O discurso da esquerda e seus obstáculos
Hiran Roedel
Renato Prata Biar
Por que o discurso da esquerda não tem conseguido mobilizar a classe trabalhadora e a classe popular? Identificar os fatores dessa dificuldade é um passo importante para superá-la. Contudo, abordá-lo isolado da conjuntura e de seu contraponto, o discurso das forças conservadoras (a direita política), seria descontextualizá-lo e poderia passar a falsa ideia de pura incompetência discursiva da esquerda.
Elegemos, nesse sentido, aquele que, a nosso ver, é o mote central do discurso das esquerdas: a defesa da democracia na tentativa de dialogar com a classe popular. Por outro lado, observaremos, também, qual tem sido a estratégia do discurso do campo conservador no diálogo com essa classe.
Para iniciarmos o debate, partimos da constatação de que, desde as grandes manifestações de 2013, presenciamos dois fatos: o avanço ideológico de direita, de um lado e, de outro, a reação das esquerdas em defesa das conquistas democráticas.
Ao direcionarmos nosso foco para a composição política da direita, podemos observar que os interesses hegemônicos desta correspondem aos das classes economicamente dominantes (empresários da indústria e do comércio, banqueiros, empresários do agronegócio, rentistas, frações intermediárias, empresários da fé, etc). Nesse conjunto, somam-se, também, aqueles em proximidade com grupos criminosos/paramilitares.
Para se perceber quão complexas são essas forças, destacamos, inclusive, a importante sustentação social oferecida pela cúpula dirigente das igrejas neopentecostais, por fornecerem o fundamental elo ideológico de ligação com frações consideráveis da classe popular. Cúpula, e não podemos deixar de destacar, que se confunde em um misto de empresários e agentes da fé.
Esse complexo conjunto de forças políticas é um importante elemento de coesão e submissão da classe popular às classes economicamente dominantes, em que se mescla a dependência econômica, o terror e a fé. Isto é, os poderes econômico, político e ideológico da direita, ao contaminarem, por extensão, parcelas consideráveis da classe popular, trabalham na criação de um consenso em torno de valores e alternativas políticas que, a longo prazo, se apresentam como antagônicas aos interesses populares.
Para, no entanto, não passar a ideia de que a classe popular não tem consciência e, por isso, se constitui em massa de manobra passiva de forças malévolas, afirmamos, de imediato, que isso não corresponde à realidade. Ela é sim detentora de consciência, porém, se encontra limitada à visão de mundo do senso comum. Ou seja, esta tem, enquanto produto das condições e das relações sociais a ela imposta, uma forma bruta de apreensão da realidade, onde predomina a concepção materialista, dogmática, supersticiosa, fragmentária e incoerente.
Presa ao senso comum, a classe popular busca a satisfação de suas necessidades quotidianas de forma imediata e acrítica. Uma visão de mundo, por assim dizer, caótica. Por isso, não se trata de negá-la ou ignorá-la, mas sim de superá-la!
Por isso que, como estratégia de diálogo da direita política com a classe popular, aquela busca interpretar a forma de compreensão popular da realidade. Nesse movimento, estabelece uma via de mão dupla oferecendo a possibilidade de atender parcialmente as demandas sociais, como forma de atração dessa classe para o campo conservador e, ao mesmo tempo, utiliza os aparelhos ideológicos, controlados pela classe dominante, como ferramentas fundamentais de exploração do senso comum, pois não tem o interesse em superá-lo, mas de consolidá-lo. O que quer dizer, portanto, que o senso comum também se constitui em uma maneira de organização intelectual.
Por isso podemos identificar, no conteúdo do discurso hegemonizado pela direita, aspectos práticos de sobrevivência do quotidiano econômico e social da maioria da população. Os elementos elencados que dão coesão a essa estratégia discursiva são, por assim dizer, de fácil assimilação e postos separadamente ou articulados a mais um ou dois outros na veiculação promovida, especialmente, pelos aparelhos ideológicos.
Se por um lado a crença na solução dos problemas materiais através da fé oferece o conforto espiritual, por outro, na perspectiva política, o fio condutor importante dessa estratégia discursiva é a apresentação de soluções desconectadas para se resolver problemas pontuais. A partir dessa situação, as estratégias de sobrevivência da classe popular encontram-se capturadas pelo imediatismo de sua solução, o que a submete, por seu entendimento, ao poder político de grupos e frações de classe que têm vinculação, acesso e/ou controle da burocracia estatal de forma oficial ou não.
Mas e o outro lado dessa disputa de narrativas: a perspectiva da esquerda? Aqueles que têm na defesa da democracia a tônica de seu discurso? Qual tem sido o seu principal conteúdo?
É notório que o discurso de viés de classe perdeu espaço no campo político das esquerdas, assim como, também, o discurso do trabalhismo. Eles foram fortemente afetados pelas mudanças estruturais do capitalismo e a hegemonia da ideologia neoliberal.
A emergência da nova conjuntura levou à afirmação e consolidação da pauta identitária como fator principal de mobilização adotada pela esquerda. Isto é, as liberdades individuais de gênero, cor, identificação sexual, etc., enquanto sinônimo e abrangência do que se entende como democrático.
Dessa forma, a matriz desse discurso se concentra na diversidade de temas e interesses que, justas e necessárias tais reivindicações, não se mostram capazes de se universalizar. São vistas e entendidas, pela maioria da população, como um mosaico de reivindicações que dizem respeito a comunidades específicas.
Podemos dizer que esse tipo de discurso tem dois aspectos fundantes: a valorização da individualidade e a formação de territórios discursivos. O primeiro aspecto é individualista, pois busca a superação de padrões de comportamentos socioculturais estabelecidos historicamente a partir do direito isolado do indivíduo, enquanto o segundo, ao fragmentar a sociedade em territórios narrativos, oculta as reais forças e relações geradoras desses aspectos, remetendo a sua solução à aceitação da existência desses territórios. Não é de fato o enfrentamento e a superação de uma forma de pensar e agir socialmente construída que se pretende combater, mas estabelecer a aceitação de um convívio com identidades múltiplas sem o questionamento da historicidade de suas condições de geração.
Nesse discurso, as relações socioculturais e econômicas estruturantes são reordenadas, mas não questionadas. Elas permanecem exercendo sua força, mesmo que ocultadas, na forma do pensar social. Ou seja, a esquerda não tem assumido a crítica radical da hegemonia das velhas classes dominantes, assim como tem se esquivado de trabalhar a partir do senso comum para educar a classe popular na perspectiva de uma nova cultura. Dessa forma, ao ignorar a crítica a essa hegemonia, acaba por penalizar o senso comum; busca a conciliação com formas e conteúdos fossificados na sociedade, o que incapacita essa estratégia discursiva de se universalizar.
O identitarismo não pode ser universal porque vira as costas ao fato de que o “modo de produção da vida material condiciona o processo da vida social, política e espiritual”, como observa Marx. Ou seja, a consciência dos homens é determinada a partir de suas condições concretas de vida e esse tipo de discurso fragmentário representa interesses de grupos que idealizam ser seu conteúdo universal, porém, sem articulá-lo às condições da produção da vida material e suas consequências para a classe popular.
Ao passarem ao largo da produção da vida material, sustentando-se pela individualidade e pela territorialidade narrativa, o discurso da esquerda acaba por se aproximar da forma dogmática do senso comum. Por isso, não lhe é central o fato concreto de que quase cinco milhões e meio de crianças até 14 anos passam fome, de 700 mil pessoas constituírem a população carcerária, de que 55 milhões se encontram na situação de pobreza, ou que 15 milhões estejam na extrema pobreza. Nem muito menos por que 28 milhões vivem com menos de 1/4 do salário mínimo, conforme demonstram os próprios dados oficiais.
Diante disso, ficam evidentes as limitações estratégicas desse discurso. Pois ele tem mostrado, em sua prática, não a disposição ao rompimento das amarras ideológicas estabelecidas pelo conjunto das relações sociais hegemônicas, mas sim a de buscar o seu lugar ao sol no universo das disputas políticas institucionais.
Por isso trata de maneira tangencial, por exemplo, o crescente extermínio da população pobre promovido pela polícia no Brasil, que em 2018 foi de 6.160 pessoas vitimadas, de acordo com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Esse discurso aponta, como condição fundamental para tal extermínio, a exclusividade da cor da pele, mas negligencia o fundamento sócio-histórico e econômico dessa situação. Dessa forma, acaba por remeter para segundo plano a luta de classes e o questionamento às relações de exploração vigentes, verdadeiras responsáveis pelo extermínio.
Igual tratamento se dá no que diz respeito à população carcerária. Apesar de ter o Brasil a terceira maior população carcerária do mundo, o questionamento central ocorre, mais uma vez, pela cor da pele.
Não podemos deixar de considerar que em um país com passado escravocrata, que nunca assistiu, de fato, um movimento político oriundo da classe popular com força suficiente para se postar na contramão das relações sociais hegemônicas, as pessoas se acostumaram a conviver com as condições de vida de extrema escassez dos descendentes dos negros escravizados. Condições históricas a que foram, e ainda hoje o são, submetidas essas populações, que impuseram a elas a negação de seus direitos à cidadania, tendo transformado-as em invisíveis sociais, como diria Bauman.
Por isso, não se trata de simples alocação de recursos no combate à pobreza, no investimento em inteligência policial, de gritar pelo fim da polícia militar, ou outras tantas saídas superficiais. Não é essa a questão central! É necessário questionar, a partir de condições concretas da classe popular, as relações sociais geradoras do extermínio, da fome, da falta de educação e saúde, da violência física e simbólica.
Por esse ponto de vista, a direita se aproveita de forma eficiente das mazelas sociais e, ao consolidar em sua estratégia discursiva a visão do senso comum, tem conseguido se afirmar como força política hegemônica. É por isso que o tema da segurança assume papel central, mas nunca observado de forma articulada, e sim de maneira fragmentada pela direita. Se, por um lado, esse discurso atua como ferramenta de terror e controle da classe popular, por outro oculta o enorme mercado que o cerca.
Somente para situar o assunto, diante da conjuntura de crescente violência e insegurança mundial, o setor de serviços em segurança privada tem se mostrado um promissor e lucrativo mercado nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia. A previsão é de que a receita em tecnologia e serviços de segurança, como: venda de seguros para casas, estabelecimentos comerciais, carros, etc., fornecimento de equipamentos para vigilância (circuitos internos e externos de tv, cercas elétricas, alarmes, armas letais e não letais, etc.), chegue a US$ 96,3 bilhões em 2019.
Essa situação não é diferente no Brasil, cujo mercado de vigilância privada, segundo o Sindicato das Empresas de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, movimenta R$ 11 bilhões no país. O combustível para a expansão desse mercado tem sido o apelo da população, em geral, por segurança.
Esse tipo apelo, fruto de condições objetivas e da construção discursiva, levou ao efetivo de seguranças privadas no Brasil ser maior do que o efetivo da PM, da Polícia Civil e dos Bombeiros juntos. Ele cresce, em média, mais de 10% ao ano. Devido à sua diversidade, fatura anualmente 50 bilhões de reais, com projeção de aumento de até 16% em 2019.
No estado do Rio de Janeiro, o número de vigilantes subiu de 86 mil para 91 mil entre 2013 e 2014, ou seja, quase o dobro do efetivo da Policia Militar. O crescimento foi registrado, também, em todo o país, onde já se contabilizam 989 mil vigilantes, isto é, quase cinco vezes o contingente do Exército brasileiro.
Mas quem são os donos dessas empresas de segurança privada? Esses empresários são, em sua maioria, oficiais das Forças Armadas, oficiais da PM, delegados da Polícia Civil e Polícia Federal, deputados, senadores (a famosa Bancada da Bala), etc. Ou seja, aqueles que administram e têm como função primar por uma segurança pública eficiente e de qualidade, não possuem qualquer interesse de que esse serviço público realmente funcione, pois atrapalharia os seus negócios.
Portanto, os responsáveis, aqueles que administram a Segurança Pública, estão cada vez mais interessados na (In)Segurança Pública. Os interesses da população numa segurança pública que funcione e garanta seus direitos como cidadão são completamente contrários, opostos, aos dos empresários desse setor.
É por esse motivo que o discurso da violência e da segurança, utilizado pela direita, é abordado de forma desconectada de uma visão de totalidade. Como ferramenta de controle, ele deve se pautar e reforçar o senso comum e, como tal, desviar-se das condições sociais e focar em aspectos isolados, mas sem se afastar das condições concretas, materiais, facilmente percebidas na realidade. Desse modo, transforma a opinião e os interesses privados da classe dominante em interesses gerais, em opinião pública, conforme Bourdieu.
A convivência com a violência quotidiana leva, portanto, e com razão, a população a reclamar por segurança. Por sua vez, o outro lado da moeda é que mais que votos e mandatos essa estratégia tem significado enormes fortunas para um seleto grupo que domina esse mercado.
Sob o aspecto do controle da classe popular, o discurso da segurança gerou, por exemplo, o projeto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), no Rio de Janeiro. O controle se mostra evidente a partir de sua lógica central: a militarização das localidades onde foram instaladas.
Paralelo às UPPs, e que ganha vulto com a falência destas, se apresenta um eficiente modelo de (In)Segurança Pública para a contenção dos pobres a partir do terror: as milícias. Áreas por elas dominadas são negociadas como verdadeiros “feudos” entre grupos de policiais, políticos e empresários. Pois as milícias se mostram mais “eficientes” porque fazem o trabalho sujo sem o envolvimento direto do Estado e/ou gastos exorbitantes com projetos públicos.
Geograficamente teremos, portanto, um mar de lugares controlados de forma extremamente violenta por “senhores feudais” e algumas ilhas de “normalidade”, onde a classe dominante poderá transitar com um pouco menos de preocupação e de medo em relação à sua própria segurança e, principalmente, em relação à segurança dos seus tão “sagrados” patrimônios e propriedades. Não é à toa que o efetivo policial militar, no estado do Rio de Janeiro, saltou, entre o ano de 2009 e o ano de 2014, de 47 mil para cerca de 60 mil. Mais de 20% em cinco anos.
Ao mesmo tempo em que se partilham e se distribuem territórios onde reside a maior parte da pobreza (favelas, morros e periferias) à milícia, essa prática alimenta e fortalece o discurso da segurança, proferido pela direita, ao impor o regime do terror como realidade. São localidades que vêm sendo tratadas como “propriedades” de alguns membros da alta cúpula da polícia e comandantes de batalhões, os quais, segundo denúncia feita pelo ex-ministro da Justiça Torquato Jardim, em outubro de 2017, “são sócios do crime organizado no Rio”.
Nesse sentido, o discurso difundido pela esquerda de que temos uma polícia despreparada não corresponde à realidade, pois uma polícia que mata, tortura e prende milhares e milhares de pessoas todos os anos, o faz exatamente devido ao seu alto grau de preparação. Essa polícia não é despreparada; nunca foi! Ela é preparada exatamente para cumprir essa função que vem fazendo há décadas: manter o pobre sob controle.
O que se chama de despreparo deveria, na verdade, ser chamado de estratégia política de contenção de uma determinada classe social. Matar, torturar, encarcerar e intimidar essa população é o verdadeiro objetivo da política de segurança pública, devido ao caráter de classe que possui o Estado, pois essa polícia não erra o CEP, a cor e a classe de suas vítimas.
Exemplo desse preparo (ideológico) da polícia, podemos citar, foi o ocorrido em Costa Barros, no morro da Pedreira, na cidade do Rio de Janeiro, onde cinco jovens estudantes e trabalhadores foram fuzilados por policiais com 111 tiros dentro de um carro, em 28/11/2015. Ou, também, os 200 tiros efetuados por soldados do Exército, em 09/05/2019, contra o carro de uma família em Guadalupe (Rio), resultando na morte de 2 pais de família. E não verá exatamente porque esses policiais sabem com quem e onde esse tipo de ação pode ser efetuada.
Nesse contexto, é importante frisar que não somente os funcionários ligados ao aparato repressivo constituem a mola mestra da política de terror e controle da classe popular então vigente. Os empresários da fé desempenham um importante papel de elo nessa corrente. A presença de pastores neopentecostais na lavagem de dinheiro do tráfico dos morros cariocas chegou a ser tema de pesquisadora na UFF, assim como em fevereiro de 2018, publicado pela mídia, foi desbaratada uma rede de lavagem de dinheiro do PCC que, além de pastor, envolvia também donos de empresas de automóveis, açougues e imobiliárias.
Notícia e estratégia discursiva que trabalham, mais uma vez, sob a perspectiva desarticulada do todo. Como se essas relações não fizessem parte da própria lógica das relações de poder hegemônicas. Mas tratá-las de forma isolada corresponde entender os envolvidos não pela sua condição de classe, mas como indivíduos. E, dessa forma, mantém e reforça esse tipo caótico de organização intelectual predominante do senso comum de compreender a realidade.
Isso demonstra, portanto, as ramificações da matriz do discurso conservador hoje hegemônico na política brasileira. Os temas por ele elencado, assim podemos dizer, se encontram imbricados em uma teia de negócios de tal modo que formam e articulam um mercado milionário que transcende as fronteiras e mantém o controle da classe popular através da mescla de terror e fé.
Nesse sentido, observamos que o conjunto de forças que detém o controle político do país se reorganizou e não tem em seu projeto a aliança com os trabalhadores. Mais ainda, um bloco de poder de direita que cada vez mais se sustenta na força paramilitar como forma de controle físico da classe popular. Dessa forma, a conciliação de classes não tem mais vez, assim como não há espaço para o discurso exclusivamente de viés identitário. Não se trata de um projeto que se pretenda democrático, mas sim de subjugação de classe, de opressão aberta.
Mas se a tarefa da esquerda é a da crítica ideológica, cultural, junto aos grupos e frações de classe orientados pelo individualismo pragmático do quotidiano, esta não pode ocorrer desconsiderando a forma de organização intelectual da classe popular. A batalha cultural deve levar em conta a força do senso comum, mesmo que o entenda como visão de mundo caótico, mas competindo à esquerda educá-lo e reorientá-lo.
Sem abandonar a luta por dentro das instituições e da democracia burguesas, mas usando-as para denunciar justamente a ausência de liberdade e da falta de reais condições que busquem atender as necessidades de emprego, saúde e de uma educação crítica e libertadora. Construindo possibilidades para se alcançar níveis dignos de alimentação, saneamento básico, moradia e transporte.
Articular as diversas lutas dos oprimidos a partir da perspectiva de classe implica, portanto, construir alianças em torno de projetos coletivos e não simplesmente conquistar adesões políticas. Por isso, a batalha ideológica e cultural a ser promovida pela esquerda, constitui, necessariamente, em articular, de forma explícita, no discurso e na prática política, a crítica profunda ao capitalismo e ao Estado burguês, apontando-se a necessidade de construção de alternativas viáveis e palpáveis vinculadas à superação do modo de produção da vida material vigente. Caso contrário, sem outro projeto de sociedade, a esquerda sucumbirá na dinâmica do jogo político eleitoral e na eterna luta pelo chamado Estado democrático de direito!
Hiran Roedel e Renato Prata são militantes do PCB-RJ