpe e com apologia ao imperialismo e ao “Fardo do Homem Branco”. Tudo isso sob constante financiamento ocidental, e servindo de centro de treinamento do Neonazismo mundial sem qualquer restrição. Não nos esqueçamos do plano de Sara Winter de ucranizar o Brasil.
A Ucrânia pós Euro Maidan é uma ditadura de inspiração neonazista patrocinada pela OTAN que colocou a foice e o martelo e a palavra comunismo na ilegalidade, jogou na clandestinidade diversos partidos e organizações de Esquerda, enquanto exalta colaboradores nazistas, e incorpora batalhões notoriamente neonazistas às forças regulares de estado. Isso não é algo pequeno e rotineiro como vem se alardeando por aí. Esse regime matou mais de 15 mil ucranianos das regiões leste do país, dos quais 6 mil civis, 100 crianças. Já não havia paz desde 2014, qualquer resolução que não reconheça a necessidade da segurança e autodeterminação das regiões do Donbass e outras regiões russófonas, é um escárnio. Ainda mais numa data como a de ontem.
O que se dá, na prática, é uma escalada bélica que tem como pano de fundo uma tendência de perda de hegemonia dos EUA e a OTAN de um lado, usando a Ucrânia como bucha contra o eixo China-Rússia que vem colocando em xeque a supremacia Yankee. Este posicionamento da FNP pode macular a reputação de nossa entidade de maneira incontornável por se alinhar com o pior lado deste confronto.
Vadim Papura, presente, Hoje e sempre.