O que esperar das eleições de 2022?

imagem

Coletivo LGBT Comunista – SP

O clima para as eleições de 2022 é de expectativa. Boa parte da esquerda encara com entusiasmo a possibilidade de derrotar o bolsonarismo nas urnas, contribuindo para o engajamento da classe trabalhadora na participação política por meio do voto. Diante das políticas nefastas adotadas pelo atual governo, é imprescindível que exista disposição para enfrentar a pauta liberal e a sua forma mais truculenta, o fascismo, que com o agravo da pandemia desarticulou e destruiu uma série de direitos e garantias da classe trabalhadora nos últimos dois anos.

Historicamente, setores do movimento LGBT brasileiro tiveram experiências de mobilização em torno da construção de espaços de resistência e luta, bem como a cobrança de uma atuação mais relacionada com demandas concretas por parte dos políticos eleitos, sobretudo em relação aos direitos básicos. É imprescindível tensionar o debate para que os pré-candidatos se comprometam não somente com nossos interesses enquanto LGBTs, mas, também com os nossos interesses enquanto classe trabalhadora.

As candidaturas de partidos de direita apresentam projetos que propõem abertamente a liquidação dos direitos sociais, a continuação do desenvolvimento de uma relação de submissão do Brasil às dinâmicas do capitalismo global e a pautação de um conservadorismo moral.

No campo da centro-esquerda e esquerda as candidaturas se posicionam em alguma medida contra o projeto de país proposto pela direita, entretanto, mantêm a perspectiva conciliadora de classes, desarticulando os movimentos sociais e as possibilidades de organização popular, com a ilusão de uma possível igualdade na correlação de forças entre a população trabalhadora e a burguesia.

O PCB lança sua pré-candidatura para o governo federal compreendendo os grandes limites do sistema eleitoral, mas, entendendo que essa é uma das formas de construção de uma frente proletária constituída por partidos e organizações de luta para o enfrentamento do capitalismo e do imperialismo.

O acirramento da crise econômica, sanitária e política no Brasil impõe à classe trabalhadora uma necessidade ainda maior de organização e fortalecimento, necessidade a qual é aguda principalmente em setores mais amplos e dinâmicos, como entre as LGBTs que, principalmente desde 2002, com a Estratégia Democrático Popular, passaram por uma cooptação por discursos liberais que, no limite, oferecem em contraproposta uma reduzida representatividade e não uma transformação real na vida da grande maioria da comunidade.

Enquanto trabalhadoras e LGBTs, não podemos depositar nossas esperanças em uma alternativa que não passe pela ampla mobilização da classe trabalhadora pela construção do poder popular, visando a superação do capitalismo.

Categoria
Tag