Protestos em apoio a Boulos durante depoimento na PF

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Apoiadores, militantes e parlamentares se manifestaram na porta da Polícia Federal, em São Paulo. Criminalização dos movimentos sociais e da pré-candidatura de Guilherme pautou ato.

O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto se fez presente na manhã e início da tarde desta quinta, dia 7, para apoiar o seu coordenador Guilherme Boulos, pré-candidato à Presidência da República pelo PSOL, em depoimento na sede da Polícia Federal em São Paulo. Guilherme foi intimado pela PF por conta da ocupação simbólica do famigerado “Triplex do Guarujá”, atribuído ao ex-presidente Lula e motivo para sua prisão em abril deste ano.

Guilherme Boulos esteve acompanhado por parlamentares do PSOL como Luiza Erundina, Ivan Valente, Carlos Giannazzi e Toninho Vespoli, pelo presidente do partido, Juliano Medeiros, e por companheiras e companheiros do MTST, mobilizados sob a forte garoa na região da Lapa, zona oeste paulistana. Guilherme destacou que, embora não tenha participado da organização ou da efetiva ocupação no dia 16 de abril, apoia o ato levado a cabo pelos militantes.

“É legítimo que movimentos sociais se organizem e lutem, se expressem em seu legítimo direito de manifestação e luta por justiça. Isso deveria ser considerado normal em qualquer democracia. Por isso, nos preocupa esse episódio”

Manifestantes e políticos presentes apontaram em uníssono a tentativa de criminalizar os movimentos sociais, além de tentar prejudicar uma pré-candidatura que apresenta certo incômodo e contraria o poder estabelecido. “Lamentavelmente, temos vivido um processo de criminalização dos movimentos sociais. Isso nos preocupa muito, consideramos uma ameaça à democracia. É legítimo que movimentos sociais se organizem e lutem, se expressem em seu legítimo direito de manifestação e luta por justiça. Isso deveria ser considerado normal em qualquer democracia. Por isso, nos preocupa esse episódio”, declarou o coordenador do MTST.

O apoio a Boulos foi além da sede paulistana da PF e chegou ao Twitter, que viu a hashtag #ToComBoulos alcançar o segundo lugar dos assuntos mais comentados da rede social. A tentativa de intimidação política e criminalização social segue a linha de politização do Judiciário brasileiro, em que órgãos do setor escolhem lado e atuam com claro viés partidário e ideológico.

“Deixei claro que não estava lá mas considero [a ocupação do Triplex] uma ação legítima e me orgulho dela”

Na saída do depoimento, Guilherme contou que respondeu a todas as perguntas, embora não possa revelar seu conteúdo por determinação judicial. “Da nossa parte não há nenhum motivo para que não haja a maior transparência em relação a toda a investigação e inquérito, até porque quem não deve não teme, o que é o nosso caso”, declarou.

No momento da ação direta do MTST, Guilherme se encontrava longe do Guarujá, em compromisso de campanha. “Deixei claro que não estava lá mas considero uma ação legítima e me orgulho dela. Ela ajudou a denunciar uma farsa judicial que levou o ex-presidente Lula injustamente para a cadeia como um preso político. Essa é nossa posição, do PSOL e do conjunto dos movimentos sociais”, disse.

MTST, A LUTA É PRA VALER
Por Setor de Comunicação/MTST, com informações da Rede Brasil Atual

MTST protesta em apoio a Guilherme Boulos durante depoimento na PF