Morumbi soviético
Num momento em que o Morumbi está sendo exaltado como “A Casa do Povo”, último estádio paulistano a resistir ao modelo das “arenas”, mantendo suas arquibancadas populares e seus preços acessíveis, devemos nos lembrar que as diretorias do São Paulo FC da década de 1950 só procuraram profissionais da esquerda comunista para a elaboração e execução do projeto de construção do estádio.
O dos soviéticos da Antonov & Zolnerkevic, faraônico e o mais ambicioso de todos, um complexo futurista com cobertura retrátil e de vidro, algo extremamente complexo para a época, foi recusado por dois fatores-chave: a capacidade menor de público com relação ao projeto concorrente e os altos custos de manutenção.
Coube a João Batista Vilanova Artigas, grande expoente do movimento arquitetônico conhecido como “Escola Paulista” e um dos maiores arquitetos da história brasileira, dar forma a um gigante com capacidade para mais de 100 mil pessoas.
O extraordinário sobre Vilanova Artigas, além de sua excelência como arquiteto? Sua militância junto ao PCB, o Partido Comunista Brasileiro, que lhe rendeu, em 1969, por determinação dos cardeais da ditadura militar vigente no país, o afastamento da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, da qual foi membro fundador) e um exílio no Uruguai.
Como podemos ver, o Cícero Pompeu de Toledo está seguindo sua sina, a de ser um refúgio para os trabalhadores paulistanos.
Administração São Paulo FC – Antifascista
Link da publicação original do twitter oficial do São Paulo FC sobre o tema: https://twitter.com/
Na imagem: Desenho do projeto soviético do Morumbi. Utilizamos a imagem das mídias oficiais do clube por questões de credibilidade histórica e autenticidade.