PT, de dono das ruas a coadjuvante

 

Na semana passada, a Executiva Nacional do PT fez um chamamento a seus militantes para que participassem das manifestações de ontem.

Em Recife, diferentemente de São Paulo, o ato nas ruas do Centro foi marcado pela presença de bandeiras de partidos políticos que, dessa vez, não foram hostilizados. Só três legendas, no entanto, marcaram presença na manifestação: PSTU, PC do B e PT.

O PT paulistano marcou ato do partido em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, para apoiar os trabalhadores, mas também fazer reivindicações do partido, como um plebiscito para a reforma política e a aprovação de um marco regulatório da mídia.

O presidente estadual do PT em São Paulo, Edinho Silva, tentou explicar a presença discreta de petistas no evento:

— Nós demos uma orientação para que não tivesse nenhuma ação ostensiva do partido para que não tivesse mais visibilidade do que as centrais sindicais. Esse não é um ato liderado pelo PT.

O secretário de mobilização do PT da capital paulista, Álvaro Abreu, negou que a participação discreta tenha tido o intuito de evitar hostilidades.

Na última vez em que o PT participou de um ato na Avenida Paulista, no dia 20 de junho, o lado de um grupo da CUT, para comemorar a redução da tarifa do transporte público, militantes foram hostilizados e agredidos. A legenda teve bandeiras quebradas e queimadas.

Manifestantes questionaram, na ocasião, a presença de partidos na passeata, uma vez que a redução do preço da passagem de ônibus e metrô na cidade havia sido conquista de movimento organizado de forma espontânea nas redes sociais, sem a ajuda de legendas.

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EUA espionaram mais do que dizem’

O Globo

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse ontem ter certeza de que os Estados Unidos tiveram acesso ao conteúdo de e-mails e ligações telefônicas supostamente espionados no Brasil. Em audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado, Bernardo chamou de “bisbilhotagem” e “xeretagem” a ofensiva do governo americano e afirmou que informações técnicas sobre os e-mails e telefonemas — como a duração das ligações, número dos telefones, registro de hora e dia e destinatários — não foram as únicas a serem acessadas. Esses são os chamados metadados. Até agora, o embaixador americano no Brasil, Thomas Shan-non, admitiu apenas o acesso a metadados referentes à internet e à telefonia, sem citar que se tratam de dados de brasileiros.

— Se você tem os dados resumidos, é evidente que no universo todo tem de ter esses dados. Como é que você vai selecionar algo e isso não foi gravado? A evidência é que os dados são todos coletados, embora a análise seja apenas desses chamados metadados. Fiquei convencido de que o conteúdo é recolhido junto com outras informações. Não dá para gravar a posterio-ri. É uma coletânea com todos os dados — disse o ministro das Comunicações.

Para Bernardo, a suposta espionagem busca informações industriais e comerciais como forma de “burlar a concorrência” O ministro apontou a possibilidade de vazamento de informações estratégicas do governo brasileiro, como, por exemplo, dados inerentes aos leilões de exploração do petróleo do pré-sal.

— Temos preocupação com a possibilidade de vazamento de dados de informações estratégicas. No caso do pré-sal, se colocarem uma informação na rede, há a possibilidade enorme de ficar exposta, uma possibilidade quase total de alguém interceptar. O dado deve ficar numa pequena rede, ou num computador que não é conectado à internet — afirmou Bernardo.

Ele resumiu numa frase a vulnerabilidade do compartilhamento de dados pela internet, em especial de informações estratégicas:

— Se vai mandar e-mail secreto ao colega, pode tirar o cavalinho da chuva: a cópia já vai para lá (em referência aos EUA).

Aprovada CPI da Espionagem

O ministro das Comunicações fez um detalhamento da vulnerabilidade do uso da internet no país e da grande possibilidade de vazamento de dados e de violação à privacidade. A legislação americana obriga fabricantes de programas e computadores a instalar dispositivos que permitem registrar informações consideradas de interesse no território americano. Além disso, a governança dos chamados recursos críticos da internet — como números de IP e nomes de domínio — é feita por uma empresa dos EUA, vinculada ao Departamento de Comércio do país.

Entre os dados apresentados, está a existência de apenas 13 servidores-raiz em todo o mundo — dez nos EUA, dois na Europa e um na Ásia, segundo ele. Todos ligados a uma empresa americana.

— A estrutura da internet hoje tem uma concentração muito grande nas mãos de poucas empresas, quase todas sediadas nos EUA, que concentra o tráfego e as receitas do setor. Você entra no Facebook, no Yahoo, na Microsoft, e está fazendo conexão com os EUA. A saída é ter tecnologia própria — afirmou Bernardo.

Na última quarta-feira, também em audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado, o ministro da Defesa, Celso Amorim, reconheceu a vulnerabilidade da defesa cibernética no país. Os ministros das Relações Exteriores, An-tonio Patriota, e do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, José Elito, estiveram na mesma audiência, convocada depois da série de reportagens do GLOBO que mostraram a suposta espionagem americana de mensagens e telefonemas no Brasil e em outros países da América Latina.

O que mais preocupa o governo brasileiro, segundo o ministro das Comunicações, é a possibilidade de participação de empresas brasileiras na suposta espionagem. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) vai fazer inspeções pessoalmente em empresas da área para descobrir se houve algum tipo de participação na violação de dados.

Além das audiências, o Senado tomou outra iniciativa para averiguar os episódios de espionagem. O presidente da Casa, Renan Calhei-ros (PMDB-AL), leu na madrugada de ontem o requerimento da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com objetivo de investigar as denúncias. À senadora conseguiu 41 assinaturas com esse propósito — são necessárias 27. A leitura do requerimento significa a criação da CPI da Espionagem, mas a efetiva instalação e o funcionamento dependerão da indicação dos integrantes da comissão pelos líderes dos partidos, o que não tem prazo para ocorrer.

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Grandes bancos privados têm recursos em excesso

Valor Econômico

O dinheiro tem entrado nos grandes bancos em volume superior ao da saída. Enquanto o crédito custa a engrenar e frustra as projeções de avanço para o ano, os clientes dos bancos continuam com sobra de recursos para aplicar. O resultado, principalmente para as instituições privadas, é um aumento de liquidez.

O movimento já havia sido observado em 2012 e, segundo executivos de grandes instituições, os balanços do segundo trimestre deste ano devem apontar que essa sobra de caixa continuou a se ampliar nos últimos meses. O fenômeno é mais característico dos bancos privados porque os públicos mantém uma política de crédito mais agressiva.

“Há um acúmulo de liquidez no sistema, o crescimento do funding maior que o do crédito”, afirma o executivo de um dos maiores bancos privados do país. Segundo ele, as instituições continuam mais cautelosas na concessão de crédito, preocupadas em manter a qualidade de seus ativos diante de uma economia que cresce pouco. O funcionário de outro banco privado de grande porte relata que a liquidez da instituição está em um nível recorde.

Para minimizar o impacto dessa ampliação da liquidez sobre seus balanços, as instituições orientam suas equipes a direcionar o máximo possível dos recursos dos clientes para fundos de investimento. “O banco tem alguma capacidade de evitar esse empoçamento em seu balanço, mas é inevitável que haja algum porque nem sempre o cliente quer aplicar em fundos”, diz um executivo.

No primeiro semestre deste ano, a captação líquida dos fundos foi de R$ 100 bilhões, um volume recorde para o período, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Até certo ponto, os bancos têm conseguido frear a entrada de dinheiro. De janeiro a junho deste ano, o estoque de captações por meio de depósitos a prazo e letras financeiras somou R$ 1,021 trilhão, com alta de apenas 2,33% sobre o saldo de dezembro. É uma expansão em linha com a registrada pelo crédito com recursos livres (exclui imobiliário e BNDES). No ano até maio, números do Banco Central mostram que o saldo dos empréstimos com recursos livres subiu 2,3%. Mas os dados de captação e crédito são globais e não refletem com precisão o quadro dos grandes bancos privados.

O controle da entrada de recursos tem se dado principalmente via Certificados de Depósito Bancário, cujo estoque encolheu 4% no período. O saldo de letras financeiras, Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito Agrícola (LCA) está em alta. Isso porque os bancos também têm aproveitado a sobra de dinheiro para captar com instrumentos mais baratos – casos da LCI e da LCA, que são isentas de impostos para os compradores – e de mais longo prazo – feita pelas letras financeiras, cuja prazo mínimo de vencimento é de dois anos. Na poupança – segunda principal fonte de funding dos bancos -, os ingressos fluem com força. Até junho, a captação líquida da poupança estava em R$ 28,3 bilhões neste ano, superando os R$ 15,5 bilhões do mesmo período de 2012.

Para um funcionário de banco privado, a liquidez do sistema como um todo deve se ampliar em 2013 porque, diferentemente de 2012, agora os bancos públicos tenderiam a se tornar mais seletivos nos empréstimos. “As captações seguem bem e têm permitido manter o equilíbrio desejado de liquidez e sustentar a expansão da carteira de crédito”, disse um dirigente de um banco federal. “O crescimento de crédito vai depender da demanda, que se desacelerou um pouco nos financiamento de bens duráveis e empréstimos a empresas. Mas vai bem em crédito direcionado e consignado.”

No primeiro trimestre, a liquidez de Bradesco e Itaú Unibanco chegou a recuar. O índice que mede a razão entre crédito e funding aumentou nos dois bancos entre dezembro do ano passado e março – quanto maior o índice, menor a liquidez. No Bradesco passou de 92,3% para 98,6%, enquanto no Itaú subiu de 90,1% para 94,1%. De abril a junho, a tendência teria se invertido novamente.

Esse aumento da liquidez traz alguns tipos de impacto para os bancos. É importante porque significa que os bancos podem passar com menos sobressaltos por momentos de maior tensão no mercado, como o atual. Outro ponto é que os bancos de forma geral ficam preparados para uma eventual retomada da expansão do crédito, tão logo surja um cenário mais favorável. Algo que ainda parece distante.

Por ora, fica a tarefa de manobrar um caixa tão cheio, o que costuma afetar negativamente a última linha do balanço dos bancos. Aplicações em títulos públicos costumam render bem menos do que uma concessão de crédito. “É uma equação difícil. Mas o banco pode pôr tudo a perder se decidir emprestar e o cliente não pagar”, diz o executivo de um dos maiores bancos privados do país.

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Desembolsos do BNDES para a indústria crescem 123% no ano

Valor Econômico

Impulsionada pelo Programa de Sustentação de Investimento (PSI), que oferece juros mais baixos para financiamento de bens de capital, a indústria mostrou sinais positivos nos números do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ontem, o banco divulgou aumento de 67% nos desembolsos totais de janeiro a maio deste ano, que somaram R$ 73 bilhões.

Mais de um terço desse montante (R$ 25,8 bilhões) foi destinado ao setor industrial, cujas liberações cresceram a um ritmo de 123% nos primeiros cinco meses do ano, em relação a igual período no ano passado. Na prática, o interesse do empresariado por compras de máquinas, equipamentos e caminhões, principalmente pelo setor agrícola, combinado com a atratividade do PSI, favoreceram os bons números da indústria e ajudaram acelerar os desembolsos como um todo, na análise do superintendente da área de Planejamento do banco, Cláudio Leal.

Um dos exemplos citados pelo executivo para justificar sua análise foi a linha BNDES Finame, voltada para bens de capital, com número de operações 87% superior, em comparação com janeiro a maio de 2012, somando R$ 29,5 bilhões até maio deste ano. Somente as operações com o PSI subiram 285% de janeiro a maio deste ano, ante igual período em 2012, para R$ 36,5 bilhões.

Esse forte apetite do empresariado por crédito para máquinas e equipamentos, ressaltou o especialista, indica sinalizações importantes sobre as condições atuais da economia. A indústria de bens de capital abrange desde maquinário a caminhões e, quando tem nível de atividade elevado, indica ritmo aquecido de investimentos. “Acreditamos que o investimento deve crescer acima do PIB [Produto Interno Bruto] este ano”, disse.

Até mesmo as consultas por crédito junto ao BNDES, pedido inicial de financiamento ao banco e “termômetro” do apetite do empresário por novos investimentos, subiram 9% até maio, somando R$ 102,7 bilhões. Isso reverteu queda de 6% nas consultas, experimentada no primeiro quadrimestre de 2013, em relação a igual período no ano passado. São positivas as perspectivas para aumento mais expressivo ainda nas consultas, acrescentou o superintendente.

Leal não descartou a possibilidade de que interessados em participar de leilões de energia e licitações para infraestrutura, no segundo semestre, já entrem com pedido por crédito no banco, nos próximos meses.

A indústria também foi destaque nas consultas. Os pedidos de financiamento originados do setor industrial subiram 9,2% de janeiro a maio em relação a igual período em 2012, totalizando R$ 39,1 bilhões. Sem fazer projeções numéricas, o superintendente afirmou que as consultas ao banco devem encerrar 2013 em patamar acima do observado em períodos anteriores.

No entanto, o aparente interesse da indústria por novos investimentos ainda não se refletiu no nível de atividade industrial. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) atestam que, em maio, a produção industrial caiu 2% ante abril e ainda mostram retração de 0,5% em 12 meses até maio. O superintendente do banco lembrou que, até recentemente, a indústria brasileira sofria forte concorrência de importados, devido a câmbio desfavorável. “Agora que o câmbio voltou a ficar favorável para a indústria [com a alta do dólar] talvez possa voltar a melhorar “, avaliou.

A indústria não foi o único segmento a apresentar desempenho positivo nos desembolsos do banco. Todos os outros setores apoiados pelo banco contaram com elevações de pelo menos dois dígitos em suas liberações.

Leal admitiu, no entanto, que o banco percebeu a recente piora na conjuntura macroeconômica. Mas, salientou que o BNDES tem em sua carteira projetos sólidos e que nada deve mudar a perspectiva de desembolsos, este ano, acima do liberado em 2012 (R$ 156 bilhões).

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Varejo tem pior maio desde 2009

Correio Braziliense

Sem dinheiro sobrando, os brasileiros só têm ido às ruas para protestar. A inflação e o endividamento das famílias corroeram o poder de compra e tombaram o comércio. Ontem, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reforçou a estagnação do setor ao divulgar que o varejo teve o pior maio desde 2009. Nem o Dia das Mães — considerada a segunda melhor data para os comerciantes — garantiu aumento nas vendas, que se mantiveram estáveis ante o mês anterior.

Dos 10 segmentos pesquisados, seis apresentaram retração na comparação mensal. O desempenho só não foi pior porque, mesmo com a alta dos preços, os supermercados venderam 1,9% a mais, ajudando a receita nominal do comércio a avançar pífios 0,7%. Quando se excluem os dados de automóveis e materiais de construção, a desacelaração vem desde novembro de 2012, quando o indicador atingiu alta de 8,64%.

O consumo de alimentos, com inflação persistente na casa dos dois dígitos, salvou o comércio de um cenário ainda mais preocupante, mas acabou prejudicando e muito os outros segmentos. “Houve uma recomposição de gastos. No caso dos supermercados, a variação se manteve positiva, porque as pessoas são obrigadas a continuarem comprando. É uma questão de sobrevivência”, argumenta o gerente da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), Reinaldo Pereira.

Impostos

Em relação a maio do ano passado, as vendas aumentaram 4,5%. No acumulado do ano, o aumento chegou a 3,3%, resultado insuficiente para animar o varejo, que não para de rebaixar projeções. Os números divulgados ontem confirmam um trimestre bastante ruim para o setor, uma vez que as manifestações em todo o país afastaram ainda mais os brasileiros das compras e certamente impactarão negativamente no resultado de junho.

A inadimplência, que vinha caindo desde 2012 e se estabilizou em maio, afetou segmentos mais dependentes de crédito, como a de móveis e eletrodomésticos (avanço de apenas 0,4%). O dólar em alta contribuiu para o recuo de 2% nas vendas do ramo, que envolve itens de informática, cuja produção e importação estão atreladas ao câmbio. O comércio de automóveis, por sua vez, com alta de 0,4%, se segurou na prorrogação da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Inadimplência

De acordo com as contas mais recentes do Banco Central (BC), o endividamento das famílias alcançou 44,23% em abril, recorde da série histórica iniciada em 2005. A situação nebulosa da atividade econômica brasileira, sem perspectivas de melhora no curto prazo, reflete diretamente nas expectativas do comércio. “A curva do varejo começou a cair há oito meses. Está todo mundo com medo de comprar”, comenta o consultor da Neocom Alexandre Ayres.

Com até 20% de estoque construído ainda no fim do ano passado, comerciantes refazem metas, diminuem as encomendas e, numa lógica perversa, ajudam a estimular a crise em curso. A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) reduziu, esta semana, a estimativa para o aumento das vendas em 2013 de 6% para 5%. A Confederação Nacional do Comércio (CNC) espera um avanço entre 4% e 4,5%, contra alta de 8,5% no ano passado.

Estagnação

Endividamento recorde e inflação alta minam orçamento das famílias

Variação em relação ao mês anterior (em %)

Jun/12 1,7

Jul/12 0,9

Ago/12 0,3

Set/12 0,2

Out/12 0,6

Nov/12 0,2

Dez/12 -0,3

Jan/13 0,3

Fev/13 -0,4

Mar/13 0,0

Abr/13 0,5

Mai/13 0,0

Comportamento de cada segmento (em %)

Veja a evolução dos negócios em maio. Somente quatro de 10 ramos tiveram alta

Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo 1,9

Combustíveis e lubrificantes 0,6

Móveis e eletrodomésticos 0,4

Veículos e motos, partes e peças 0,4

Outros artigos de uso pessoal e doméstico -0,9

Material de construção -1,9

Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação -2

Livros, jornais, revistas e papelaria -2,2

Tecidos, vestuário e calçados -2,6

Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos -2,6

Fonte: IBGE