Prêmio NOBRE da Paz
No entanto, o fato é que, até agora, Obama não empreendeu qualquer ação concreta quanto à paz e ao desarmamento. Como exemplos, nenhum acordo de paz e nenhum gesto de apoio efetivo à causa palestina; nenhuma medida para a conversão ou a redução do complexo militar norteamericano; na crise de Honduras (um golpe de Estado desferido, certamente, com o conhecimento e o aval dos EUA), nenhuma ação concreta para a volta do presidente Zelaya ao poder.
No sentido contrário à lógica da busca da paz mundial, de fato o atual governo dos EUA segue mantendo a política belicista no cenário internacional, ao prosseguir a escalada de envio de tropas ao Afeganistão. Naquele país, continuam em marcha as ações militares, gerando um sem-número de mortos e feridos entre a população civil, inclusive no vizinho Paquistão; no Iraque, de igual modo, nenhuma decisão foi tomada quanto à retirada imediata das forças americanas. Continuam as ameaças ao Irã e à Coréia do Norte por suas ações de desenvolvimento da energia nuclear para fins pacíficos.
Mais ainda, nenhuma ação concreta foi adotada quanto à retirada do criminoso bloqueio a Cuba. Pelo contrário, no caminho oposto ao da paz, o governo Obama acaba de anunciar a instalação de mais sete novas bases militares norteamericanas na Colômbia.
Tudo leva a crer que o Prêmio Nobel da Paz se tenha convertido numa arma política para favorecer os belicistas e os defensores do capital em todo o mundo. Trata-se de um fato abominável, que ofende ganhadores do prêmio, como a Cruz Vermelha, Nelson Mandela, Yasser Arafat, Martin Luther King, Pérez Esquivel e tantas outras personalidades e instituições que fizeram por merecer o prêmio por suas ações concretas no rumo da Paz e de um futuro de justiça e igualdade para a Humanidade.
Não é a primeira vez que um fato como este acontece: em 1973, ninguém menos que Henry Kissinger – o principal assessor do governo dos EUA na intervenção imperialista no Vietnã – foi o agraciado. O Partido Comunista Colombiano lembra que teria sido mais justo se o Nobel da Paz tivesse sido outorgado à senadora Piedad Córdoba, por sua atuação para a libertação de presos políticos na Colômbia e por abrir caminhos para o intercâmbio humanitário e a paz, que só se dará naquele país com liberdades democráticas e justiça social.
Desta forma, chegou a hora de as organizações e personalidades progressistas e democráticas brasileiras e da América Latina e todos aqueles que lutam pela verdadeira Paz Mundial – que só será alcançada sem a opressão do capital – criarem o PRÊMIO NOBRE DA PAZ, a ser conferido a quem de fato mereça esta distinção, toda vez que o Prêmio Nobel seja dedicado aos que não merecem.
PCB – Partido Comunista Brasileiro
Novembro de 2009
Comissão Política Nacional