A volta das manifestações de rua

As duas últimas semanas foram marcadas pela volta das manifestações de rua em São Paulo contra o aumento das tarifas de transporte, que passaram de R$ 3,00 para R$ 3,50. Convocada pelo Movimento Passe Livre e contando com a presença de dezenas de organizações, entre partidos políticos, movimentos sociais e coletivos em geral, a primeira manifestação ocorreu dia 9 de janeiro e contou com a participação de mais de 20 mil pessoas. Essa manifestação foi duramente reprimida pela polícia, que inclusive prendeu 53 manifestantes, inclusive um camarada do PCB.

A segunda manifestação ocorreu dia 16 de janeiro e contou também com cerca de 20 mil pessoas. Começou na Avenida Paulista e seguiu pela rua da Consolação, quando a polícia começou a jogar as primeiras bombas. Passado o susto inicial, a manifestação se recompôs e seguiu em frente. Novas provocações policiais com bombas de efeito moral, mas a manifestação seguiu firme até a Prefeitura, no Viaduto do Chá, centro de São Paulo. A partir daí, a polícia reprimiu violentamente, com gás lacrimogêneo e de pimenta, bombas de efeito moral, balas de borracha e cavalaria contra os manifestantes, realizando ainda 10 prisões.

O PCB participou ativamente das duas manifestações, integrando o Comitê de Luta pelo Transporte Público (CLTP), articulação que reúne cerca de duas dezenas de organizações políticas e movimentos sociais, e que participa das manifestações de rua com faixas e palavras de ordem próprias, compondo um bloco com organização independente. Antes das manifestações, o CLTP realiza plenárias de organização, de forma a orientar os militantes sobre o comportamento durante a manifestação, de forma a evitar pânico e correria e sair organizado da manifestação.

Essas manifestações contra o aumento das tarifas, apesar de se restringir a um problema específico, apontam no sentido da retomada das manifestações de rua, não apenas contra o aumento das passagens, mas também por outras reivindicações que levaram às grandes manifestações de junho. Tudo indica que este será um ano de muitas lutas, pois o novo governo já iniciou uma ofensiva contra direitos e garantias dos trabalhadores e as manifestações e greves operárias realizadas recentemente indicam que a paciência dos trabalhadores está se esgotando.

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