SOLIDARIEDADE AOS TERCEIRIZADOS DA UFSC

imagemCOLETIVO NEGRO MINERVINO DE OLIVEIRA – Florianópolis

Foi comunicado na última semana pela diretoria do restaurante universitário da Universidade Federal de Santa Catarina que os trabalhadores terceirizados terão que pagar R$ 6,10 por refeição a partir 15 de maio de 2017 e não mais R$ 2,90 como os demais trabalhadores da universidade (técnicos administrativos e professores). Em uma canetada, aumentou-se o custo mensal com alimentação destes trabalhadores em cerca de R$ 160.

O avanço do neoliberalismo traz consigo os ideais de flexibilização do trabalho com vistas a aumentar a produção e diminuir os custos da mesma. Reflexo disso é a terceirização, fruto de uma política que tem como objetivo precarizar o trabalho, desarticular a luta dos trabalhadores e com objetivo final de conseguir fazer com que o trabalhador trabalhe mais por menos. Devemos apontar o aumento das práticas de terceirização do trabalho dos últimos anos e que vêm se agravando com as reformas trabalhistas em curso no Congresso Nacional. Estas, que são defendidas pelo Governo Federal, sob a estampa de uma modernização e solução para o crescente desemprego.

O Brasil é um país marcado pela desigualdade histórica e que estatisticamente tem a predominância em suas camadas mais pobres da população negra e mulheres. Com os avanços da terceirização no mercado de trabalho, essas camadas são, consequentemente, as primeiras a serem afetadas, tendo de se submeter a piores condições de trabalho para manter as condições mínimas de existência para si e sua família. Sendo ainda mais intenso em momentos de crise e alta no desemprego.

É na prática que observamos esse avanço e de como se sucedem esses impactos nos trabalhadores gradualmente, como podemos observar no caso recente da UFSC. Os terceirizados são os primeiros a serem afetados com aumento na refeição, pois sabe-se que é um dos setores que têm menor possibilidade de reação por conta da contínua pressão e risco de perder os seus empregos.

A precarização do trabalho é uma realidade crescente no Brasil e no mundo. É dever do movimento estudantil, do movimento negro, movimento feminista e sindicatos estarem ao lado dos trabalhadores para garantir a manutenção e barrar qualquer tipo de retirada de direitos trabalhistas. É nesse sentido que o coletivo Minervino de Oliveira, a União da Juventude Comunista, a Unidade Classista e o Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro se colocam junto aos trabalhadores terceirizados da UFSC contra a precarização das condições de trabalho.

É um absurdo que um trabalhador que faz parte da comunidade acadêmica, tanto quanto professores, técnicos administrativos e estudantes, tenha que pagar mais por um prato de comida do que outro, em piores condições de trabalho do que boa parte dos outros.

Enquanto houver sociedade de classes, e o lucro for o combustível da sociedade, haverá mais cortes e o prato de comida vai ficar caro para cada vez mais estudantes e trabalhadores. Precisamos nos unir e solidarizar com os terceirizados nessa luta e pelo fim de toda e qualquer tipo de precarização do trabalho!

Só a luta muda a vida!
Nenhum direito a menos para nenhum trabalhador!
Solidariedade aos trabalhadores terceirizados!