MST EM SOLIDARIEDADE AO MLB – CONTRA A VIOLÊNCIA DO PREFEITO LUIZ MARINHO
São Bernardo do Campo, 29 de novembro de 2014
Neste dia 29 de novembro, Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, estivemos juntos com as famílias de trabalhadores e trabalhadoras organizad@s pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas – MLB na ocupação Devanir José de Carvalho, em São Bernardo do Campo/SP.
Nos impressionou a disciplina e organização do MLB, que vem se constituindo num dos mais importantes movimentos de luta por moradia e reforma urbana do Brasil.
A ocupação foi despejada na enquanto as famílias almoçavam, neste mesmo dia 29/11. O suposto “proprietário” do terreno chegou pela manhã, querendo se impor, tentando entrar no acampamento. Foi logo barrado pela organização coletiva d@s trabalhadores/as.
O povo deu um exemplo de unidade e explicou que o terreno, abandonado por quase 30 anos, não cumpria sua função social.
Para surpresa das famílias a Guarda Civil Municipal GCM de São Bernardo do Campo chegou ao local sem nenhuma disposição para o diálogo. Deram 20 minutos para as famílias saírem da área. Antes de terminar o prazo iniciaram a operação militar de agressão e violência generalizada contra homens, mulheres, mulheres grávidas, crianças, idosos, jovens. Com bombas de gás e balas de borracha foram atacando tod@s. Várias pessoas ficaram feridas, foram empurradas para um barranco, caíram, tiveram seus pertences destruídos e sequestrados pela GCM, que não permitiu a retirada dos mesmos. Depois, numa operação para esconder e eliminar as provas da destruição e violência, o prefeito Luiz Marinho (PT) e seu subordinado Cícero – Comandante da Operação pela GCM, enviaram os trabalhadores da limpeza urbana para retirar tudo o que estava no local. Bolsas, carteiras, roupas e celulares das famílias foram sequestrados pela GCM.
O prefeito Luiz Marinho cometeu várias ilegalidades nessa operação, e deverá ser responsabilizado por isso.
A GCM de Marinho agiu como um grupo de segurança privado para atender os interesses de um capitalista que deixou por 30 uma área abandonada, que só servia para o consumo de drogas e para prática de violência, pois muitos estupros e mortes já ocorreram lá.
A GCM de Marinho demonstrou que o prefeito e sua secretaria de segurança estão dominados pela ideologia conservadora e pelo mais completo desprezo pelos direitos humanos, que foram amplamente violados neste dia 29/11. A GCM foi hoje um exemplo de truculência e covardia, o que prova que a militarização da segurança pública é uma política pública em São Bernardo do Campo. Ódio e violência contra os pobres, privilégios e concessões para os ricos, assim se comportou hoje o prefeito Luiz Marinho, que ao ordenar o despejo traiu todos os trabalhadores e trabalhadoras que acreditaram que ele faria um governo de “inclusão social”. Presente no despejo o segurança particular do prefeito, um homem conhecido como “Luciano”. Se o segurança particular do prefeito estava na área significa que o suposto “proprietário” era amigo ou gente muito influente no governo Marinho (os próximos dias vão revelar as relações misteriosas de Marinho com este capitalista).
A GCM de Marinho se afastou do sonho de ser uma polícia comunitária para se transformar numa tropa de choque e num grupo de combate dos ricos contra os pobres. Também hoje presenciamos a presença de um homem e uma mulher do setor de inteligência da GCM num carro Gol Branco com vidros escuros placa CZA 2398 São Bernardo do Campo. Esses dois participaram das agressões às famílias no acampamento e, depois, vieram provocar os trabalhadores quando estavam na frente da casa do prefeito. Essa é a GCM de Marinho, um aparato militar de repressão, nos mesmos modelos da ditadura. Essa é uma realidade inquestionável.
Esperamos que @s trabalhadores/as da GCM repudiem essa prática de criminalização dos movimentos sociais.
Nós, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), sempre estaremos juntos das causas justas e das lutas populares urbanas, pois só a unidade entre a classe trabalhadora do campo e da cidade vai mudar, de fato, o Brasil.
Repudiamos esta atitude do prefeito Luiz Marinho, que com essa truculência e covardia só mostrou que prefere ficar ao lado da especulação imobiliária do que ao lado do povo trabalhador que luta por moradia digna.
Num momento de ofensiva das forças da direita contra as conquistas populares, o prefeito Luiz Marinho deveria sim apoiar os movimentos que lutam por moradia, mas se comportou como a própria direita, que hoje comemora a expulsão dessas famílias.
Seguiremos juntos com o MLB, o MTST e todos os que lutam por um Brasil mais justo, livre e democrático, com reforma agrária e urbana.
Convocamos todos os movimentos e organizações a se somar nessa denúncia contra estas gravíssimas violações dos direitos humanos.
Às famílias que sofreram esta violência, em especial às crianças, deixamos nossa solidariedade e nosso compromisso de caminhar juntos com vocês até a vitória.
MST E MLB juntos nas lutas por reforma agrária e reforma urbana!!!!
MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA – MST
NÚCLEO CARLOS MARIGHELLA – MST NO ABCDMRR