Secretário Geral do PCB critica oligarquias em Roraima

imagemEdmílson Costa criticou a velha política e reforçou discurso de necessidade de renovação

Por Folha Web – https://folhabv.com.br/noticia/Secretario-Nacional-do-Partido-Comunista-critica-oligarquias/43820

FABRÍCIO ARAÚJO
Colaborador da Folha

O secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro (PCB), Edmílson Costa, está em Roraima desde ontem, 11, para tentar alavancar as candidaturas da coligação Frente de Esquerda.

Costa, que além de professor universitário também é doutor em Economia, afirmou que Roraima reflete a aliança nacional que pretende oferecer uma alternativa diferenciada de poder diante dos cenários tradicionais.
Em entrevista exclusiva à Folha, o secretário nacional também falou sobre Jair Bolsonaro (PSL), a atuação da direita no estado e as candidaturas indígenas.

“As nossas candidaturas são uma espécie de sangue novo na política de Roraima, porque aqui, ao longo de várias décadas, você tem as oligarquias que dirigem o Estado, uma hora é um lado da oligarquia, outra hora é outro lado da oligarquia”, disse.

Sobre as candidaturas indígenas do Estado, ele reforçou que Roraima tem a maior população indígena do Brasil, mas apenas 1,19% das candidaturas são de pessoas declaradas indígenas. O PCB tem a única candidata ao senado indígena e mais três candidatos a deputados estaduais.

“Esta nossa opção por colocar a Telma Taurepang (PCB) para fazer a disputa majoritária e os outros candidatos estaduais, e as outras chapas não terem a mesma proporção [de candidaturas indígenas] significa que estamos em consonância com a aliança nacional com os movimentos sociais”, afirmou.

A aliança nacional do PCB foi feita com o PSOL, o MTST, o movimento indígena e os movimentos sociais porque, segundo Edmílson, o modelo de velha política está esgotado e é preciso apostar em um novo modelo que ultrapasse o período de eleições.

Para o secretário-geral do PCB, instituto de pesquisa não ganha eleição e este ano eleitoral ainda é muito imponderável, não dá para saber quem vai a um possível segundo turno. Citou, usando os exemplos dos atentados a Marielle Franco (PSOL) e Jair Bolsonaro (PSL), que nos próximos 26 dias de campanha tudo pode acontecer e mudar completamente as pesquisas, mas disse que não há pessimismo em relação à campanha de Guilherme Boulos (PSOL).

“O Guilherme é o candidato à presidência mais jovem da história do Brasil, também é o candidato que não tem nenhuma denúncia de corrupção. Ele conseguiu juntar em torno de si um conjunto de movimentos sociais que nenhuma outra candidatura tem, é uma candidatura que nasceu das bases”, afirmou.

A ascensão de Jair Bolsonaro (PSL) para Edmílson tem a ver com dois pontos principais. O primeiro é que finalmente a extrema direita está mostrando a sua verdadeira face. “Tanto que o partido do Maluf se chama progressista, o partido ultraliberal do Fernando Henrique se chama Partido Social Democrata, o partido da oligarquia nordestina se chama Democratas que é o DEM. A burguesia sempre procurou se esconder atrás de siglas que diziam uma coisa e na sua essência eram outra; agora com o Bolsonaro, a direita resolveu mostrar a sua cara”, afirmou.

O segundo ponto está ligado ao cansaço da população em relação ao sistema político. “Outro aspecto é que uma parte da população que está de saco cheio com todo o sistema que está aí identifica no Bolsonaro um negócio antissistema pela maneira como ele está desenvolvendo a propaganda, porque de antissistêmico ele não tem nada”, declarou.

Secretário do PCB culpa Governo Federal por situação de imigrantes

Em rápida análise, Edmílson Costa culpou o Governo Federal pela situação de conflito entre brasileiros e venezuelanos, além de comparar as reformas do governo Temer com a época da República Velha.

Segundo Edmílson, a sua chapa política é internacionalista e não enxerga sentido em que se proíba a entrada de imigrantes no país, mas considerou que Roraima não tem infraestrutura para comportar a situação. “O governo não olhou para a crise dos imigrantes, como não está olhando para a crise da saúde, a crise da educação e nem a crise em geral”, afirmou.

O secretário do PCB disse que o governo não tem nenhuma percepção social e que fizeram em dois anos um retrocesso em todo o país que não se via desde a república velha em dois anos de governo Temer.

“A proposta da nossa aliança é revogar todas as medidas desse governo, que são ilegítimas, é um governo ilegítimo que trabalhou com um Congresso que, pelo menos a maioria, é de corruptos ou indiciados por corrupção e este pessoal não tem credibilidade para mudar leis que foram conquistadas por nossos avôs”, finalizou. (F.A)

Contra as oligarquias e os aliados do Governo Golpista de Temer

O PODER POPULAR Nº 35

“O povo de Roraima tem voz!” É com esse grito de unidade que estudantes, trabalhadores e trabalhadoras sem teto, servidores públicos, movimento indígena e coletivo cultural estão levantando a bandeira no Estado de Roraima: pelo Poder Popular!

Com um programa político assumido pela Frente de Esquerda Socialista composta pelo PCB, PSOL, PSTU, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto – MTST, Coletivos de Lideranças Indígenas do Estado de Roraima, Movimentos Sociais e Estudantis e Coletivos apoiadores das Artes e Cultura, o enfrentamento tem como objetivo derrotar as oligarquias, os privilégios da classe dominante roraimense e os aliados do governo golpista de Temer, liderados por Romero Jucá (MDB-RR).

Em visita ao Estado no mês de junho, o candidato à presidência da República na chapa PSOL/PCB e Coordenador Nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto – MTST, Guilherme Boulos afirmou que a frente construída em Roraima foi feita de baixo para cima: “Não queremos mais essa política de coronelismo no Estado. Devemos dar um basta ao clientelismo e à compra de votos. Repudiamos a atitude de alguns setores do Estado que usam um discurso de xenofobia para jogar povo contra povo. Quando a gente faz política com ódio e trata o estrangeiro como inimigo é isso que ocorre”, disse.

A Convenção Eleitoral Unificada do PCB, PSOL e PSTU aprovou as candidaturas de Fábio Almeida (PSOL) ao Governo do Estado, Telma Taurepang (PCB) e Lourival (PSTU) para o Senado Federal. Os partidos de esquerda e organizações sociais de Roraima escrevem assim uma nova história, após 518 anos de luta e resistência desse povo, que não desiste de combater os descasos dos sucessivos governos, os ataques da burguesia aos direitos da classe trabalhadora e dos setores populares.

Contra os retrocessos políticos e sociais em curso e para fazer avançar as lutas em defesa de uma nova sociedade e pelo Poder Popular, é com esse time que o PCB entra em campo no Estado de Roraima para disputar as eleições em 2018. São seis candidaturas a Deputado Estadual, das quais três representam a fração indígena:

Tuxaua Carlos Santos (21.222) e o professor Márcio Feitosa (21.789) do povo macuxi e Wesley Manuel (21.777) do povo wapixana. Na chapa ao legislativo roraimense há ainda a participação da professora Lindivalda Feitosa (21.000) do Coletivo dos Trabalhadores Municipais em Luta, assim como da coordenadora do MTST no Estado, Maria Ferraz (21.123) e do estudante e quadro da União da Juventude Comunista (UJC), Darlan Souza (21.121).

Para a disputa ao Congresso Nacional, o PCB lançou as candidaturas do professor e jornalista Paulo Thadeu a Deputado Federal (2121) e da liderança indígena Telma Taurepang a Senadora da República (212), tendo ainda o professor indígena Misaque Antone, do povo wapixana e do radialista Raphael Uchoa, respectivamente na primeira e segunda suplência ao senado.

Ilustração: “Nossas candidaturas são sangue novo na política de RR”, afirmou Edmilson Costa (Foto: Wenderson de Jesus – FolhaBV)

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